Covid-19
Anvisa: Faltam dados para autorizar uso emergencial da CoronaVac
Um dia após receber os dados da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou neste sábado (9) que concluiu a triagem dos documentos e ainda faltam informações para autorizar o uso emergencial do imunizante no Brasil.
“A submissão dos documentos técnicos previstos no Guia é condição necessária para viabilizar a avaliação, conclusão e a deliberação sobre a autorização de uso emergencial das vacinas”, afirmou a Anvisa em comunicado.
O órgão regulador destaca que enviou um ofício ao Instituto Butantan para solicitar a apresentação dos documentos técnicos faltantes. O recebimento do pedido foi confirmado pelo laboratório nesta manhã. Desde então, as equipes da Anvisa e do instituto já realizaram dois encontros para tratar sobre o assinto.
“O Instituto foi informado sobre a necessidade dos documentos complementares, essenciais à análise e conclusão sobre a eficácia e segurança da vacina. Na oportunidade, foram discutidos prazos e cronogramas para a apresentação dos dados faltantes”, comunicou a Anvisa.
De acordo com dados divulgados pelo Butantan, a CoronaVac apresenta 78% de eficácia na prevenção de casos leves da doença causada pelo coronavírus. Essa eficácia, porém, aumenta para 100% para casos graves e moderados da doença.
A Anvisa lista informações e resultados que ainda deverão ser apresentados antes de avaliar o uso emergencial da CoronaVac:
1. Características demográficas e basais críticas da população do estudo (idade, sexo, raça, peso ou IMC) e outras características (por exemplo, função renal ou hepática, comorbidades). Essas características demográficas e basais críticas devem ser apresentadas por braços do estudo e tipo de população de análise “intenção-de-tratamento” (ITT) e “por protocolo” (PP), de forma a permitir a comparabilidade dos grupos de tratamento.
2. Resultados do estudo por população de “intenção-de-tratamento” (ITT).
3. Dados sobre a disposição dos participantes, com uma contabilidade clara de todos os participantes que entraram no estudo. O número de pacientes que foram randomizados e que entraram e completaram cada fase do estudo (ou cada semana/mês do estudo) devem ser fornecidos, bem como as razões para todas as interrupções pós-randomização, agrupados por tratamento e por motivo principal (perda de acompanhamento, evento adverso, pobre conformidade, etc.).
4. Descrição dos desvios de protocolo ocorridos no estudo com a adequada classificação de impacto e de categoria.
5. Listagem de participantes com desvios de protocolo, divididos por centro.
6. Dados de imunogenicidade do estudo fase 3.
REDAÇÃO: R7