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Covid-19 e a terceira idade

O tempo que vivemos traz grandes desafios para nós

Publicado

em

Martin Luther – Enem

Muita experiência, sabedoria e vida. A maioria deles sempre têm histórias para contar. Respeito e honra são sentimentos que precisamos dispensar a eles em nosso relacionamento. Independência e supervisão é necessário para uma vida com qualidade. O assunto de hoje será sobre os idosos.

O tempo em que vivemos traz grandes e novos desafios para todos nós, principalmente para as pessoas da terceira idade. Isso acontece porque, ultimamente, o número de pessoas acima de 60 anos aumentou drasticamente.

Funerária Alemão

A “população acima de 60 anos representa hoje 13,5% dos brasileiros; projeções indicam que essa fatia vai saltar para 24,5% em duas décadas e meia”. Em outras palavras, em 20 anos, os idosos serão ¼ da população em nosso país. Na prática, isso quer dizer que a qualidade de vida está aumentando e, com ela, a longevidade. Esses dados são positivos, mas trazem consigo algumas preocupações, principalmente nesse tempo de pandemia.

Em nossa região, os idosos possuem uma vida ativa. Clubes de terceira idade, sociedades de senhoras, grupos de igrejas, associações de bairro e prefeitura. Isso, sem contar os idosos que possuem seus grupos de amigos que se encontram semanalmente para jogar baralho. Todos esses momentos, nesse tempo de Covid-19, foram drasticamente interrompidos. As atividades foram paralisadas e nos tornamos reclusos. Isso tem um efeito emocional devastador, principalmente na população acima dos 60 anos. Eles necessitaram de maneira significativa se reinventar na velhice e a configuração que eles tinham de vida social está interrompida. Tristeza, apatia e depressão são consequências desse período. É claro que precisamos lembrar que esse grupo social naturalmente está vulnerável a tudo isso dadas as devidas condições esse processo se torna acelerado.

Outro fator de risco para a terceira idade são as crianças. Isso se dá pelo fato de que, tanto crianças quanto idosos se tornam vítimas do Covid-19 de forma cruel. As crianças, porque não têm noção plena dos cuidados e riscos de contágios e os idosos, porque possuem um sentimento de invulnerabilidade com relação a qualquer doença, quanto mais a essa ameaça invisível.

Com as creches e escolas fechadas, os avós, tias e madrinhas de mais idade passam a ser a alternativa favorável para que as crianças sejam cuidadas durante o período em que os pais estão lutando pelo sustento. Mesmo com a vacinação prioritária para esse grupo, o medo e a sensação de impotência ainda existe. Precisamos lembrar que, em se tratando de idosos, as explicações precisam ser constantes, didáticas e claras, e o processo da confiança e credibilidade de quem fala é mais do que 50% do processo de assimilação da informação.

Também com relação aos idosos, precisamos entender que estamos falando de uma geração não familiarizada com a tecnologia. Na verdade, eles até são resistentes a tudo isso. Diferente dos adolescentes e crianças, os idosos ficam perdidos com equipamentos com muitos botões, quanto mais com equipamentos “touch screen”. Grande parte do entretenimento que existe para esse período da quarentena está ligada ao mundo digital, o que faz com que a maioria dessa fatia da população de 13,5% fique excluída.

Em nossa região, Oeste do Paraná, possuímos uma tradição religiosa muito intensa. A imigração alemã trouxe o protestantismo com suas diferentes vertentes de Igrejas históricas. Cerca de 60% dos fiéis, de maneira geral, são de idosos e apesar de estarmos realizando culto, uma das restrições principais é que os idosos não participem das celebrações. Por esse motivo, é necessário reinventarmos o processo litúrgico. Temos, diante de nós, inúmeros desafios. Desafios sociais, familiares e religiosos, teremos que nos adaptar a uma nova forma de conviver e viver com aquilo que para nós era simples. Mas vale ressaltar que, se cada um fizer a sua parte, em breve estaremos juntos e com abraços de ternura.

Reverendo Mário Alberto M. de Melo é Terapeuta, Professor Capelão Escolar, Pastor na Congregação Luterana Alvorada – IELB – MCR-PR. Formado em Teologia, Pós Graduado em Psicologia. Especialista em Transtornos de Personalidade, Especialista em cuidados paliativos e sistematizador do conceito de Grace Theo Therapy. E-mail para contato: [email protected].

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