Paraná se destaca na produção de orgânicos

A propriedade em Itaperuçu, na região metropolitana de Curitiba, é uma das várias que têm recebido o cultivo de orgânicos no estado – onde o agrotóxico não entra nas plantações.

“É uma produção ambientalmente correta, que segue preceitos de respeito ao meio ambiente, respeito social com os agricultores familiares e também seguindo um comércio justo, onde essas famílias conseguem obter preços mais competitivos do que com produtos convencionais”, diz Raphael de Araújo, coordenador regional de projetos do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-PR).

“Em média, o mercado paga 30% a mais em um produto orgânico perante o produto convencional”, conta.

O Paraná tem quase 4 mil agricultores nesse tipo de cultivo e está entre os maiores produtores de orgânicos do Brasil. Em 2022, a produção chegou a 2.961.538 de toneladas, de acordo com a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento.

O produtor rural Bruno Guimarães planta cebola é um dos que decidiram apostar no cultivo orgânico na região.

“Além do preço atrativo, tem a questão do agrotóxico, que não tem o uso, então não estou me intoxicando. Trabalhando com a cebola convencional, normalmente, vendia a cerca de R$ 1,50, R$ 2 o quilo. Já a orgânica, hoje, gira em torno de R$ 3,50, até R$ 4 o quilo”, diz.

Guimarães faz parte de um grupo de agricultores familiares que cultivam alimentos orgânicos em Itaperuçu. Todo mês, eles se reúnem para trocar ideias e fiscalizar um ao outro – é a certificação participativa, em que os próprios produtores conferem em cada propriedade se as regras do cultivo orgânico estão sendo cumpridas.

Além disso, para entrar nessa área, só com a certificação do Ministério da Agricultura, que é rigorosa.

“Tem uma série de preceitos na legislação, desde cultivos sem agrotóxicos, manejo integrado de solos e água, gestão de resíduos da propriedade, entre outros”, diz Araújo, coordenador regional de projetos do IDR.

O produtor Edilson Ceccon e a família plantam em 12 hectares no município de Colombo. São mais de 50 variedades de hortaliças e temperos. Filho de agricultor, Ceccon partiu para o cultivo orgânico depois de sentir de perto os efeitos dos agrotóxicos.

“Eu tinha 13 anos e era eu quem aplicava os defensivos, vivia com dor de cabeça, dor no estômago. Hoje, sinto prazer, trabalho descalço, não preciso usar roupa ‘de ir para a lua’, não tenho que usar máscara… É uma liberdade”, relata.

Com informação G1paraná.