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Crônica: Ouro
Crônica é um gênero literário curto e narrativo que aborda eventos do cotidiano, experiências pessoais e reflexões, muitas vezes com um tom informal e subjetivo, visando entreter, informar ou provocar reflexões no leitor
Em 1970, era a semana da colheita da hortelã, meu pai com seus 20 anos, em uma noite de verão avistou uma luz que flutuava baixo por sobre a plantação de hortelã que havia cultivado. Ele estava sentado na varanda de casa, e uma “bola” luminosa voava bem baixo perto dele, depois foi em direção do mato, e ao lado de uma árvore grande desapareceu.
No outro dia de manhã tomou um rápido chimarrão, foi até a árvore ver o que tinha acontecido, e não encontrou nada, não havia sinal algum que pudesse identificar aquela luz, veio na lembrança uma velha história que os antigos contavam, que “onde tem bola de fogo que voa, tem ouro enterrado”.
Passados alguns anos, em 1983, aquela região já estava desabitada para dar espaço ao Lago da Itaipu, e ele tinha certeza de que embaixo daquela grande e velha árvore havia ouro escondido.
Num domingo de verão, depois do almoço, reunimos com os amigos para uma visita no lago que ainda era uma novidade, e o assunto foi “uma bola de fogo que tinha sido visto na região da linha Apepú”.
O compadre Edgar, que tinha uma motosserra, junto com o meu pai que tinha um enxadão, pegaram caminhão Ford azul, e foram para a linha Apepú.
A região estava abandonada, tomada pela “quiçaça”, o capim bloqueava a passagem na estrada, e o Fordinho conseguiu passar tranquilo, chegamos em um lugar abandonado, e ali estava uma árvore de cinamomo com aproximadamente seus vinte metros de altura.
Mesmo sem ter muita experiência, cortaram uma forquilha e caminharam ao redor daquela árvore, e misteriosamente a ponta daquele galho começou a tremer e apontar para debaixo da árvore.
A motosserra “comeu solta”, depois que o serviço de derrubar a árvore e cortar suas raízes foi feito, começaram de escavar o solo com o enxadão. Num repente o motivo de felicidade aconteceu, o enxadão bateu sou algo rígido, algo sólido estava ali, e pelo tamanho 5kg de ouro.
Foram escavando e limpando o solo ao redor, e removeram do chão vermelho uma “bala” de canhão, tinha uns 12 centímetros, possivelmente deveria de estar aí há anos, ou quem sabe séculos, podendo até ser da “Guerra Brasil e Paraguai”.
A bala de canhão foi entregue para um conhecido e hoje possivelmente, é uma que está exposta no museu de Porto Mendes.
Autor: Gelsiney Schell