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Governo do Paraná prepara concurso para estimular produção de bicho-da-seda

As duas sericultoras que tiverem a melhor e maior produção na próxima safra ganharão uma viagem para Lyon, na França, para participar da feira SILK IN LYON e visitar a fábrica da Hermès, uma das principais compradoras da matéria-prima paranaense

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Foto: Gilson Abreu/AEN
Gramado Presentes

O governo estadual está organizando um concurso para premiar produtoras de bicho-da-seda do Paraná. A novidade foi divulgada nesta quinta-feira (20) durante o 39º Encontro Estadual de Sericicultura, em Astorga, na região Norte. O evento, realizado na sede da Sociedade Rural do município, é um dos mais importantes do segmento.

As duas sericultoras que tiverem a melhor e maior produção na próxima safra ganharão uma viagem para Lyon, na França, para participar da feira SILK IN LYON e visitar a fábrica da Hermès, uma das principais compradoras da matéria-prima paranaense. 

Ótica da Visão

Haverá uma comissão responsável por julgar a produção e apontar as vencedoras. A viagem acontecerá em 2024 e é uma oportunidade de trocar experiências, conhecer novas tecnologias e até mesmo firmar parcerias.

A expectativa é de fomentar e valorizar a produção da sericicultura paranaense, impulsionar o desenvolvimento econômico e social regional sustentável, dar visibilidade à qualidade da produção, movimentar novos negócios e disseminar a cultura da seda no Estado. O edital desse concurso ainda está em elaboração e será divulgado em breve.

A ação envolvendo a cadeia da seda tem Luciana Saito Massa, primeira-dama do Estado, como madrinha. “Essa ação visa destacar a qualidade da matéria-prima, estimular novos negócios e expandir a cultura da seda. Tenho grande respeito e admiração pelo trabalho de quem trabalha nessa cultura”, afirmou.

SEDA NO PARANÁ

 – O Paraná está consolidado como líder nacional na produção de casulo de bicho-da-seda, atividade exercida por pequenos produtores rurais que se dedicam à cultura como diversificação agrícola para geração de renda. O Paraná produz aproximadamente 86% da seda do Brasil, seguido por São Paulo (10%) e Mato Grosso (4%). A produção paranaense é exportada para países como França, Itália, Japão, Índia e China.

Em 2022, a sericicultura gerou rendimento de R$ 35,5 milhões para os produtores paranaenses, com a produção de 1,5 mil toneladas, de acordo com dados preliminares do Departamento de Economia Rural (Deral). O município de Nova Esperança, no Norte do Paraná, considerado capital nacional da seda, lidera a produção, com 158,9 toneladas de casulos, que geraram um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 3,84 milhões no ano passado. Astorga é o sexto maior produtor, com 44 toneladas e VBP de R$ 1,06 milhão.

Dos 399 municípios paranaenses, 164 atuam com a sericicultura. A atividade envolve cerca de 1,6 mil produtores no Estado.

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que o Governo do Estado está comprometido com o fortalecimento do setor. “Nosso time está construindo estratégias para proteger essa cadeia tão importante para nós. Há um esforço para apoiar, prover recursos para bons projetos para melhorar as condições de produção e comercialização das famílias”, pontuou.

O Sistema Estadual de Agricultura trabalha para impulsionar a agricultura familiar por meio de programas como o Banco do Agricultor Paranaense, por meio da equalização da taxa de juros para investimentos nas propriedades, e o Coopera Paraná, que destina recursos para projetos de melhorias em associações e cooperativas.

A diretora de Pesquisa do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), Vânia Moda Cirino, disse que o órgão tem na cadeia da sericicultura um de seus principais focos de atenção. “Estamos comprometidos com entidades do setor, instituições de ensino da região e produtores para promover o aumento das tecnologias e implementar políticas agrícolas que aumentem a produtividade e a rentabilidade”, disse.

DEFESA AGROPECUÁRIA

 – Mesmo com indicadores positivos, a cadeia da seda no Paraná enfrenta desafios como a deriva de agrotóxicos. O governo estadual tem atuado para mitigar o problema. Em junho deste ano, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) realizou a Operação Agro+, com análise fiscalização de 150 pulverizadores e orientação de produtores em Astorga, escolhida pela alta concentração de sericicultores. Foi a maior operação de inspeção de pulverizadores já realizada pelo órgão e colaborou para a aplicação adequada de agrotóxicos.

A deriva acontece quando há desvio das gotas do produto durante a aplicação, fazendo com que, pela força do vento, se espalhem para além do alvo. Nesse sentido, a sericicultura está entre as culturas mais sensíveis, em razão da coexistência no mesmo ambiente de lavouras como cana-de-açúcar, soja e milho.

EVENTO

 – O Encontro Estadual de Sericultura foi organizado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), pela Prefeitura Municipal de Astorga e pela Seab.

Na avaliação da presidente da Associação Brasileira da Seda (Abraseda), Renata Amano, o encontro foi importante para tirar os produtores do sítio e mostrar que fazem parte de um todo, com apresentações sobre tecnologias, produção orgânica e outras práticas relevantes nas propriedades. O concurso traz a expectativa de uma valorização ainda maior essa cadeia.

“A gente sabe da importância e da credibilidade que a seda brasileira tem nos mercados internacionais de alto luxo. Nada mais justo que essas sericicultoras, que são as principais responsáveis por fazer com que essa seda chegue ao mundo, consigam ter um contato com o produto final”, afirmou.

A prefeita de Astorga, Suzie Pucillo, destacou a parceria com o governo estadual. “Astorga está entre os principais produtores de seda do Paraná, e sediar um evento dessa proporção é fundamental para troca de conhecimento e experiências”, afirmou.

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