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Terra e Lua são registradas a partir de Marte; veja as fotos

As imagens foram produzidas pela câmera acoplada na nave Mars Express

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Foto: Mars Express/ESA
Providência

Em comemoração ao aniversário de 20 anos desde o lançamento do orbitador Mars Express, a Agência Espacial Europeia (ESA) publicou uma sequência de quatro imagens da Terra e da Lua captadas da órbita de Marte. No vídeo acima, é possível observar pouco mais da metade do movimento mensal do satélite natural ao redor do nosso planeta.

As fotografias foram tiradas entre os dias 15 de maio e 2 de junho de 2023, quando a distância entre a Terra e Marte variou de 279.186.624 km a 301.01.265 km. A câmera estéreo de alta resolução (HRSC) da nave espacial tem resolução de cerca de 2.570 km por pixel.

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Para reduzir a distorção dos pixels e ajudar a corrigir a superexposição devido ao forte contraste entre a Terra e a Lua, a ESA fez tratamentos de imagem. No entanto, não foi possível corrigir todas as distorções das fotos – por isso, os dois corpos celestes aparecem ligeiramente deformados.

“Pálido ponto azul”

A Terra foi descrita pela primeira vez como um “pálido ponto azul” pelo cientista Carl Sagan, inspirado por uma imagem do planeta capturada pela Voyager 1 da Nasa em 1990. A fotografia levou o especialista a discursar sobre como nosso planeta era o único mundo conhecido a abrigar vida e, portanto, era responsabilidade dos seres humanos ter mais gentileza uns com os outros e preservar o meio ambiente.

Três décadas depois, milhares de outras fotos da Terra foram produzidas por sondas enviadas ao Sistema Solar. Mas a mensagem de Sagan permanece – e hoje, talvez seja mais urgente do que nunca.

“No 20º aniversário da Mars Express, queríamos trazer as reflexões de Carl Sagan de volta aos dias atuais, em que o agravamento do clima e a crise ecológica são gritantes”, relata o porta-voz Jorge Hernández Bernal em comunicado oficial à imprensa. “Nessas imagens, a Terra tem o tamanho equivalente a uma formiga vista a uma distância de 100 metros, e estamos todos lá. Precisamos cuidar do ‘pálido ponto azul’, não existe planeta B”.

A última fotografia foi capturada justamente na data que marca o lançamento da missão, iniciada em 2 de junho de 2003. Inclusive, há 20 anos, a primeira imagem planetária obtida pela espaçonave foi do sistema Terra-Lua. A câmera foi posicionada para trás, de forma a compreender uma visão de tirar o fôlego do nosso planeta e da Lua a uma distância de 8 milhões de quilômetros.

Mars Express

Desde 2003, Mars Express orbita o “planeta vermelho”. Visualizando a superfície de Marte, a equipe por trás da missão mapeia seus minerais, identifica a composição e a circulação de sua tênue atmosfera, sonda sua crosta e explora como vários fenômenos interagem no ambiente extraterreste.

A câmera acoplada na nave já revelou muitas informações sobre as características da superfície marciana. Suas capturas fornecem imagens dos cumes e sulcos esculpidos pelo vento, das dolinas nos flancos de vulcões colossais, de crateras de impacto, falhas tectônicas, canais de rios e até antigas piscinas de lava.

Considerado imensamente produtivo em suas duas décadas de andamento, o projeto foi inicialmente planejado para durar apenas um ano marciano, o que equivale a cerca de 687 dias terrestres. Porém, superando os seus próprios objetivos, a missão foi estendida até, pelo menos, o final de 2026.

“A ESA tem uma longa história de exploração de Marte. Tivemos as missões Mars Express e a Trace Gas Orbiter. Estamos próximos de explorar a superfície com o rover Rosalind Franklin e a Mars Sample Return. O passo seguinte é ousado, mas se trata de enviar os seres humanos”, aponta o cientista Colin Wilson. “Talvez demore apenas mais 20 anos até que as pessoas possam olhar para cima da superfície de Marte para ver a Terra no céu noturno”, sugere.

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