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O que podemos esperar da F1 em 2021? – Parte 4

Ferrari, Red Bull e Mercedes, cada uma à sua maneira, protagonizarão grandes histórias ao longo do ano.

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|FOTO: RedBull/facebook|
Rui Barbosa

Para finalizar nossa análise sobre as expectativas em torno das equipes para a temporada de 2021 da Fórmula 1, hoje eu falo sobre as equipes restantes. Ferrari, Red Bull e a atual campeã, a Mercedes.

FERRARI

Equipe mais tradicional do grid, a Ferrari teve em 2020 uma das suas piores temporadas de toda a história na F1. A equipe amargou uma 6° colocação no campeonato de construtores, conquistando apenas 3 pódios. Um desempenho tão ruim não acontecia desde 1980, quanto o time ficou em 10° lugar no mundial de construtores, sem marcar um único pódio, sequer.

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Para quem não se lembra: a Ferrari tinha um motor com um rendimento excepcional em 2019. No entanto, no fim do campeonato, a FIA identificou irregularidades nos motores do time. FIA e Ferrari celebraram um acordo cujos termos não foram divulgados, e a equipe italiana passou a correr com os motores dentro do regulamento. Para 2020, então, um motor com um déficit de potência em relação aos rivais, aliado a um carro com problemas de instabilidade relegaram os italianos às posições intermediárias.

O SF21, carro da equipe para este ano, tem algumas mudanças substanciais em relação ao modelo utilizado em 2020. O bico do carro é bastante diferente daquele visto no ano passado e, por se tratar da parte do carro que ‘ataca’ o ar primeiro, isso muda todo o caminho a ser percorrido pelo ar ao redor do carro. Ou seja, além da parte dianteira, os bargeboards (pequenas asas que ficam próximas à entrada dos radiadores do carro) e a suspensão traseira também passaram por uma revisão detalhada. Além, obviamente, do motor, que foi completamente revisto para recuperar parte do desempenho perdido nos anos anteriores.

Ao volante, a Ferrari conta com os serviços dos jovens Charles Leclerc e Carlos Sainz Jr. O monegasco vem para a sua quarta temporada na F1, a terceira com a escuderia italiana. Dono de duas vitórias, Leclerc é a esperança Ferrarista para tirar a equipe de uma incômoda fila de 14 anos sem títulos. O piloto do carro #16 é dono de um grande talento ao volante, mas ainda comete alguns erros – algo natural da inexperiência. Seu ponto forte são as qualificações aos sábados, onde Charles consegue extrair tudo que o carro pode lhe oferecer em uma volta rápida.

Carlos Sainz Jr., por sua vez, é mais experiente. Dono de 118 largadas na F1, o espanhol vai para a sua sétima temporada na categoria. O espanhol já pilotou por Toro Rosso, Renault e McLaren antes de chegar à Ferrari. Sua fortaleza é justamente o forte ritmo de corrida que ele consegue imprimir aos domingos, aliando uma boa leitura de corrida à uma excelente gestão dos pneus.

As expectativas neste ano são de que a equipe deixe de brigar com a Alpha Tauri pela 6° colocação entre os construtores e se aproxime da briga no segundo pelotão, composto por McLaren, Aston Martin e Alpine. Uma tarefa bastante inglória para uma equipe que perdeu tanto terreno em apenas dois anos.

RED BULL

Se existe alguma equipe em condições de tornar as coisas mais difíceis para a Mercedes nesse ano, essa equipe é a Red Bull.

A equipe dos energéticos afirma de boca cheia que eles nunca estiveram tão bem preparados assim às vésperas do início de um campeonato desde 2013 – ano em que o time conquistou seu último título de construtores.

O RB16B, modelo dos taurinos para este ano, traz algumas modificações em relação ao carro do ano passado, sobretudo no assoalho. Esta é uma peça crucial para um bom desempenho neste ano, em que os carros permanecem praticamente os mesmos.

Além de um chassi mais previsível, a Red Bull conta com mais um trunfo para este ano. A Honda, fornecedora de motores do time, deixa o esporte ao fim deste ano. Mas, se alguém pensava que essa decisão de abandonar a F1 significaria em um desleixo por parte dos japoneses… se enganou. A Honda adiantou as atualizações nos motores previstas apenas para 2022 e vai colocar o que tem de melhor na pista neste ano. Tudo para derrotar as Mercedes.

Max Verstappen e Sergio Perez serão os pilotos da equipe neste ano. Max já está com a equipe desde 2016, é a estrela do time, e o piloto responsável por incomodar Lewis Hamilton e Valtteri Bottas. Perez, por outro lado, fará sua estreia na equipe, e tem a missão de andar em um ritmo próximo ao do holandês, somar bons pontos para a equipe, e estar no lugar certo e na hora certa para se aproveitar de eventuais incidentes à sua frente para conquistar pódios e, até mesmo, alguma vitória. É a dupla de pilotos mais equilibrada que a equipe terá desde que Daniel Ricciardo deixou o time para pilotar para a Renault, ao final de 2018.

A expectativa aqui é alta. Será que veremos finalmente uma briga equilibrada entre as flechas de prata e o time das latinhas de energético? É o que todos esperam, no fim das contas.

MERCEDES

O time alemão é a equipe a ser batida no grid da Fórmula 1 atualmente. Desde 2014, quando a F1 adotou os motores híbridos e um novo regulamento aerodinâmico, a Mercedes empilhou vitórias, venceu todos os campeonatos de pilotos e construtores, e não deu chances à concorrência. Simplesmente implacável

O time mantém as mesmas bases fiadoras de tamanho sucesso. O carro da equipe para este ano, o W12, não traz grandes alterações em relação ao modelo que encerrou o campeonato anterior. A não ser, claro, pelo assoalho do carro, peça em que todas as equipes estão apostando suas fichas, graças às poucas mudanças no regulamento em relação ao ano anterior.

Ao volante dos carros, a equipe contará com o talento de Lewis Hamilton e Valtteri Bottas. O inglês, heptacampeão do mundo, vem quebrando todos os recordes da categoria e tem a missão de defender seu mais recente título mundial. O finlandês, por outro lado, tem a ingrata tarefa de ser companheiro de equipe de um piloto tão talentoso quanto Hamilton. Apesar de não conseguir acompanhar o inglês em ritmo de corrida, Bottas costuma impor mais dificuldades ao inglês aos sábados, em classificação.

O desempenho em pista não deve fugir muito daquilo que já foi apresentado em outros anos. A Mercedes – apesar dos problemas na pré-temporada – é quem deve dar as cartas ao longo do ano.

Outro ponto interessante a ser acompanhado ao longo da temporada, nos bastidores, é a atuação da equipe no mercado de pilotos. Tanto Hamilton quanto Bottas ficam sem contrato ao final do ano. Além dos dois, George Russell, piloto da Williams com um forte vínculo com a montadora alemã, também fica sem contrato ao fim desta temporada. O que será que vem por aí? Será que Hamilton irá pendurar o capacete ao final do ano? Só o tempo trará essa resposta para a gente.

Caso você queira entender quais as expectativas em relação às demais equipes do grid, você pode ler a parte 1, a parte 2 e a parte 3 desta série.

Bruno Pacheco / Portal Rondon

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