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Continuidade do fenômeno La Niña vai afetar o clima no verão

La Niña deve afetar o clima pelo terceiro verão consecutivo

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FOTO: Reprodução/PublicWMO
Rui Barbosa

O La Niña, fenômeno climatológico caracterizado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico, deve se estender por mais tempo e adentrar o ano de 2023. As correntes refrigeradas, causadas por ele, alteram o regime de chuvas e de ventos em grande parte do mundo.

Esse fenômeno ocorre naturalmente por razões ainda não definidas, cientistas apontam que até a radiação solar pode afetar a temperatura das águas do Pacífico. Os períodos de La Niña são sucedidos por períodos de El Niño, quando as mesmas águas ficam com a temperatura acima do normal, e períodos de neutralidade.

Ótica da Visão

O aceleramento do aquecimento global, a emissão de gases do efeito estufa e o derretimento de calotas polares, têm extremado esses fenômenos, que estão mais frequentes e mais duradouros do que a média esperada. Pela terceira vez na história, o La Niña dura três verões consecutivos.

A continuidade do fenômeno vai afetar algumas safras, mas com intensidade menor do que em 2021, quando algumas culturas tiveram quebra de safra de até 50%.

Continuidade do La Niña

Segundo o boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), órgão de serviços de meteorologia dos Estados Unidos, a maior probabilidade é de que o Pacífico volte à normalidade apenas em meados do verão.

Com isso, o período entre novembro e janeiro deve ser marcado por estiagem no Sul do País, e com chuvas um pouco acima da média no Norte e no Nordeste. A probabilidade de ocorrência do La Niña é de 93%, e o final da primavera na Região Sul do Brasil já está sendo marcada por uma frente fria fora do comum, período considerado crítico para a safra do milho.

Entre dezembro e fevereiro, a probabilidade de ocorrência do La Niña é de 72%, e entre janeiro e março a probabilidade de ocorrência cai para 55%. Esses meses são fundamentais para a cultura da soja.

A situação se inverte no começo da colheita da safra de verão: entre fevereiro e abril, a probabilidade de ocorrência de La Niña é de 36%, segundo o boletim da NOAA. De março a maio, os dados apontam para 74% de chances de ocorrência de neutralidade na temperatura das águas do Oceano Pacífico.

O Centro Meteorológico Europeu (ECMWF), por sua vez, divulgou modelos climáticos que apontam para o aquecimento das águas de algumas regiões do Pacífico. Para o órgão, o aquecimento deve continuar ao longo de 2023 e configurar o fenômeno El Niño no ano seguinte.

Apesar da sua importância, o La Niña não é o único fenômeno climatológico em ação. O mês de dezembro ainda pode trazer frio para algumas regiões, devido ao avanço de massas de ar polar. Estas, porém, não devem surtir muito efeito no Sudeste e no Centro-Oeste, que devem experimentar o excesso de nebulosidade e chuva, causadas por episódios de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).

Previsão do tempo por Região

Região Norte

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) indicam que toda a Região Norte deverá registrar volumes de chuvas acima da média climatológica durante o verão. As temperaturas devem permanecer perto da média histórica durante o período.

Região Nordeste

No Nordeste, a tendência também é de chuva acima da média e de temperaturas perto da média climatológica. As exceções são para a região centro-sul da Bahia, que terá temperaturas levemente menores do que a média, e o Maranhão e o oeste do Piauí, que terão temperaturas acima da média.

Região Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, a tendência é de precipitação acima da média no centro-norte de Mato Grosso e de Goiás. O restante da região deve ter chuvas ligeiramente abaixo da média histórica e as temperaturas ficarão na média esperada.

Região Sudeste

A Região Sudeste deverá ter chuvas acima do normal na região centro-norte de Minas Gerais e no Espírito Santo. No restante da região, as chuvas devem ficar abaixo da média. As temperaturas deverão ficar abaixo da média histórica no Espírito Santo, nordeste de Minas Gerais e norte do Rio de Janeiro. Já em São Paulo, a previsão é de temperaturas levemente acima do normal para o período.

Região Sul

A Região Sul deverá ser uma das mais afetadas pelo La Niña, portanto, a chuva deverá ser menor do que a média, principalmente no Rio Grande do Sul. Já as temperaturas deverão ficar próximas à média ou ligeiramente superiores em algumas partes, como no oeste do Rio Grande do Sul.

D Marquez
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