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Deixando o perfeccionismo de lado: como um jogo de cartas pode mudar uma vida

Não existem momentos ou condições perfeitas, existe apenas o agora

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FOTO: Arquivo/Portal Rondon
Velho Oeste

Uma noite de sábado por mês, um grupo de amigos se reunia para jogar seu jogo de cartas favorito e que tinha o potencial de deixar qualquer um de cabelo em pé ou em completa euforia após uma grande vitória, a canastra. Esse grupo era formado por três casais, e eles sempre se combinavam para que um dos casais fossem os anfitriões da noite e preparassem comidas deliciosas para saborear durante o jogo, um casal trazia o baralho e o outro trazia bebidas, todos contribuíam com algo para essa noite especial.

Mas havia um casal que passava por alguns problemas… A mulher, nessas noites de jogos, costumava segurar as cartas na mão, montando uma canastra ali e se recusava a pegar o lixo com medo de sair no prejuízo, e o seu marido fazia o total oposto, pegava o lixo quase todas as vezes. A mulher ficava de cabelo em pé. E o perfeccionismo da mulher não acabava ali no jogo, ele se estendia por outras áreas de sua vida, incluindo seu casamento.

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Em uma dessas noites de jogos, a mulher, como era esperado, começou a segurar suas cartas na mão, montando um belo jogo apenas para si, os outros casais já estavam acostumados e perceberam o que estava acontecendo, mas permitiram que o jogo seguisse, e carta vai, carta vem, os outros casais foram pegando o lixo e formando suas canastras, seu marido pegou o lixo algumas vezes, mas não foram muitas porque dificilmente aparecia as cartas que ele precisava, mas sua mulher poderia ter pegado o lixo várias e várias vezes, pois estava com um jogo pronto na mão e um que tinha potencial, que precisava apenas de cartas que apareceram muitas vezes no lixo.

Seu marido, percebendo que estavam perdendo feio o jogo, pediu licença para poder conversar rapidamente com a esposa, e disse:

“Se você continuar tentando montar o jogo perfeito, perderá o jogo que tem na mão e um jogo ainda melhor que poderia ter, pare de segurar as cartas na mão e pegue o lixo.”

Ao ouvir isso, a mulher ficou pensativa, mas compreendeu o que seu marido queria dizer, ela estava alimentando tanto seu perfeccionismo que ficava paralisada e perdia pequenas oportunidades que, ao serem somadas, poderiam render resultados surpreendentes.

Os dois voltaram para a mesa e o jogo continuou. Logo, apareceu uma carta que dava “match” com seu jogo, e o lixo já estava com muitas cartas acumuladas, ela se lembrou das palavras de seu marido e decidiu ouvir seu conselho, ela pegou o lixo.

Finalmente colocou na mesa aquele jogo que vinha segurando na mão, conseguiu fazer um jogo ótimo daquele que tinha potencial e formou várias outras combinações que melhoraram bastante o jogo do casal, eles não ganharam a partida ou o jogo inteiro, mas a mulher levou consigo uma lição valiosa, e a aprimorou com o tempo, aprendeu a avaliar os custos e os benefícios de pegar o lixo ou não, e percebeu que essa lição poderia ser muito aproveitada nas outras áreas da vida dela. Então, foi lá e aplicou, começando com seu casamento.

O marido já estava feliz por ela ter ouvido seu conselho, e percebeu que suas palavras corroboraram positivamente para ela e para o relacionamento dos dois, pouco a pouco ela foi relaxando e se arriscando um pouco mais, e ele notou que poderia ser um pouco mais cauteloso também.

Juntos, eles construíram uma relação mil vezes mais agradável e satisfatória. Seus amigos perceberam essa mudança e se alegraram junto com eles. A noite da canastra ficou mais leve e prazerosa, com direito a algumas piadas descontraídas que renderam boas gargalhadas.

E o que aprendemos com essa história?

Não existem momentos ou condições perfeitas, existe apenas o agora, e cada milésimo de segundo é uma nova oportunidade de fazer tudo valer a pena.

Com amor,

Maísa.

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