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É possível viver sem problemas?

Mesmo que você não tenha verbalizado a pergunta acima, com certeza já pensou nela

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FOTO: Arquivo/Portal Rondon
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A maioria das pessoas gostaria de viver sem nenhum problema. Reconectar-se com um paraíso imaginário é o que está por trás dessa pergunta. Imaginar que isso é possível é uma utopia.

Obviamente que a ilusão da ausência de problemas na vida humana é algo que precisa ser trabalhado dentro de cada um de nós e é isso que quero levar você a refletir.

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Existe o ideal e o real

O ideal é aquilo que imaginamos e está tudo bem idealizarmos a vida. Contudo, é preciso compreender que o ideal nem sempre é possível. Isso porque o ideal não depende apenas de mim e sim de uma série de fatores, circunstâncias, eventos e pessoas para que ele aconteça. O ideal começa dentro de cada um de nós. Porém, seus desdobramentos fazem parte de um todo coletivo do qual estamos inseridos e, muitas vezes, nem percebemos. Diante dessa circunstância, temos o real, que é, na verdade, aquilo que estamos vivendo. Acredito que o caminho saudável para o ideal que está dentro de cada um de nós; está nas sábias palavras do filósofo e educador Mário Sérgio Cortella: “Faça o seu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda.”

A grande questão da vida está muito mais ligada à maneira como encaramos os problemas que ela nos permite viver. Diante de qualquer problema, podemos reagir de diversas formas. Entre elas:

1- Fuga: A fuga dos problemas talvez seja a estratégia a curto prazo mais eficaz e mais primitiva em nosso pensamento. O rato, quando está encurralado pela cobra, instintivamente foge. Contudo, ele não consegue perceber que não existe apenas uma cobra em toda a natureza. Logo, mesmo que essa estratégia seja eficaz, ela é uma resposta a curto prazo, pois a alguns metros do encontro mortal pode existir uma ninhada de cobras, que levaria a um destino fatal para o rato.

2- Ataque: O ataque aos problemas é uma reação natural e de resposta imediata. Quando nos sentimos cercados por um problema, podemos, em uma explosão de fúria atacar. No entanto, é preciso lembrarmo-nos de que, diante de cada ação que tomamos, existe uma reação de mesma força e intensidade oposta. E, apesar de parecer nobre e valente, a que se levar em conta o tamanho do oponente bem como sua força e capacidade de revidar antes de atacarmos.

3- Paralisação: A Paralisia é uma reação comum diante do problema. Porém, muito perigosa. Isso porque ela dá ao oponente (problema) a possibilidade de agir enquanto se está parado. Na verdade, a paralisia é uma reação muito vantajosa para o oponente (problema), o que de maneira imediata irá prejudicar muito mais do que ajudar.

4- Ressignificação: A ressignificação do problema é um dos caminhos mais eficientes e eficazes, porque ela aponta múltiplas saídas e mecanismos para não cometermos o mesmo erro de maneira consciente. O processo da ressignificação passa pelo questionamento do problema que estamos passando. Perguntas como: Por que estou vivendo essa situação? Qual a minha parcela de culpa nisso em que estou vivendo? Por que essa situação tem sido recorrente em minha vida?, nos ajudam no processo de ressignificação.

Uma vez que o questionamento tenha sido realizado, precisamos avançar em direção à análise crítica do problema. Nessa fase, perguntas como: O que aprendi com essa situação? Como essa situação transformou minha vida de maneira positiva? Quais as lições práticas que aprendo com esse problema que consegui transpor? Todas essas perguntas nos auxiliam no amadurecimento da vivência enfrentada.

Por fim, necessitamos ir para a prática. Em outras palavras, tomarmos posição frente a tudo que analisamos. Perguntas como: O que depende de mim para que essa situação mude? Quanto tempo preciso agir para que essa situação seja revertida? Quanto de recursos emocionais preciso aplicar para que a mudança aconteça? Possuo esses recursos? Preciso busca-los? Essas perguntas norteiam a prática da ressignificação do problema.

Dessa forma, entendemos que os problemas são orgânicos e fazem parte da nossa vida. Contudo, a maneira como nos posicionamos diante deles é que faz a diferença. É claro que nenhuma situação dura para sempre, seja ela positiva ou negativa. Precisamos aprender a viver cada momento e cada etapa da vida, compreendendo que elas fazem parte da nossa evolução emocional.

Mario M. de Melo é formado em Teologia, pós graduado em Psicologia. Especialista em transtorno de personalidade. Professor, Pastor, Capelão e Terapeuta. Idealizador do conceito de Grace theo therapy.

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