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Covid-19

Com casos em alta, Ministério da Saúde reduz distribuição de testes para Covid

Enquanto número de infectados aumenta no país, pasta diminui quantidade de exames em repasses para os estados

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O Brasil teve o maior número de casos positivos para a Covid-19 em apenas um único dia, na quarta-feira (23/6), com 115.228 notificações. O novo recorde quebrou o anterior, que também ocorreu recentemente (no dia 18, houve 98.832 casos registrados). Mesmo em meio à alta de confirmações documentadas, entretanto, a quantidade de testes para diagnóstico distribuídos pelo Ministério da Saúde vem caindo mês a mês.

Desde fevereiro deste ano, a distribuição de exames do tipo PCR e rápidos pelo Ministério da Saúde só diminui. Dados da plataforma de monitoramento da pasta mostram que, em fevereiro, foram distribuídos 2.696.928 testes – até o momento, o mês com o maior número de distribuição neste ano. Em junho, segundo o dado mais atualizado disponível, a pasta forneceu apenas 507.764 testes. Neste mês, o quarto pior em óbitos desde o começo da pandemia no país até agora, foram registrados 1.697.929 casos e 46.350 mortes.

Dr. Pedro Wild

Dos 33.014.443 exames para diagnóstico distribuídos desde o início da pandemia, 21.217.248 são do tipo PCR e 11.797.195, de análise rápida.

Problemas com a logística de distribuição têm sido constantes durante a pandemia. Em maio, o Metrópoles apurou com a pasta que 1,7 milão de exames RT-PCR perderam a validade antes de terem sido enviados para as unidades da Federação (UF). Na ocasião, o Ministério da Saúde afirmou que eles seriam “substituídos sem custo”. Os novos testes não chegaram até hoje.

Cada exame custou aos cofres públicos R$ 42, segundo informação enviada pelo Ministério Público Federal à CPI da Covid-19. O desperdício foi de cerca de R$ 71,4 milhões.

Mauro Sanchez, epidemiologista da UnB, aponta que a testagem da população nunca teve a devida atenção como atitude aliada ao rastreamento e combate da pandemia no país.

“Se a atenção estiver toda destinada à abertura de leitos de Covid-19, por exemplo, e não tivermos o rastreamento através da testagem, é como se estivéssemos tentando apagar um incêndio sem jogar água na base do fogo. Não vai apagar, só minimiza o tamanho da chama”, explica.

Desde o início da pandemia, a testagem se destacou como uma ferramenta essencial para confirmar os casos e, principalmente, orientar as estratégias de políticas de saúde pública. A taxa de resultados positivos é um dos parâmetros usados para avaliar se o número de testes sendo realizados em um país está dentro do adequado.

Segundo dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (12/6), os exames no Brasil têm 30,2% de positividade. Sergipe é a UF com maior taxa, 46,7%. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere uma porcentagem máxima de 5% de resultados positivos, mantida por duas semanas, antes que medidas de flexibilização sejam implementadas. Os indicadores altíssimos são consequência do número pequeno de testes sendo feitos – normalmente, de pessoas com sintomas.

Segundo Sanchez, a testagem é fundamental para rastreamento, o que implica um atendimento primário de combate à propagação da Covid-19 no país. “Rastrear faz quebrar a cadeia de transmissão”, diz. Ele afirma que os esforços para vacinação devem estar juntos ao empenho de documentar e isolar os novos infectados.

“Desde o ano passado, estamos falando isso, e nunca foi priorizado. Testar é proteger a comunidade, inclusive, de novas mutações. Isso deve ser feito com outras medidas. É cortar o mal pela raiz”, conclui Sanchez.

Sobre como ficaram as distribuições de exames no lugar dos que venceram e por quais razões foram diminuídos os números de testes realizados, o Ministério da Saúde não havia respondido, até a publicação desta reportagem, ao e-mail enviado.

Com informações do Metrópoles

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