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‘Ter consciência que tem que vacinar as crianças também’, diz pai de menino de 9 anos que morreu vítima da Covid-19

Segundo o pai, Nicolas Rodrigues dos Santos apresentou dor de garganta como primeiro sintoma em 14 de dezembro e morreu na segunda (27). Desde o início da pandemia, 37 crianças morreram pela doença no Paraná

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|Foto: Arquivo pessoal|
Djenifer Becker Osteopata

Nicolas Rodrigues dos Santos, de nove anos, morreu vítima da Covid-19, em Maringá, no norte do Paraná, dias depois da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar a vacinação contra a doença para crianças de 5 a 11 anos.

A autorização da imunização ocorreu em 16 de dezembro, e a criança morreu na segunda-feira (26). Na terça-feira (27), o Ministério da Saúde afirmou ser favorável à aplicação das doses nesse público.

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“Assim que liberar a vacina, ter a consciência que tem que vacinar as crianças também, porque essa doença não está escolhendo cor, raça e nem idade, está levando tudo. Ontem perdi meu filho de nove anos porque não sei onde pegou [a Covid]. Não ficar em festas, evitar sair com as crianças porque não acabou [a pandemia]”, disse o pai de Nicolas, Jefersom Cristiano dos Santos.

O Ministério da Saúde informou que a previsão é de que a imunização nos menores comece em janeiro no Brasil, após consulta pública.

Em Maringá, no norte do Paraná, a expectativa é vacinar entre 25 e 30 mil crianças com a dose da Pfizer.

Segundo o pai, o menino apresentou dor de garganta como primeiro sintoma da Covid, em 14 de dezembro. Ele morreu na segunda, no Hospital Universitário (HU) de Maringá.

Após a morte do filho, Jefersom quer saber se houve falha no diagnóstico logo no começo dos sintomas.

Conforme a diretoria do Hospital Regional Cristo Rei, onde a criança buscou os primeiros atendimentos, em Astorga, o teste da Covid-19 não foi feito porque a criança não apresentava sinais da doença

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), do incio da pandemia até segunda-feira, 36 mil crianças, de zero a nove anos, foram infectadas pela Covid-19. Desse total, 37 delas morreram.

O caso

No atestado de óbito de Nicolas, a Covid-19 é apontada como a causa da morte.

De acordo com o pai, tudo começou no último dia 14, quando o filho foi levado para o Hospital Cristo Rei, em Astorga, também no norte, com inflamação na garganta. Ele foi medicado e liberado.

“Diagnosticou que estava com um pouco de garganta inflamada e mandou embora. Disse para tomar dipirona, paracetamol e: ‘pode retornar pai, que não é nada grave, não'”.

Como não houve melhora, dias depois Nicolas foi levado novamente ao mesmo hospital, onde ficou internado. O menino tinha talassemia, que é um tipo de anemia.

Segundo Jefersom, o menino não passou por nenhum teste de Covid-19.

“Dor na garganta forte, dor no corpo, a juntinha dele toda dolorida, não conseguia nem andar direito, a respiração estava bem ofegante, pulmãozinho estava recebendo oxigênio bem lento, até que na segunda-feira ele teve que usar um pouco de oxigênio no nariz para poder respirar melhor. Nem nesse momento esse teve o pedido do [exame] da Covid”, afirmou o pai.

Após o retorno na unidade hospitalar, um médico diagnosticou inflamação de apêndice.

Nicolas foi transferido para o Hospital Universitário de Maringá, onde passou por cirurgia e fez exame de sangue, que confirmou infecção por Covid.

O menino, então, foi internado na Santa Casa, onde acabou morrendo na última segunda-feira (26).

“Ontem eu enterrei meu filho, na parte da manhã teve o velório, depois desse constrangimento de enterrar um filho, eu fui até o hospital, pedi a cópia do prontuário, do dia 14 a 21, mandaram eu pegar o prontuário e fazer o reconhecimento de firma, que vai ficar pronto só na terça-feira que vem.”

Jefesson disse que toda a família vacinou contra a Covid-19 e estava esperando a abertura da imunização para as crianças, mas não deu tempo de proteger o pequeno Nicolas.

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