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“Estamos com medo de ir para a escola”, dizem os profissionais da educação de Marechal Cândido Rondon sobre a Covid-19

O Sinsemar enviou um ofício à Educação, Saúde e ao prefeito pedindo o fechamento temporário das escolas

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A pandemia afetou os professores de inúmeras formas: além de viverem a experiência do trabalho remoto, encaram a dificuldade na disponibilização de materiais impressos para os alunos e suas famílias e têm dificuldades em obter a participação de toda a turma nas atividades. É um desafio atrás do outro. Consequentemente, esses professores estão sobrecarregados mentalmente.

Como se não bastasse o esforço para ensinar através de suas casas, as exigências aumentaram com o retorno das aulas de forma híbrida. Voltar para a sala de aula, mesmo que só com uma parcela dos alunos, e encarar o vírus, que pode estar vagando naquele ambiente, tem prejudicado ainda mais a saúde mental desses profissionais.

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“Não somos contra o retorno das aulas presenciais, desde que haja segurança. Desde que haja a estrutura devida nas instituições (EPI’s). Os alunos estão vindo para a escola com sintomas gripais. Falta conscientização”, dizem os professores.

Se os casos de Covid-19 estivessem controlados, a história seria outra. Mas, em Marechal Cândido Rondon, por exemplo, as últimas informações sobre a contaminação pelo vírus têm deixado os professores abalados emocionalmente. O retorno das aulas presenciais colaborou com o aumento de casos ativos da doença no município e, conforme eles contam, não há condições completamente seguras para continuar com esse trabalho semi-presencial.

“Para manter as aulas presenciais, há a necessidade de se fazer, inclusive, um grande trabalho de conscientização: incluindo dos pais. É importante que a criança use uma máscara e leve outra na mochila. Isso muitas vezes não acontece. E o pior, várias crianças vêm com as máscaras sujas. Além disso, na escola não há máscaras descartáveis para as crianças. Se fosse disponibilizar, a quantidade necessária seria grande”, revelam os professores com os quais o Portal Rondon conversou.

Nas últimas semanas, o Portal Rondon tem acompanhado os casos registrados nas escolas municipais de Marechal Cândido Rondon e, noticiou o fechamento de três educandários, primeiro o Waldomiro Liessem, depois, ainda em quarentena, o Cmei Pequeno Polegar e da Escola Julia Wanderley.

“Estamos trabalhando e muito. Mas estamos com medo de ir para a escola. Vários professores estão doentes, temos colegas que estão com síndrome do Pânico. Sem falar das colegas que estão intubadas. Uma delas com familiares também internados em estado grave” relatam alguns professores com os quais a redação do Portal Rondon conversou hoje (27).

Diante desse cenário, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinsemar), preocupado com a saúde dos profissionais, tem buscado maneiras de demonstrar para as autoridades que, o momento não é propício para manter alunos, professores e demais funcionários no ambiente escolar.

“Enviamos um ofício para o prefeito Marcio Rauber, para o secretário de Educação, Fernando Volpato e para a secretária de Saúde, Marciane Specht pedindo pelo fechamento temporário de todas as escolas. Mostrando através dele, todos os casos de professores, alunos e funcionários que estão isolados, em tratamento e até mesmo entubados devido à Covid-19. Abordamos, ainda, sobre a questão psicológica dos docentes. E estamos aguardando respostas”, disse Fernando Hübner.

Nesta quinta-feira (27), o Centro de Operações de Emergência (COE) de Marechal Cândido Rondon deve se reunir para discutir sobre o novo decreto do governo estadual sobre a taxa de transmissão do vírus no País e as novas medidas restritivas que determinam sobre a restrição na circulação de pessoas após às 20 horas. Nessa conversa, a solicitação do Sinsemar deve entrar em pauta.

“O governo do Estado está sendo muito contraditório nas tomadas de decisão, fechando setores com bem menos circulação de pessoas e mantendo as escolas abertas, sendo que assumiu o compromisso de vacinar todos os profissionais da educação antes do retorno presencial das aulas”, lembram os professores.

Enquanto os governantes e autoridades não apresentam uma decisão que colabore com a saúde dos profissionais, o Sinsemar está acompanhando todos os casos de Covid-19 que aparecem em cada uma das escolas. “Nós sabemos que quando as informações da Saúde chegam para a Secretaria de Educação, os casos já podem ter aumentado, por isso, acompanhamos diretamente com a Vigilância Sanitária. Assim, onde são registrados dois ou três casos, a Sinsemar conversa com a Vigilância para fechar o educandário, como foi feito no Pequeno Polegar e na Escola Julia Wanderley.

“Esperamos uma análise do ofício que enviamos para saber se haverá o fechamento temporário de todas as escolas ou se dependerá do aparecimento de mais casos para isso acontecer”.

O presidente do Sindicato ainda ressaltou que estão sendo aguardados os resultados de exames de servidores da Escola 25 de Julho e, “se eles resultarem em positivo, tentaremos fechá-la também, sempre visando a proteção dos servidores e dos alunos e, consequentemente de seus familiares e da sociedade”.

“Os professores estão indo trabalhar com medo. Eles não sabem como vai ser quando chegarem à escola nem como vão sair de lá”, diz Fernando.

Durante a semana, o secretário de Educação de Marechal Cândido Rondon disse ao Portal Rondon que, por enquanto, os casos seriam acompanhados e as aulas presenciais seriam mantidas. Porém, a ideia defendida neste momento pelo Sindicato, é fechar as escolas por 15 dias. Assim, o vírus poderia ser eliminado desses ambientes e até o retorno a vacinação estaria mais avançada.

Mesmo que a prefeitura tenha cedido álcool em gel e máscaras de tecido para os profissionais, isso ainda é insuficiente para barrar o vírus.

“Nos sentimos de mãos atadas para pedir ou exigir a paralisação das aulas presenciais, porque a ordem vem de superiores, e a classe de professores não é mais unida como era antigamente”, relatam os professores.

A qualquer momento, o Portal Rondon traz as decisões do COE sobre este assunto e sobre as novas restrições gerais para a sociedade. E amanhã, sexta-feira (28), o secretário de Educação de Marechal Cândido Rondon, Fernando Volpato, participa do programa Direto da Redação. Na entrevista com o jornalista Fernando Nègre, a situação dos professores de Marechal Cândido Rondon na pandemia será o principal assunto. Acompanhe ao vivo pelo Facebook.

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