Brasil produz mais de 150 mil toneladas de carne de peru por ano

A produção brasileira de carne de peru superou 150 mil toneladas em 2021, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Cerca de 70% das aves abatidas atendem ao mercado interno, sendo exportados os outros 30%, que são produzidos no Sul e embarcados para 69 países, principalmente para África do Sul e Chile.

Em 2012, o Brasil chegou a produzir mais de 440 mil toneladas da proteína. De lá para cá, o fechamento de plantas industriais derrubou o volume. Entre 2017 e 2018, a produção caiu de 390 mil toneladas de carne de peru para 181 mil toneladas, o que se refletiu na queda das exportações, de 2018 para 2019, de 74 mil toneladas para 37 mil toneladas.

O aumento do consumo interno de coxas, sobrecoxas e presunto de peru tem ajudado a retomada da avicultura perueira e impulsionado a abertura de novas unidades produtivas. O brasileiro consome, em média, 0,5 quilograma de carne de peru por ano. Além disso, a expansão dos destinos da carne de peru colaboram com o crescimento do setor.

Por que o peru é um prato típico do Natal?

O peru foi domesticado pela primeira vez há mais de mil anos no território que hoje pertence ao México. A ave foi importada para a Inglaterra no início do século 16 e caiu nas graças do Rei Eduardo VIII, que passou a consumir a carne saborosa e magra nos almoços de Natal.

A popularização da refeição, entretanto, só aconteceu após a publicação de Conto de Natal, do escritor Charles Dickens, outro apreciador da proteína. O impulso final para a tradição natalina foi dado pela domesticação da ave, o que tornou o crescimento dela mais rápido e deixou a carne de peru mais barata que a de galinha e a de pato.

Como criar peru?

O peru é uma ave resistente, sem restrições de clima, fácil de lidar e que pode se desenvolver em áreas pequenas. A criação pode ser iniciada com a aquisição de ovos para serem incubados, filhotes de poucos dias ou perus jovens e adultos. As raças mais adaptadas para a produção da carne no Brasil são o mamouth bronzeado e o beltsville branco.

Viveiro para perus

O viveiro para a criação de perus pode ser rústico, com pedaços de madeira reaproveitados, mas deve ser protegido por telas de arame e coberto com telhas de barro em inclinação. As aves precisam de um poleiro a 1 metro do solo, bem como de um ninho com 40 centímetros quadrados coberto com palha ou capim seco.

O abrigo deve ter dimensões de 4 metros por 3 metros, com 2 metros de altura, para criar uma família de um macho e três fêmeas. É importante ter duas paredes transversais fechadas para impedir as correntezas de ar.

Cuidado com doenças de perus

A higiene e a alimentação devem ser rigorosas, principalmente nos primeiros seis meses, quando o animal está mais suscetível a doenças. A exposição a chuva, vento forte, geada ou sol intenso facilita a ocorrência da “crise do vermelho”, que pode ser evitada com ração à base de ovo, cebola, quirera de milho e verdura nos primeiros dias de vida.

Reprodução dos perus

Os perus se reproduzem a partir dos 8 meses de vida. Um macho pode servir até dez fêmeas, que costumam pôr quatro vezes ao ano, entre julho e setembro. Cada postura tem de 15 ovos a 20 ovos, que devem ser incubados por 28 dias. As aves são ótimas chocadeiras, podendo cuidar até de ovos de outras espécies.

Alimentação dos perus

A nutrição dos perus deve ser realizada com folhosas, exceto alface, porque pode provocar diarreia nas aves. Os animais podem ser alimentados com ração de uma parte de milho para uma parte de restos de frutas, hortaliças cruas, ovos e cascas secas e trituradas.

Comercialização do peru

Além da carne, o avicultor pode comercializar as penas do peru, que são usadas como preenchimento de travesseiros e almofadas. O esterco pode ser aplicado como adubo em canteiros e hortas. Os ovos da ave também podem ser consumidos, tendo sabor semelhante ao dos de galinha, mas, como são mais difíceis de produzir, são considerados artigos de luxo.