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Bebê é diagnosticado com catarata e passa a usar óculos de 17 graus no PR

Diagnóstico foi possível após mãe perceber região branca nos olhos do menino ao tirar fotos e fazer vídeos dele. Especialista explica que doença é normalmente desenvolvida por pessoas idosas e dá dicas de como identificá-la em crianças.

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Bebê usa óculos com 16 graus de um lado e 17 do outro após diagnóstico de catarata no PR — Foto: Reprodução RPC
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O bebê João Pedro Batista Jordão de um ano e sete meses usa atualmente um óculos, sendo que uma lente tem 16 graus e a outra 17 graus. Isso porque ele diagnosticado com catarata, doença que torna a visão opaca e sem nitidez e que normalmente é desenvolvida por pessoas idosas. 

Os primeiros sinais da doença foram identificados pela mãe dele, a dona de casa e moradora de Cascavel, no oeste do Paraná, Ana Carolina Batista Jordão. Ela percebeu uma região branca nos olhos do menino ao tirar fotos e fazer vídeos dele.

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“A gente percebia que colocava [ele] no chão com sete meses e ele ficava parado, não esboçava vontade de engatinhar, ele ficava ansioso, nervoso. Isso começou chamar a atenção. Um dia ele estava comendo papinha, eu achei bonitinho e tirei uma foto. Na foto percebi o branco no olho do João”, relatou a mãe do menino.

Doença comum em idosos

Conforme o médico oftalmologista Bernardo Bolzani Bach, a doença é mais comum em idosos e afeta o chamado cristalino, uma ‘lente natural’ que fica dentro dos olhos.

Para reverter o quadro, é necessário fazer uma cirurgia onde a ‘lente’ é retirada e outra é colocada no lugar.

“A catarata não é uma doença comum em criança. […] A maioria das pessoas tem uma opacificação natural (da lente natural) durante a vida, mas por algum motivo algumas crianças podem ter também. Isso pode ser decorrente de uma infecção durante a gestação, de uma má formação do olho, de um trauma”, explicou o médico.

Bebê passou por cirurgia

O médico explicou que o procedimento é relativamente simples para os adultos, mas para bebês e crianças, o processo é bem mais complicado. Isso porque é justamente nos primeiros meses de vida que as crianças aprendem a enxergar.

Se algo atrapalhar esse desenvolvimento inicial, pode ser muito difícil conseguir desenvolver plenamente essa capacidade.

“Quando a gente nasce a visão é muito ruim porque vivemos na escuridão na barriga da mãe. Com o passar do meses, nosso cérebro vai aprender a enxergar e formar imagens nítidas. Isso acontece até os sete anos de idade, mas o período crítico é até os três primeiros meses de vida”, explicou ele.

“Nessa faixa é muito importante que a criança receba estímulos de qualidade. Se existe opacidade no olho ou grau muito grande, como por exemplo miopia, o estímulo que chega é ruim, não nítido e acaba não desenvolvendo direito. Pode ser impossível de corrigir ou ser só parcialmente corrigido”, afirmou o especialista.

Após a descoberta da doença, o pequeno João passou por duas cirurgias, uma em cada olho, para reverter o quadro clínico.

A recuperação vai demorar um pouco, mas a família comemora o fato de ter conseguido identificar a doença, antes que fosse tarde demais.

“É uma coisa que pode prejudicar no futuro a criança, ele poderia perder a visão. Com 18 anos, se ele não usar esse óculos, o médico foi franco, ele não vai enxergar bem, esse óculos é essencial para ele. Se ele não operasse e se a gente não prestasse atenção, talvez o João poderia ficar cego e talvez seria tarde”, afirmou a mãe.

Mãe identificou doença após fazer fotos e vídeos do filho e perceber região branca nos olhos do bebê — Foto: Reprodução RPC

Mãe identificou doença após fazer fotos e vídeos do filho e perceber região branca nos olhos do bebê — Foto: Reprodução RPC

Como identificar a catarata em crianças

O médico oftalmologista Bernardo Bolzani Bach explicou que a catarata congênita é quando o bebê nasce com a doença ou a contrai logo após o nascimento.

Durante as primeiras consultas, ainda na maternidade, os pediatras podem identificar alterações nos olhos, mas ele afirmou que os pais também podem ficar atentos.

O próprio flash das câmeras e as fotos, como foi o caso do bebê João, podem ajudar a perceber algum problema.

“Para os pais em casa o diagnóstico pode ser feito com foto, se tem diferença entre um olho e outro, se tem algum reflexo branco, uma coloração branca na pupila da criança, que é a região pretinha que fica dentro do nosso olho”, explicou o oftalmologista.

“De vez em quando é importante que olhe, se tem o brilho, se é diferente um de outro ou se está opaco. Se tiver algo, deve ser encaminhado para o oftalmologista o mais rápido possível”, afirmou o médico.

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