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Nasa retoma contato com a Voyager 2, sonda ‘perdida’ a 19 bilhões de km da Terra

Sonda explora planetas fora do Sistema Solar; agência espacial havia perdido contato com equipamento há cerca de duas semanas, após comando errado que inclinou sua antena.

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As sondas gêmeas Voyager 1 e 2 foram os primeiros objetos fabricados pelo ser humano a deixar o Sistema Solar — Foto: Nasa
lift training

A Nasa conseguiu restabelecer contato total com a distante sonda espacial Voyager 2 graças a um “grito interestelar” que endireitou a orientação de sua antena, informou a agência espacial dos Estados Unidos nesta sexta-feira (4).

O contato com a sonda havia sido perdido há cerca de duas semanas, depois de um comando errado que inclinou sua antena sutilmente (cerca de 2 graus para longe da Terra) e comprometeu sua capacidade de enviar e receber sinais.

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A Voyager 2 foi lançada em 1977 para explorar planetas externos. Atualmente, ela está a mais de 19,9 bilhões de quilômetros da Terra, muito além do Sistema Solar.

Não se esperava restabelecer contato total com a sonda até pelo menos 15 de outubro, quando estava previsto que a Voyager 2 realizaria uma manobra automatizada de realinhamento.

Mas, na terça-feira (1º), engenheiros conseguiram a ajuda de diversos observatórios terrestres que formam a Rede de Espaço Profundo (DSN, na sigla em inglês) para detectar uma onda portadora ou um “batimento cardíaco” da Voyager 2, embora o sinal ainda fosse muito fraco para que fosse possível ler os dados que transportava.

Em uma nova atualização nesta sexta-feira (4), o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL, na sigla em inglês), que construiu e opera a sonda, disse que teve êxito em um esforço de longo alcance para enviar instruções que endireitaram a nave.

As instalações da Rede de Espaço Profundo da agência de Camberra, na Austrália, enviaram o equivalente a um “grito interestelar”, informou o laboratório.

“A Rede de Espaço Profundo utilizou o transmissor de maior potência para enviar a ordem e programou seu envio durante as melhores condições da passagem de rastreamento da antena, a fim de maximizar a possível recepção da ordem pela nave espacial”, declarou à AFP Suzanne Dodd, diretora do projeto Voyager.

“Com um tempo de luz unidirecional de 18,5 horas para que as instruções chegassem à Voyager, os controladores da missão demoraram 37 horas para saber se a ordem havia funcionado”, acrescentou o JLP.

A sonda começou a devolver os dados científicos e de telemetria às 12h29 no horário do leste dos Estados Unidos de 4 de agosto (11h29 no horário de Brasília), “indicando que está operando normalmente e que permanece em sua trajetória esperada”, disse o JPL.

Farol da humanidade

A Voyager 2 no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, antes do encapsulamento no invólucro protetor que protege a sonda — Foto: AP Photo/NASA, File
A Voyager 2 no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, antes do encapsulamento no invólucro protetor que protege a sonda — Foto: AP Photo/NASA, File

A Voyager 2 abandonou a bolha magnética protetora proporcionada pelo Sol, chamada de heliosfera, em dezembro de 2018, e atualmente está viajando pelo espaço entre as estrelas.

Antes de deixar o sistema solar, explorou Júpiter e Saturno, e se converteu na primeira e até agora única nave espacial a visitar Urano e Netuno.

A Voyager 1, gêmea da Voyager 2, foi a primeira sonda da humanidade a entrar no espaço interestelar, em 2012, e atualmente se encontra a quase 24 bilhões de quilômetros da Terra.

As duas naves Voyager carregam “Golden Records”, discos de cobre dourado de 30 centímetros destinados a transmitir a história do planeta aos extraterrestres.

Atualmente, as duas sondas continuam transmitindo dados científicos, mas espera-se que suas baterias se esgotem em algum momento a partir de 2025.

Depois, elas continuarão vagando pela Via Láctea, provavelmente pela eternidade, em silêncio.

Sicredi
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