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Aprendizagem em memórias

Não era doença, era apenas “dificuldade em ler palavras”, era Dislexia

Na vizinhança onde Dislexia morava haviam outros iguais

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Imobiliária Maurício Vazquez

No capítulo anterior, Disortografia saiu correndo para encontrar-se com Dislexia a quem Psicopedagogia queria conhecer. Foi uma surpresa quando veio ao seu encontro um jovem rapaz. Ela não esperava encontrar um menino! Sorridente e, neste caso, bem falador (o contrário de um outro disléxico que conhecera depois e era bem caladão). Logo, na conversa, Psicopedagogia percebeu que Dislexia gostava de números e não tinha dificuldade com eles. Mencionou que na vizinhança onde morava haviam outros iguais a ele. Quase não haviam meninas daquele jeito, até tinha alguma, mas eram poucas em relação aos meninos.

Dislexia disse que trocava a ordem das letras, e que a cabeça não ajudava muito. Achava até que já tinha nascido assim (e era verdade), pensava ser doente. Psicopedagogia olhou assustada e disse que ele não era doente, mas apenas possui uma dificuldade.

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“Não, replicou Dislexia sou doente e descobri isto antes de entrar no colégio. Eu era disperso, não tinha atenção, demorei muito a falar, não conseguia fazer rimas em casa com meus pais, caía bastante… O brinquedo quebra-cabeças para mim era um “inferno” e livros, quanto mais longe melhor. Mas, depois que entrei no colégio aí a coisa piorou. Era sempre desorganizado, vivia atrasando a entrega de trabalho, perdia as coisas. Direita e esquerda pra mim não fazia sentido. Nas aulas de Geografia o mapa era uma coisa difícil de entender, dicionário então não achava as palavras, e sempre falava frases bem curtas para não errar muito porque sabia que quanto mais falava, mais errava”.

Após ouvir atentamente tudo o que Dislexia falava, Psicopedagogia lhe disse que era possível resolver aquela situação que ela não precisava se sentir “burra”. Dislexia disse que até sabia que não era burra porque era muito talentosa nas artes e na música. “Vamos ter um tempo juntos e você verá que ‘tudo vai mudar'”.

Psicopedagogia se encontrava semanalmente com Dislexia e realizava uma série de atividades. Pedia que Dislexia respirasse sempre profundo e relaxasse, lesse em voz alta e organizou uma rotina de estudos e sempre quando ia orientar algo fazia um Mapa Mental para ajudar. Brincava, organizava situações onde Dislexia imaginava situações engraçadas. Mas o que mais Dislexia amava era quando Psicopedagogia usava os cartões “mágicos” chamados de um nome engraçado “Flash cards”. Na parte da frente destes cartões tinha uma pergunta ou uma imagem e na parte detrás havia a explicação. Amava quando utilizava o flash cards.

À medida que Dislexia ia se envolvendo mais e mais no ambiente da Aprendizagem, mais se tornava autoconfiante, não se mostrava inferior diante dos colegas. Passou a sentir vontade de ir para a escola estudar e o desinteresse foi substituído por um desejo de mais e mais conhecer o mundo ao seu redor.

Depois que Dislexia deixou de se encontrar com Psicopedagogia, pensou que agora faria uma pausa. Iria cuidar um pouco mais dos jardins do Reino Encantado, brincar com os animais de estimação que possuía, mas Psicopedagogia não sabia que havia um súdito em seu reino que não parava “quieto”. E observou que sempre que estava nos jardins, havia uma criança que corria, corria, corria muito e sempre que Psicopedagogia a chamava, ela ficava minutos conversando com Psicopedagogia e logo saía correndo. Um dia, bem, um dia… é outra história…

D Marquez
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