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Golpistas simulam entrevista de emprego para roubar dados, no Paraná

Polícia Civil investiga diversos casos parecidos e dá dicas de como evitar cair nesse tipo de golpe

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em

Foto: Reprodução/RPC
Martin Luther – Enem

A Polícia Civil do Paraná investiga um novo tipo de golpe que já fez várias vítimas no estado. De acordo com a corporação, os criminosos simulam uma entrevista de emprego para roubar dados dos candidatos.

As vítimas relataram à polícia como os golpistas agem e contaram que a falsa proposta de trabalho chega pelo celular, em grupos que oferecem vagas de emprego.

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A entrevista é marcada em um coworking, espaço compartilhado por profissionais e empresas, geralmente em áreas nobres, afirmam as vítimas.

A assistente administrativa Laryssa Nathyellee Ribas, de 20 anos, é uma das vítimas. De acordo com ela, na sala onde seria a entrevista, uma mulher se apresentava como diretora de recursos humanos e caprichava na encenação.

“Eu até falei: ‘Nossa senhora né? É a vaga de emprego’, sendo um prédio top, comercial né? E… não imaginava.”

Juraci Riscarolli é auxiliar administrativa e também foi vítima do golpe. Ela afirma que a mulher “foi bem atenciosa” e realizou a falsa entrevista do começo meio ao fim.

Durante a entrevista, segundo as vítimas, a mulher pediu documentos e tirou foto das pessoas para um suposto cadastro. Depois, aplicou a prova de conhecimentos gerais.

O teste era sem consulta, então, a mulher recolheu e guardou os celulares dos candidatos em envelopes – era aí que começa o golpe.

Segundo as investigações, enquanto os candidatos faziam a prova, a falsa diretora rouba os chips dos aparelhos e, no lugar, colocava outros, comprados aleatoriamente.

As vítimas ouvidas pela reportagem disseram que só começaram a desconfiar ao descobrir que a sala tinha sido alugada por pouco tempo e era só cenário para o esquema.

“Veio a menina da sala [do coworking] e disse: ‘Eu preciso da sala, já passou do horário de vocês’. Aí nós olhamos uma para outra… Como vai precisar da sala? Nós estamos fazendo o teste”, relata Juraci Riscarolli.

De acordo com ela, a funcionária do coworking disse que a mulher que as entrevistou já tinha ido embora.

A mulher sumiu, deixando na recepção os celulares com chips trocados. Dos originais, a quadrilha pegou dados e informações das vítimas para aplicar golpes na praça.

O investigador da Polícia Civil Eyrimar Bortot explica que apuram uma série de compras e financiamento de veículos, abertura de contas virtuais em bancos e pedido de empréstimos feitos em nome das vítima.

No caso da Larissa, os bandidos tentaram financiar um carro usando o nome dela.

“Eu desconfiei que era um golpe a hora que eu peguei de fato meu telefone e meu WhatsApp caiu, saiu, não abria mais. Eu recuperei meu chip e já chegou uma mensagem de texto falando que já estava tudo aprovado e tudo certo e era só assinar o contrato [da compra do carro].”

Outra vítima, que pediu para não ser identificada, também caiu no mesmo golpe e afirma como os golpistas se aproveitam de pessoas que estão em situações difíceis, desempregadas e procurando emprego.

A polícia abriu um inquérito e disse ter identificado a mulher apontada como chefe da falsa agência de emprego. Ela deve responder por crimes como estelionato e falsidade ideológica.

O delegado Wallace Brito é responsável pelo caso e afirma que a mulher foi reconhecida pelas vítimas por meio da imagem do cadastro de dos lugares usados no golpe. Veja abaixo:

Mulher apontada por vítimas como integrante de falsa agência de emprego — Foto: Divulgação/PCPR

Mulher apontada por vítimas como integrante de falsa agência de emprego — Foto: Divulgação/PCPR

A Polícia também descobriu que a mulher usava nome falso, de uma das vítimas, e que as salas usadas nas entrevistas eram alugadas em nome de outros integrantes da quadrilha.

André Pegorer é dono do coworking onde houve o golpe e explica que a reserva foi feita e paga, ou seja, há informações que podem ajudar as investigações.

“A gente tá revisando imagens de câmeras. A gente tá nessa etapa, nesse momento, para que até o final da semana a gente possa enviar todas as informações possíveis pra auxiliar a polícia na identificação dessas pessoas.”

“Uma pessoa sem caráter. A gente está procurando emprego, não é por brincadeira, porque a gente precisa”, diz Juraci, vítima do golpe.

A polícia já começou as buscas, mas ainda não tem pistas da suspeita. Veja a seguir, dicas da corporação para evitar cair no golpe da falsa entrevista de emprego:

  • desconfie de ofertas com salários muito altos, muito acima dos valores de mercado, e que também não exijam experiência;
  • pesquise informações sobre a empresa
  • pesquise se a empresa está mesmo oferecendo a vaga de emprego
  • pesquise se a agência de emprego de fato existe.

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