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Bolão do Oscar 2021

Quem pode ganhar nas principais categorias do Oscar e quem merece cada estatueta

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Gramado Presentes

A premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, o famoso Oscar, terá uma de suas mais atípicas edições de todos os tempos. A pandemia de COVID-19 afetou drasticamente a produção cultural em todos os países do mundo e, por consequência, obrigou as premiações a adotarem novas regras.

A premiação que ocorrerá neste domingo (25 de abril) será híbrida, ou seja, ocorrendo em diversos locais em simultâneo por causa das exigências sanitárias. Então, nem mesmo o tapete vermelho será da mesma maneira que estamos acostumados. Além disso, puderam concorrer filmes que foram exibidos somente na internet, já que muitas salas de cinema permanecem fechadas e sem previsão de retorno pleno do público. Isso fez com que os indicados contemplassem mais a diversidade, sendo o primeiro Oscar da história com mulheres, no plural, concorrendo aos prêmios principais.

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Detalhamos os favoritos das principais categorias e, em alguns casos, os principais merecedores da estatueta que, por algum motivo, não serão agraciados.

MELHOR FILME

Divulgação

A principal categoria do Oscar tem três filmes que considero nota 10,0: “O Som do Silêncio” (leia a crítica completa aqui) , “Meu Pai” e “Nomadland”. Mas são fortes concorrentes também “Os 7 de Chicago” e “Mank“, apesar de não serem tão bem feitos, são bastante impactantes e costumam ter sucesso no gosto dos membros da Academia.
Tudo aponta para “Nomadland” ser o grande filme vencedor deste ano e se houver justiça nesta premiação, será. Um trabalho primoroso, quase documental, mas que tem a dramaticidade no ponto certo ao mostrar a realidade nada deslumbrante de muitos americanos que vivem de forma nômade. O sonho americano talvez nunca terá acalanto no sono dessa parte da sociedade que muitos ignoram ou não querem ver. 

MELHOR DIREÇÃO

Foto: Chloé Zao (Divulgação)

Há uma estranha separação nos critérios do Oscar. A categoria de Melhor Filme tem um sistema diferente de contagem de votos das demais premiações, o que acaba gerando surpresas bastante desagradáveis. Às vezes, o melhor filme do ano é, de fato, premiado na categoria de Melhor Direção, deixando a injustiça acontecer na hora de revelar o vencedor da categoria mais cobiçada da noite. Algo como premiar a melhor orquestra na categoria de melhor maestro. Coisas do Oscar.
Este ano, porém, será muito difícil de não ter uma dobradinha para “Nomadland”. Chloé Zhao tem tudo para ser a segunda mulher na história a ganhar o Oscar de Melhor Direção. Premiar essa diretora é mais do que merecido, pois seu trabalho é profundo, detalhista, preciso, encontrando a verdade em cada cena e com uma mão bastante suave na escolha de planos e também de dramaticidade.


MELHOR ATRIZ

Foto: Viola Davis (Divulgação)

Esta é uma das categorias mais difíceis de se arriscar um palpite. Quase todas as indicadas tem chance real e suas interpretações foram magníficas. Todas elas ganharam prêmios importantes como o BAFTA e Globo de Ouro, o que indica o quanto está disputada a estatueta para Melhor Atriz esse ano.

A interpretação bastante teatral de Viola Davis tem um destaque à mais, por isso é a principal aposta. Mas talvez não leve por ela ter sido vencedora ano passado e, sabe-se lá porquê, isto é um critério relevante para os membros da Academia. Mas não seria nenhuma injustiça o Oscar parar nas mãos de Frances McDormand (Nomadland).

MELHOR ATOR

Foto: Chadwick Boseman (Divulgação)

O páreo seria muito duro contra Anthony Hopkins (Meu Pai), que entregou uma das melhores performances de sua carreira, se “A Voz Suprema do Blues” não fosse o último trabalho da vida de Chadwick Boseman. É triste saber que não teremos atuações brilhantes de Boseman como a que ele entregou neste filme. A atuação teatral, a entrega em cada performance, o controle emocional, a poesia corporal, até mesmo o sotaque justificam o prêmio para este ator que nos deixou tão cedo ao perder sua batalha contra o câncer. Promete ser um prêmio emocionante pela homenagem e também pela justiça de tamanha performance em tela.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Foto: Maria Bakalova (divulgação)

“Borat: Fita de Cinema Seguinte” não é um filme que agradou muitas pessoas. Exige um público bastante específico para apreciar essa forma de fazer humor. Mas é inegável que Maria Bakalova tem uma atuação desconcertante, sobretudo no momento em que faz o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, ser pego com as mãos dentro das calças, literalmente. Cena de muita vergonha alheia, mas que é impactante sobretudo para o público dos Estados Unidos e conta muitos pontos para o júri da Academia.

Surpresas também podem acontecer. Glenn Close (“Era uma vez um Sonho”), Olivia Colman (“Meu Pai”) e Yuh-Jung Youn (“Minari”) estão muito bem e não seria nenhuma injustiça caso qualquer uma delas tirasse o troféu de Bakalova. 


MELHOR ATOR COADJUVANTE

Foto: Daniel Kaluuya (Divulgação)

Na categoria de atores coadjuvantes, temos três atores negros indicados. Sendo que dois deles, Daniel Kaluuya e LaKeith Stanfield foram indicados como melhor coadjuvantes pelo filme “Judas e o Messias Negro”. Claramente uma manobra, já que são as produtoras que inscrevem os nomes e as respectivas categorias que estes irão concorrer. Daniel Kaluuya é claramente o protagonista do filme, afinal a história gira sobre seu personagem. Com isso, o tempo de tela deste ator, que sem dúvida está muito bem, é consideravelmente maior do que o de seus concorrentes e por isso é franco favorito para Melhor Ator Coadjuvante. Paul Raci, por “O Som do Silêncio” corre por fora.

MELHOR FILME INTERNACIONAL

Foto: Divulgação

A antiga categoria “melhor filme em língua estrangeira” tem bons concorrentes, mas nenhum à altura do dinamarquês “Druk: mais uma rodada”. É uma injustiça imensa que este filme não esteja disputando também a categoria de Melhor Filme. Mas seria demais para a Academia premiar dois anos seguidos um filme não produzido em solo americano. “Quo Vadis, Aida?” corre por fora, mas seria uma zebra daquelas inacreditáveis.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

Foto: Divulgação

A disputa aqui é pesada entre “Nomadland” e ‘Meu Pai”. O fato de ser “Meu Pai” o grande vencedor do BAFTA deste ano dá uma pista que talvez o feito se repita no Oscar. Nenhuma injustiça se qualquer um desses dois levar a estatueta. Até porque seus concorrentes são muito fracos em matéria de roteiro (concorrem com “Tigre Branco”, “Borat” e “Uma Noite em Miami”.

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Foto: Divulgação

“Bela Vingança” é daqueles filmes que a gente se pergunta o porquê foi indicado para qualquer coisa numa premiação. Filme com severos problemas de execução e escolhas bastante questionáveis de cenas e pós-produção. Mas é inegável que possui um forte roteiro e que levanta questionamentos relevantes sobre a condição de extrema violência de gênero que as mulheres enfrentam em quase todo o mundo. Um filme mais polêmico do que bom, mas franco favorito na única coisa que se destaca que é seu roteiro.

MELHOR ANIMAÇÃO (LONGA)

Foto: Divulgação

Esta categoria dificilmente premia qualquer outra produção quando se tem Disney/Pixar como concorrente. “Soul” é, além de seus méritos próprios, o franco favorito por ter o selo de qualidade destas produtoras. Os demais concorrentes são excelentes, mas nenhum tem a mesma qualidade, prestígio e impacto que “Soul” possui.

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