Aprendizagem em memórias
Psicopedagogia se encontra com a vovó
A utilização de objetos ajuda a aprender a contar
Tarde de verão, Psicopedagogia resolveu dar um passeio pela praia na cidade grande onde se encontra…ainda… Se aprontou, pegou sua cadeira de praia e resolveu sentar-se próximo a marola das ondas.
Atenta a todo instante, Psicopedagogia logo percebeu que havia uma senhora idosa que mesmo com dificuldades, se abaixava e ficava pegando as conchinhas. Junto estava um “baldinho” que servia de “depósito de conchas”. Não parava de fazer isto, abaixar, pegar a conchinha, colocar no balde… e repetiu muitas vezes.
De repente, a velhinha teve dificuldade em se levantar. Psicopedagogia, sempre pronta, foi logo acudir a simpática idosa.
As duas sorriram e a velhinha olhou com a expressão: “me ajude”. Psicopedagogia ajudou aquela “vovó”, levando-a até sua cadeira de praia. Ao sentar-se, ela agradeceu e pediu que Psicopedagogia se sentasse ao lado dela. Imediatamente pegou sua cadeira e pertences e juntou-se a senhora.
Bate-papo vem, bate-papo vai… E a senhorinha perguntou à Psicopedagogia se fazia ideia do motivo dela pegar tantas conchinhas na praia. Como Psicopedagogia disse que não, a idosa começou a contar uma história.
Quando criança fora diagnosticada com um Transtorno de Aprendizagem, a discalculia. Um Transtorno onde têm dificuldade para pensar, refletir, avaliar ou raciocinar atividades relacionadas à matemática. Psicopedagogia ouvia atentamente. Mas, a “vovó” tinha uma paixão pelo mar e não o conhecia ainda… Um dia de verão, estava na casa dos primos em uma cidade marítima e conheceu o “marzão”. Ficou maravilhada, era um “lago muito grande” e de água salgada e a água não parava de “dançar”. Resolveu correr em direção a ele e logo próximo a água se deparou com alguns objetos bonitos que depois ficou sabendo que eram as conchinhas. Guardou várias consigo para mostrar aos amigos que havia visitado o mar.
Certo dia, em sala de aula no Ambiente de Aprendizagem, a vovó, que naquela época era uma criança curiosa, ouviu na aula de matemática a expressão: gente podem usar qualquer coisa para fazer contas, até as conchas do mar. Ela se lembrou das conchinhas e a partir daí todas as vezes que ia estudar matemática, pegava suas conchinhas para fazer as contas. A dificuldade de aprendizagem continuava, mas a lembrança do mar, o cheiro e o vento, que lhe vinham na memória fazia com que parecesse estar em plena praia estudando matemática. A criança, agora vovó, fora diagnosticada com Discalculia Ideognóstica que é a dificuldade para realizar operações mentais e entender os conceitos da matemática. Ela não conseguia realizar as “operações mentais”, mas ela conseguia realizar as operações com conchinhas. Se esforçava ao máximo e com a ajuda de uma vizinha que se chamava Psicopedagogia conseguiu superar suas dificuldades. Psicopedagogia caiu na gargalhada e disse que também se chamava Psicopedagogia. A vovó não acreditou e disse que era muita coincidência tudo aquilo.
A utilização de objetos ajuda a aprender a contar e ao raciocínio lógico. A “substituição” afetiva do número pelo simbólico traz uma imagem lúdica que proporciona uma ampliação da percepção do que se está ouvindo e aprendendo. E foi assim que a vovó aprendeu um pouco mais sobre matemática.
De repente, a vovó olhou para o relógio e se assustou com a passagem tão rápida das horas. Convidou Psicopedagogia para ir a sua casa, mas ela não podia pois tinha uma pessoa com Discalculia para atender e desenvolver uma aprendizagem efetiva que oportunizasse um aprendizado mais eficiente e prazeroso. Ambas se despediram e cada uma foi para o seu lado sorrindo. Uma por ter lembrado de sua história e da amiga Psicopedagogia que a ajudou. A outra por saber que haveria de se encontrar com alguém que poderia ajudar e transformar a vida.
Ao final do dia, Psicopedagogia lembrou de que estar pronta a ajudar alguém é muito mais do que mostrar um conteúdo, mas é um vivenciar a dois, onde uma caminhada se estrutura numa nova jornada cheia de símbolos, afeto e amor.
Ao se deitar, Psicopedagogia se lembrou de que não pegara o contato da vovó, mas que com certeza havia feito contato de memórias que produziram um final feliz. Hoje criança, amanhã vovó, mas Psicopedagogia fazendo parte da vida das duas.