Você precisa saber sobre dissonância cognitiva

A primeira vez em que ouvi falar na Teoria da Dissonância Cognitiva foi no início dos anos de 1990, no salão do Clube Concórdia, onde participei de uma atividade durante o curso de Administração de Empresas da antiga Faculdade de Ciências Humanas de Marechal Cândido Rondon (FACIMAR). Na época, me pareceu muito esquisita a ideia de alguém defender algo que é o oposto daquilo em que acredita.

Como assim?

Vou expor o caso de uma pessoa que pratica a dissonância cognitiva com exímia desenvoltura e pela qual tenho apreço. Vou chamá-la de “patriota”.

Até recentemente, em seu perfil do Facebook, o patriota mantinha uma foto em que estava enrolado na bandeira nacional. O retrato era de quando seguia patos amarelos pelas ruas da cidade, pedindo o fim da corrupção e o retorno da ditadura. Apagou. Naquela época, quando a Lei da Partilha prospectava ao Brasil enorme crescimento econômico e social a partir da descoberta do Pré-Sal, o patriota afirmava que o petróleo não tinha mais valor, porque rapidamente seria substituído por outra fonte de energia. Como consequência, defendia que a privatização das empresas nacionais seria boa para o Brasil.

Um combo de antipatriotismo!

Então a dissonância cognitiva do patriota tem a ver com o efeito manada?

Sim. Certamente.

Quando o patriota escolhe acreditar naquilo que parece ser verdade, porque parte de uma fonte que entende ser a mesma usada por aqueles que ele admira, isso vem ao encontro do desejo de fazer parte daquele grupo. Aí entram em cena as Fake News, que se encaixam perfeitamente neste caso do patriota, já que indicam uma mentira que ele gostaria que fosse verdade, porque vem de uma fonte de admiração e satisfação em fazer parte.

Então, nasce a alcunha de gado.

O patriota que sofre de dissonância cognitiva, aceita naturalmente ser chamado de gado.

Sou gado sim. E daí?!