Policial e Trânsito
7 paraguaios são resgatados em condição análoga à escravidão em uma plantação de mandioca no Paraná
Segundo o Ministério Público do Trabalho, os trabalhadores moravam em um alojamento em situações precárias na área rural
Sete trabalhadores paraguaios foram resgatados em condições análogas à escravidão, em um alojamento em uma plantação de mandioca, em Pérola, a 50 quilômetros de Umuarama, no noroeste do Paraná, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT).
O resgate foi realizado na segunda-feira (3) na área rural com apoio do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFRON).
De acordo o procurador do MPT, André Vinicius Melatti, o local onde os trabalhadores moravam, além de não ter nenhum tipo de segurança e higiene, eles não recebiam corretamente.
“Eles recebiam R$ 50 por semana porque o empregador descontava alojamento, água, luz, comida e até instrumentos de trabalho, inclusive o transporte”, falou.
Segundo o promotor, as vítimas viviam em situações precárias e não tinham infraestrutura adequada para morar.
“Eles estavam sem alimentação, sem energia elétrica nos chuveiros, colchões no chão tudos sujos”, disse.
Dois trabalhadores conseguiram fugir do alojamento e retornar o país vizinho.
Os trabalhadores foram acolhidos pelo Acolhimento Institucional (Apromo) de Umuarama e serão encaminhados para o país de origem.
Responsáveis
O primeiro passo das investigações é identificar todos os responsáveis do processo de produção da plantação, onde trabalhavam.
“Com o tempo vamos individualizando as responsabilidades. Chamaremos todas as pessoas físicas ou jurídicas envolvidas e tentamos fazer os pagamentos para esses trabalhadores”, falou.
Até a publicação desta reportagem, o g1 não conseguiu localizar a empresa responsável pela contratação.
7 paraguaios são resgatados em condição análoga à escravidão em uma plantação de mandioca em Pérola, diz MPT — Foto: MPT/ divulgação
Acordo
Segundo o promotor, os trabalhadores estão recebendo acompanhamento e o valor emergencial será somado para ser entregue.
“Estamos em contato com o consulado do Paraguai para que eles possam fazer uma orientação e até a emissão de carteira de trabalho para que eles façam o trabalho regularmente aqui no Brasil”, falou.
O caso está sendo investigado.