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Análise Comportamental

Síndrome do Don Juan

O tratamento consiste no autoconhecimento

Publicado

em

Velho Oeste

Na análise comportamental de hoje vamos falar sobre relacionamentos e a síndrome de Don Juan ou de Afrodite.

A síndrome de dom-juanismo ou doença de Houayek é um transtorno caracterizado por necessidade compulsiva por seduzir, e em geral têm como alvo pessoas “difíceis” ou “proibidas” de serem alcançadas.

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DE ONDE VEIO O NOME DA SÍNDROME DE DON JUAN?

Don Juan é um personagem literário, símbolo da libertinagem. Nasceu em uma peça teatral espanhola do século XVII, escrita pelo religioso Frei Gabriel Téllez, conhecido como Tirso de Molina.

Assim como Don Juan representa a libertinagem masculina, a Afrodite é a deusa do amor, da beleza e da sexualidade feminina. Então seu nome foi emprestado para caracterizar o don-juanismo feminino.

O don-juanismo é atribuído normalmente aos homens, mas pode acontecer com mulheres também. Os homens normalmente levam o desejo para o ato sexual, mas, no caso de mulheres, têm aquelas que adoram seduzir somente para serem cortejadas, paparicadas, sem um interesse sexual real. E quando o sinal é ultrapassado, logo saem de cena.

É comum que as mulheres usem a sedução para serem mimadas no trabalho, por exemplo, receberem atenção especial, rapidez para resolver seus problemas, para elas é importante saber que são desejadas, que seduzem todos por onde passam, sem ter que corresponder a esse afeto. Isso as faz sentirem especiais e preenchem o vazio por trás de tamanha necessidade de demonstrar seu poder através da sedução.

Nos casos mais sérios, a inclinação à sedução pode adquirir caráter de verdadeira compulsão, tal como em um jogo patológico.

De certa forma, a conquista compulsiva serve para melhorar a sensação de segurança e autoestima. Entretanto, uma vez possuído o que desejava, passa a não desejar mais. Na maioria das vezes, o (a) conquistador (a) começa a se desestimular com a conquista, quando percebe que a mulher/homem já está apaixonada por ele, em alguns casos pode nem haver necessidade do ato sexual, a partir do momento em que ele percebe que a outra pessoa o aceita, e deseja o sexo com ele.

Por outro lado, se o seu “alvo” agir de forma indiferente ou não ceder à sua sedução, ele se torna mais obstinado ainda.

Esse comportamento está muito mais relacionado ao seu instinto dominante do que ao seu traço de personalidade dominante propriamente dito.

As principais características são a dificuldade de envolvimento emocional mais profundo e o aspecto de desafio e competição envolvido na conquista, não raro, esse (a) conquistador (a) pode convidar amigos (as) para fazer uma aposta e fazer listas e relações das pessoas conquistadas, tal como um troféu de caça.

As principais características da personalidade com síndrome de Don Juan ou Afrodite:

  • Persistência;
  • Determinação.
  • Insatisfação com os relacionamentos;
  • Extrema habilidade de manipulação e sedução;
  • Complexo de rejeição acentuado;
  • Baixa autoestima;
  • Sentimento de vazio interior.
  • Narcisismo exagerado;
  • Infidelidade;
  • Necessidade de reconhecimento e admiração.

Quando você conhece alguém com a síndrome de Don Juan não lhe parece que essa pessoa tem algum transtorno psicológico. São pessoas sedutoras, espertas, e sabem reconhecer exatamente a necessidade do outro e como atendê-las. São muito agradáveis, simpáticas e principalmente, sempre estão dispostas a dar e ter prazer. Eles sabem e conseguem ser exatamente o que o outro deseja. Essas pessoas não necessariamente oferecem algum perigo, (embora possam oferecer). Mas comumente trazem prejuízos psicológicos as pessoas com as quais se envolvem.

Para Freud, pai da psicanálise, o Don Juan está preso na fantasia edipiana de ser o alvo da paixão materna. 

“É um homem emocionalmente imaturo, de perfil narcisista, que procura a figura da mãe em cada mulher que seduz. Quando consegue seu amor, deve abandoná-la, fugir dessa relação que, para seu inconsciente, seria incestuosa”.

Segundo Jung, os mitos são veículos para a expressão do inconsciente coletivo. E descreve o don-juanismo como o arquétipo de uma personalidade que necessita seduzir o tempo todo, e que aparentemente se enamora de pessoas difíceis, mas uma vez conquistada, as abandona. As pessoas com esse traço não conseguem ficar apegados a uma pessoa determinada, partindo logo em busca de novas conquistas, não levando em conta os sentimentos da outra pessoa.

Já, para Lacan, a situação é menos problemática do que o amor de édipo, trata-se de pessoas que são movidas pelo desejo, e o desejo é baseado no novo. O prazer assim, somente pode ser alcançado pelo novo. O problema é que sempre depois de desejo alcançado, vem um vazio, junto com tristeza e melancolia e a necessidade de preencher esse vazio, é o novo, e o novo, e o novo

O vício está justamente na excitação do desejo, nesse coquetel de endorfinas que o corpo produz no início de qualquer relação de paixão. E tem pessoas que não vivem sem esse sentimento, dessa paixão adolescente, do frio na barriga.

O problema é que, como qualquer vício, tem efeito curto e pode acabar na mesma velocidade que começou.  Então, é preciso uma nova dose, uma nova conquista, uma nova paixão, mesmo que dure apenas uma noite, uma semana ou um mês.

Em psiquiatria clínica, entretanto, o desprezo para com o sentimento alheio pode ser critérios para o diagnóstico de Sociopatia ou Personalidade Anti-Social. Para o don Juan só interessa o instante do prazer e o triunfo sobre sua conquista, principalmente quando a presa de seu interesse tem uma situação civil proibida (casada, freira, irmã ou filha de amigo, etc).

Normalmente essas pessoas ignoram a decência e a virtude moral, pois tem um baixo nível de consciência, embora tentem mostrar o contrário.

Apesar dessa compulsão à sedução, isso não significa que a pessoa portadora de don-juanismo seja, obrigatoriamente, mais viril ou mais ativo sexualmente. A contínua sedução do don Juan nem sempre se dá às custas de um eventual desempenho sexual excepcional, mas, sim, devido à habilidade em oferecer sempre ao outro tudo aquilo que eles mais estão querendo.

FICAR OU SAIR COM PODE SER CONSIDERADO DONJUANISMO?

Atualmente é muito comum as expressões: “Ficar com…”, “sair com…”, são termos usados para designar a atitude de se relacionar fortuitamente, fugazmente e sem nenhum compromisso de continuidade.

A atitude de “Ficar com…” é diferente daquilo que se entende por don-juanismo porque não implica numa verdadeira conquista. “Ficar com…” é uma afinidade recíproca, e um não conquista o outro porque ambos estão, decididamente, com o mesmo objetivo em mente.

Se no don-juanismo a insensibilidade e menosprezo para com o sentimento alheio são a marca do diagnóstico, “ficar com…” implica, em essência e caracteristicamente, na ausência de sentimentos mais profundos de ambas as partes. Sem sentimentos profundos, não há o que menosprezar.

Consequentemente e decididamente, entre a população adepta do “ficar com…” não há espaço para o Don Juan. Nesse meio ele não encontra sua presa, já que as mulheres não preenchem os requisitos de candidatas. Aqui as mulheres, como se diz, estão a fim, não costumam ser comprometidas, não são conquistadas, uma vez que o conluio é também o objetivo delas, portanto, a compulsão do Don Juan se desfaz ante a ausência do desafio.

SINDROME DE DON JUAN É UMA DOENÇA? E QUAL O TRATAMENTO?

A Síndrome do Don Juan não é, portanto, somente uma questão de incompatibilidade com a monogamia, vai muito além disso. Para os especialistas, ela pode ser, sim, considerada uma patologia.

Tendo-se em mente a natureza constitucional do don-juanismo, ou seja, considerando ser este um defeito do caráter, o tratamento mais eficiente deve ser pleiteado para as intercorrências emocionais que acometem o paciente, por conta da situação vivencial em que se encontra, e não, diretamente dirigir essa característica a sua personalidade. Ou seja, o tratamento consiste no autoconhecimento dos seus padrões emocionais, no conhecimento das crenças fixadas em sua mente desde a infância, na descoberta da verdadeira motivação que leva a essa fuga de sentimentos verdadeiros e profundos, para então buscar novos comportamentos de forma consciente e desperta.

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