Policial e Trânsito
Caso Thiaguinho: IML não consegue identificar causa da morte, indícios apontam o afogamento
Parque onde ele estava com a mãe e o namorado dela está interditado desde 2016
O laudo de necropsia feito pelo Instituto Médico-Legal (IML) no corpo do bebê Thiago Rocha, de dois anos, encontrado em um ribeirão distante 9 quilômetros do parque onde desapareceu em Londrina, norte do Paraná, não identificou a causa da morte.
O resultado, dado como inconclusivo, foi divulgado nesta sexta-feira (28) pelo delegado João Reis, da Delegacia de Homicídios de Londrina, que investiga o caso.
De acordo com a Polícia Civil, Thiago estava com a mãe e o namorado dela no parque, administrado pela prefeitura da cidade, mas desativado desde 2016. A entrada no ponto de lazer é proibida.
Em depoimento, o casal disse que deixou o menino no carro enquanto organizava os objetos para ir embora. O g1 tenta contato com a defesa deles.
Quando estavam a dois quilômetros do parque, já no trajeto de volta para casa, a mãe percebeu a ausência do filho. Ela e o namorado retornaram e não encontraram mais o bebê.
As buscas feitas pelo Corpo de Bombeiros duraram uma semana até o corpo ser encontrado no Ribeirão Três Bocas, na região rural de Londrina.
Falta de respostas
A morte de Thiago é investigada pela Delegacia de Homicídios, que ainda não concluiu o inquérito. O delegado João Reis explicou que aguarda exames complementares do Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba.
O IML informou à RPC que ainda não há uma data para conclusão dessas análises, mas que “peritos já foram designados” para o caso.
O objetivo é descobrir se Thiago morreu ao cair no ribeirão ou se ele foi morto antes.
Exames preliminares feitos no IML de Londrina no mesmo dia que o corpo foi achado indicaram que Thiago não teria sido violentado.
Segundo a polícia, ninguém foi indiciado ou preso até o momento.
O casal
Em depoimento à polícia, a mãe da criança e o namorado dela afirmaram que começaram a se organizar para ir embora do parque, e deixaram o menino no carro.
No trajeto para casa, a dois quilômetros do parque, a mãe notou que o filho não estava no veículo. Ao retornar, ela e o namorado não encontraram o bebê. Uma mulher que passava pela região acionou o Corpo de Bombeiros, que iniciou as buscas no mesmo dia.
O delegado não adiantou se o casal será indiciado, mas antecipou algumas possibilidades.
“Na conclusão do inquérito, teremos duas possibilidades em tese: homicídio culposo, aquele que não tem intenção de matar, ou até mesmo uma fatalidade”.
Sem marcas de agressão
De acordo com o delegado João Reis, o laudo de necropsia não constatou fraturas, sinais de violência sexual ou marcas de agressão no corpo da criança, confirmando o que apontou o IML em uma perícia preliminar.
As constatações, conforme Reis, reforçam a versão de que Thiago teria caído de um barranco.
“Se você entrar no parque, a rodovia vai estar nas suas costas, ou seja, tudo escuro. Olhando de frente para o lago, do lado oposto é possível ver luzes de duas casas. Pode ser que a criança, quando saiu do carro e viu tudo escuro, foi em direção às luzes, ou seja, ao barranco”.
Parque
O Parque Daisaku Ikeda foi interditado pela Prefeitura de Londrina após ser parcialmente destruído por chuvas em 2016. Desde então, o Município ainda não encontrou uma maneira de reabrir o local.
Corpo foi encontrado por uma equipe do Corpo de Bombeiros em Londrina (PR) — Foto: Patrícia Piveta/RPC
Três dias após o bebê Thiago Rocha ter desaparecido, a Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) enviou ofícios em 13 de junho à Secretaria de Obras e a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) cobrando a elaboração de um projeto de revitalização do espaço e “a imediata execução de cercamento e interdição das duas entradas do parque”.
O documento foi obtido pelo g1.
Em resposta à Sema, a CMTU informou que poderia contribuir “com a implantação de placas de sinalização”, mas, para isso acontecer, seria importante “a Sema determinar quais os dizeres e locais, bem como solicitar a confecção das mesmas à presidência da companhia”.
A Secretaria de Obras ainda não se manifestou sobre o pedido.