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E se você pudesse voltar no tempo?

O que é mais importante, nos apegarmos ao passado ou permitir-nos viver às incertezas do futuro?

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FOTO: Arquivo/ Portal Rondon
Velho Oeste

Quem nunca pensou em voltar em algum momento especifico da vida? Fazer aquele encontro acontecer, aceitar aquela oportunidade já perdida, ou tentar salvar a vida de alguém que amamos, seriam tantas as possibilidades… ou, se não para mudar, imagina como seria maravilhoso poder apenas reviver alguma lembrança, um dia alegre em família, uma viagem, um abraço…

Essa é a premissa do filme Questão de Tempo (2013). Ao completar 21 anos, Tim descobre que tem o poder de voltar no tempo, para qualquer momento passado da sua vida. As situações que se desencadeiam no desenrolar da trama são motivadas pela necessidade do protagonista entender seu dom, e a melhor forma de utiliza-lo. Afinal, como em todo e qualquer filme de viagem no tempo, as implicações futuras, ao se mudar o passado, podem ser imprevisíveis, confusas e até desastrosas.

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É nesse dilema enfrentado pelo protagonista que o filme nos faz mostrar mais do que os seus deslizes na sua jornada temporal, é em sua vida cotidiana que nos conectamos com o personagem, nos seus acertos e erros, no surgimento do primeiro amor, nos problemas com a irmã, em seu casamento, com o pai doente, enfim… com a vida, em seus bons e maus momentos.

E com tantas consequências em jogo, a pergunta que o filme parece nos fazer é: o que é mais importante, nos apegarmos ao passado ou permitir-nos viver às incertezas do futuro? É certo que poder voltar no tempo, tanto para consertarmos nossos erros, ou reviver intensamente os nossos momentos de maior glória, nos parece em um primeiro momento a melhor coisa que poderíamos ter. No entanto, não são justamente esses acertos e erros que nos constroem, que nos fazem ser o que e como somos? Mudá-los não seria mudar a nossa própria essência, deixando de lado todo o aprendizado que os acontecimentos passados trazem consigo?

É esse contraponto que a vida e a obra de Van Gogh, belamente representada no longa, Com amor, Van Gogh (2017) parece nos fazer refletir. No decorrer do filme, mais do que acompanharmos uma investigação sobre os motivos de sua morte, nos deparamos com uma ode à sua vida, sua profundidade, intensidade e a grande preocupação que tinha com o reconhecimento da beleza da humanidade. Assim, o pai da arte moderna, ao longo de sua curta trajetória como pintor, não apenas nos presenteou com obras maravilhosas, como também buscou nos fazer olhar com atenção e valorizar as pequenas coisas que nos cercam em nosso cotidiano.

Uma das frases mais marcantes do filme é dita pela personagem que interpreta Margaret Gachet, amiga de Van Gogh, segundo ela “Nenhum detalhe da vida era pequeno ou humilde demais para ele, ele apreciou e amou tudo”. Assim, podemos pensar que suas pinturas, tão magnificas e ao mesmo tempo tão simples, tinham como objetivo guardar esses pequenos instantes de vida, instantes esses que se tornam ainda mais lindos quando os rememoramos.

Assim, já que voltar no tempo não nos é possível, talvez o melhor que podemos fazer é apenas aproveitar o momento, mesmo as pequenas coisas. Ás vezes, o melhor mesmo é sermos livres para experimentar tudo de incrível que está ao nosso redor, mesmo diante da rotina que se impõe no nosso cotidiano. E tudo o que a vida nos pede, quem sabe, é que vivamos o nosso tempo presente.

Sicredi
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