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Pesquisador descobre que pirata irlandês morou no Paraná e deixou tesouro escondido no Brasil

Pirata Zulmiro escondeu tesouro na Ilha da Trindade, no Espírito Santo

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Martin Luther – Enem

Uma história que envolve tesouros, bandos piratas, assassinatos e expedições pode até parecer fantasia, mas foi comprovada pelo pesquisador curitibano Marcos Juliano Ofenbock.

Ao longo de 18 anos, ele pesquisou em documentos esquecidos, jornais antigos, cartas, entre outros arquivos e conseguiu provar a existência do Pirata Zulmiro, que morou em Curitiba entre 1839 e 1889, na região onde hoje está a Universidade Livre do Meio Ambiente.

Charles Pinturas
Jornal mostra notícia publicada em 1911 sobre expedição em busca do tesouro pirata. — Foto: Jornal O Malho
Jornal mostra notícia publicada em 1911 sobre expedição em busca do tesouro pirata. — Foto: Jornal O Malho
Marcos Juliano Ofenbock pesquisa a história do Pirata Zulmiro desde 2004 — Foto: Divulgação/Biblioteca Pública do Paraná
Marcos Juliano Ofenbock pesquisa a história do Pirata Zulmiro desde 2004 — Foto: Divulgação/Biblioteca Pública do Paraná

O pirata e o tesouro

A pesquisa de Ofenbock descobriu que o jovem Francis Hodder, nascido em 1799, vinha de uma família nobre irlandesa. Ele estudou na tradicional escola de Eton College e, posteriormente, fez parte da Marinha Real Inglesa.

Aos 25 anos, segundo a pesquisa, ele teve um desentendimento com outro oficial enquanto passavam pelo Caribe. Durante a briga, Hodder mata o colega e, com medo do julgamento da corte marcial, resolve desertar e fugir.

De acordo com relatos, na Flórida o jovem entra em um navio negreiro e, meses depois, ainda vivendo no navio, faz um motim, mata o capitão e abraça a pirataria.

Pesquisador acredita que tesouro pirata está enterrado na Ilha da Trindade — Foto: Ivan Rasera/Artes RPC
Pesquisador acredita que tesouro pirata está enterrado na Ilha da Trindade — Foto: Ivan Rasera/Artes RPC

Neste momento, ele deixa de ser John Francis Rhoder e passa a ser Zulmiro. Com isso, ele se desloca para o Oceano Atlântico Sul e passa a praticar a pirataria.

Junto com outros dois piratas, que se apresentavam como José Sancho e Zarolho, Zulmiro cria um banco de tesouros com objetos capturados pelo bando.

Segundo um mapa deixado por Zulmiro, o tesouro encontra-se na Ilha da Trindade, localizada a cerca de 1.200 km da costa do Espírito Santo.

Suposto mapa do tesouro deixado pelos piratas e publicado no jornal A Noite, em 1940 — Foto: Jornal A Noite
Suposto mapa do tesouro deixado pelos piratas e publicado no jornal A Noite, em 1940 — Foto: Jornal A Noite

Chegada no Paraná

Segundo Ofenbock, após anos vivendo como um pirata, Zulmiro é capturado por outro navio.

“Ele fala: ’19 dias após eu ter feito o último depósito na Ilha da Trindade, eu fui capturado por um navio de guerra inglês’. Um dos oficiais do navio era grande colega do pirata na época em que o pirata fazia parte da Academia Naval”, explica o pesquisador Marcos Juliano.

Então, o oficial simula a fuga de Zulmiro, que promete nunca mais atuar com pirataria. Nove dias após, ele chega em Curitiba, onde se estabelece e fica conhecido por locais como “o velho do mato”.

A história fica esquecida, até que, já idoso, Zulmiro conhece Edward Young, a quem revela toda a aventura.

Edward Young ficou amigo do velho inglês, que revelou para ele ser o Pirata Zulmiro — Foto: Arquivo Pessoal/Marcos Juliano Ofenbock
Edward Young ficou amigo do velho inglês, que revelou para ele ser o Pirata Zulmiro — Foto: Arquivo Pessoal/Marcos Juliano Ofenbock

Expedições

Ao longo dos anos, diversas expedições foram feitas com o objetivo de localizar o tesouro indicado pelos piratas, mas nenhuma obteve sucesso.

Atualmente a Ilha da Trindade é administrada pela Marinha do Brasil e tem acesso restrito.

Ilha de Trindade, no Espírito Santo — Foto: Reprodução/TV Gazeta
Ilha de Trindade, no Espírito Santo — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Porém, após as descobertas feitas pela pesquisa de Ofenbock, ele foi convidado a fazer parte do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.

A instituição irá apoiar o pesquisador para uma nova expedição à ilha, a fim de mapear e tentar identificar a localização do tesouro perdido.

“Hoje com os instrumentos científicos que tem há grande possibilidade de encontrar esse material e fazer definitivas escavações”, afirmou Nelson Penteado, diretor de patrimônio do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.

Conforme Ofenbock, a pesquisa passa pelo processo burocrático para conseguir a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para explorar o local.

A previsão é que as escavações aconteçam em 2025.

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