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Focos de calor na Amazônia crescem 10,7% no 1º semestre e atingem maior taxa desde 2019

Em números absolutos foram registrados 8.344 focos de calor na Amazônia

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Foto: Vinícius Mendonça/Ibama
Gramado Presentes

O primeiro semestre de 2023 registrou um aumento de 10,7% dos focos de calor detectados na Amazônia em comparação ao mesmo período do ano passado. O satélite de referência não captava números tão altos nos primeiros seis meses de um ano desde 2019.

Os dados foram obtidos pelo Greenpeace Brasil em parceria com a GloboNews, junto a plataforma do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em números absolutos foram registrados 8.344 focos de calor na Amazônia no primeiro semestre de 2023.

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Os focos de calor são medidos através do satélite que capta a temperatura e as traduz em pixels. Nesse mecanismo de leitura, não é possível mensurar através dos focos de calor dessa pesquisa a área atingida.

Os estados que mais contribuíram para este aumento foram Mato Grosso, com 4.569 (55%); Pará, com 1.482 (18%); e Roraima, com 1.261 (15%) focos de calor no ano de 2023. Esse crescimento se dá entre vários fatores pelo aumento das temperaturas em todo o mundo, segundo Rômulo Batista que atua como porta-voz do GreenPeace Brasil.

“A gente saiu de anos sob o fenômeno da La Niña, quando há períodos de chuva maiores. E agora estamos indo para um El Niño – um período mais seco. O mês de junho foi um dos mais quentes já registrados no mundo e na Amazônia não foi diferente. Quanto menos chuva e mais quente, mais suscetível fica todo o bioma a incêndios“, afirma Batista.

Um cruzamento de dados entre os focos de calor e o desmatamento aponta que aproximadamente 37% dos focos são de áreas de desmatamento consolidado. Os dados foram extraídos da plataforma TerraBrasilis, do INPE, pelo Greenpeace a pedido da GloboNews:

  • 37% – desmatamento consolidado
  • 22,3% – vegetação primária
  • 19,1% – desmatamento recente
  • 11,3% – outros
  • 10,3% – vegetação secundária

Ranking por estados

Já em números comparativos do ano passado com esse ano, o estado que apresentou maior crescimento de focos de calor no primeiro semestre, foi Roraima, com mais de 100% de aumento. Pará e Tocantins tiveram aumento de 38%. Em compensação, Acre e Maranhão apresentaram queda de 60% e 34% nos focos de calor, liderando o quesito.

Junho tem patamar recorde

O mês de junho registrou 3.075 focos de calor, contribuindo com 36% do total do ano. O Índice atingido é o recorde da série de 2007 para 2023, sendo o maior número verificado para o mês desde então.

As três semanas com mais focos de calor detectados do ano estão em junho. Do dia 12 ao dia 18 foram registrados 583 (7% do ano). Na semana seguinte, de 19 a 25 de junho, foram 952 (11,4% do ano – a semana com mais registros). E de 26 a 30 foram mais 881 (10,6% do total).

Desmatamento na Amazônia registra queda pelo terceiro mês consecutivo em 2023

Em contraponto, o número de alertas de área desmatada no mês de junho apresentou queda de 41% em relação ao mesmo período no ano passado. No acumulado do primeiro semestre, a queda fica em 33,6% em relação ao mesmo período de 2022. Os dados foram divulgados nessa quinta-feira pelo Ministério do Meio Ambiente, em Brasília. Os valores são do sistema Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“O segundo semestre marca o verão amazônico, época mais quente e com menos chuvas. Historicamente há mais queimadas e mais desmatamento. Vamos precisar de muito mais ações de fiscalização e controle para evitar que esse número que já vem alto nesse primeiro semestre, bata recordes e fique ainda maior do que o registrado nos últimos anos”, completa Batista.

Este é o terceiro mês consecutivo, em 2023, que os dados mostram uma queda do desmatamento no bioma. Ao todo, foram registrados 663 km² de alertas de desmatamento.

Dentro do acumulado do primeiro semestre de 2023 a queda de 33,6% teve o maior número de alerta nos seguintes estados: Mato Grosso com 905 km² (34% do total), Pará com 746 km² (28%) e Amazonas com 553 km² (21%).

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