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‘Tímida, dedicada, forte, menina de ouro’: saiba quem era Pietra Medeiros, campeã de futsal que morreu em SP

Atleta tinha 20 anos e sofreu de hepatite fulminante; apesar de transplante de fígado, não resistiu e morreu na sexta-feira (19)

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| Foto: Arquivo pessoal|
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Tímida, dedicada, forte, uma “menina de ouro”: é assim que a mãe e a coordenadora de time descrevem Pietra Medeiros, campeã de futsal que morreu na última sexta-feira (19) vítima de uma hepatite autoimune fulminante em São Paulo.

Integrante do Taboão Magnus, em Taboão da Serra, região metropolitana de São Paulo, Pietra começou a jogar futebol aos 7 anos, depois que o irmão mais novo foi matriculado em uma escola local. Dali, passou para as categorias de base do Magnus, criado em 2009, e só cresceu: aos 16 anos, já integrava o time profissional do clube.

Ótica da Visão

“Com 16 anos iniciou no profissional, a jogar junto com as meninas do profissional. O titulo mais recente delas foi a Libertadores, na Bolívia. [Ela] foi até destaque da base que estava ali”, relatou a mãe da jogadora, Patrícia Medeiros Domingues, ao g1.

“A Pietra sempre foi muito dedicada, correta, justa nas coisas que fazia – chegava antes dos treinos e ia embora depois. Ela tinha essa dedicação muito forte”, descreveu.

Descrita pela mãe como tímida, mas cativante e com um “sorrisinho de canto”, a jovem amava o futsal e desejava promover tanto o esporte quanto a modalidade feminina dele. Só nas categorias de base, disseram os pais, ela somou 15 títulos.

“Como jogadora, a gente não tem muito o que falar dela: sempre foi um talento, desde os 10 anos, sempre jogou acima das média de todas as meninas. Com 16 anos, já subiu para jogar no profissional. Ganhou tudo o que você pode imaginar na categoria de base: sub-13, 15, 16, 17, 18 – ganhou todas as competições”, relatou a coordenadora do Taboão Magnus, Priscila Silva, ao g1.

Na equipe adulta, profissional, foram pelo menos mais nove títulos: duas Supercopas, duas Copas do Brasil, o Novo Futsal Feminino Brasil (NFFB), a Libertadores e mais três campeonatos paulistas.

“Ela lutava a favor do esporte, do futsal feminino, que é tão pouco divulgado, tem tão pouco incentivo. Isso é um legado que eu acho que ela queria muito ter deixado. Ela brigava muito por isso, porque era o que amava fazer”, contou o pai de Pietra, Adriano Pires, à reportagem.

Apesar de tímida, Adriano também afirmou que a filha sempre ajudava as colegas em quadra, com palavras de apoio. E as viagens frequentes também não a intimidavam: a saudade maior era dos pets, que Pietra chamava de “filhos”. Fora das quadras, a jovem estudava psicologia.

“Ela amava muito as meninas, as companheiras de clube, as treinadoras, sempre foram as mesmas desde o início, viram toda a trajetória. A gente sabia que ela amava estar ali naquele lugar”, conta Patrícia.

Não à toa – a história do Taboão Magnus se mistura com a de Pietra: a camisa 27 do time chegou pequena para treinar, ainda trocando os dentes.

Priscila, a coordenadora do clube e ex-treinadora de Pietra, conta que a jogadora “odiava” quando treinos ou jogos eram cancelados, e vivia o mundo do futsal 24 horas por dia.

“Ela transformou a família dela para viver [o futsal] também – a família dela não era dela, era nossa”, diz. “Todo treino tinha alguém acompanhando ela – avô, avó. Até os 16 anos, a avó dela entrava no vestiário para amarrar o cabelo dela. Acabou que a avó parou de amarrar o cabelo de tanto que a gente zoava [fazia brincadeiras]” relata Priscila.

“Chegava sorrindo, com aquele sorrisão dela. Tudo estava bom. Se tinha que entrar no jogo no frio de 5ºC, ela entrava sem chorar. Fazia tudo o que a gente pedia. Sempre foi um exemplo de filha, um exemplo de aluna. Nesses dez anos em que ela estava com a gente, eu não me lembro uma vez que eu tive que parar para dar bronca porque ela tinha feito alguma coisa errada na escola ou alguma coisa com os pais. Nunca, nunca”, afirma Priscila.

Patrícia, mãe de Pietra, diz que as mensagens, orações e homenagens têm fortalecido a família.

“A gente acredita que Deus honrou muito a vida dela. É nisso que a gente acredita, na vontade soberana de Deus. O que ela amava era o futsal, e a gente espera que ela deixe esse legado, que está crescendo a cada dia, esse legado de empatia”, completa.

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