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Sophia Medina sonha alto: “Não sou só a irmãzinha do Gabriel”

Aos 17 anos, caçula do tricampeão mundial já soma diversas conquistas como o Sul-Americano, em abril. Ela disputa atualmente o Challenger, evento classificatório para o Circuito Mundial

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|Foto: Divulgação|
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As expressões do rosto, o surfe refinado e o ritual de rezar antes de entrar no mar não deixam dúvidas: Sophia é uma típica Medina. Irmã caçula de Gabriel Medina, a adolescente de 17 anos vem se destacando desde a base, repetindo os bons resultados do início de carreira do irmão. Treinada por Charles Saldanha, ou Charlão Medina – como é conhecido o pai de Sophia e padrasto de Gabriel -, a jovem surfista tem como objetivo para o momento conquistar uma vaga na elite em 2023.

Campeã sul-americana, em abril, na Praia Mole, em Florianópolis, mesmo lugar onde Gabriel venceu o seu primeiro WQS, Sophia disputa atualmente o Challenger, circuito classificatório para o World Tour. Com um estilo de surfe parecido com o do irmão, ela tem objetivos ainda mais ambiciosos para o futuro: ser campeã mundial.

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– O sobrenome Medina sempre foi muito forte no surfe. Sempre fui a irmãzinha do Medina, até que comecei a competir em eventos de nível mundial e fiquei conhecida. Agora não sou só a irmãzinha do Gabriel. Eu já me senti um pouco pressionada por não querer frustrar o nome Medina, mas hoje essa pressão virou motivação. Tenho orgulho enorme de ser uma Medina e agora quero criar a minha história, a história da Sophia Medina – disse a atleta.

De passagem pelo Rio na última semana, quando disputou uma das etapas do WQS na Prainha, Sophia possui uma relação cordial com Gabriel com quem diz nunca ter brigado. Mesmo vindo de uma família de surfistas, ela conta que nunca se sentiu pressionada a virar uma atleta da modalidade. A comparação no estilo de surfe com o irmão, porém, é inevitável.

– Eu sempre assisti ao Gabriel surfar. Temos o mesmo treinador, o treinador que treinou o Gabriel a vida inteira e acaba que o nosso surfe fica muito parecido. Só que é complicado me comparar a ele ainda porque ele é fora do normal. Eu tinha medo de dar batida na junção, tinha medo de fazer algumas manobras e ele dizia: “Você tem que fazer essa manobra”. Ele me inspirou desse jeito, de eu estar do lado sempre vendo, querendo fazer igual. Gabriel é uma inspiração para mim – destacou.

Criada em Maresias, no litoral paulista, Sophia começou a surfar aos cinco anos quando ganhou a sua primeira prancha durante uma viagem da família à Espanha. No início, a menina tinha medo de se arriscar no mar como o irmão que já despontava nos cenários nacional e internacional. Mesmo treinando Gabriel e acompanhando-o em todas as competições, Charlão teve tempo para dar atenção à filha mais nova, ensinando-a o beabá do surfe no “quintal de casa” em Maresias.

– Eu acho que a minha maior influência foi eu ver o amor deles pelo esporte. E não só do Gabriel como do meu pai também. Quando começar a pegar onda, eu não conseguia remar na prancha direito. Eu ia deitada e o meu pai me empurrando. Ele ou o Gabriel. A gente ficou assim por um bom tempo. Até que eu falei: “Pai eu quero tentar subir na prancha que nem o Gabriel e que nem todo surfista faz”. Quando consegui foi uma alegria imensa – revelou.

A primeira competição de Sophia foi aos nove anos, um campeonato regional em Camburi-SP. O primeiro título foi um sub10 masculino, quando a caçula dos Medina competiu no meio dos meninos por não haver categoria feminina no evento. Competitiva ao extremo, Sophia descobriu a vocação para ser atleta profissional ao ver-se obstinada por bons resultados.

– Quando comecei a fazer resultado, eu falei: “Nossa, isso é legal”. (risos). Na real, o meu amor é pelo esporte, mas também pela competição. Essa dedicação de sempre buscar um resultado melhor me fascina demais. Depois do primeiro campeonato que eu ganhei, teve um que eu perdi, daí eu falei que tinha que ganhar o próximo de qualquer jeito. É esse o clima de competição que eu gosto.

A partir de então, Sophia foi traçando uma carreira vitoriosa nas divisões de base do surfe até chegar ao WQS em 2021. E as conquistas não pararam por aí. Por conta do título do Circuito Sul-Americano temporada 2021/22 – competição que corre paralela ao WQS – a jovem garantiu o direito de disputar o Challenger deste ano, evento classificatório para o Circuito Mundial (World Tour) do ano que vem.

Sophia já surfou em duas etapas do Challenger, ficando fora do pódio em ambas. O próximo evento acontece de 3 a 10 de julho na África do Sul. A surfista tem mais seis etapas para garantir a pontuação necessária para disputar o Circuito Mundial 2023. As expectativas são as melhores possíveis mesmo com as dificuldades encontradas neste início.

– Eu estou começando nesse Circuito e tenho mais seis etapas pela frente. Tenho competido com as melhores do mundo, o que é muito difícil. Hoje a minha maior meta é ganhar etapas do WQS, ganhar no Challenger Series, que é um evento muito grande, e, com certeza, chegar na elite mundial do surfe. Também penso em Olimpíadas, que é algo muito grande. Mas ainda faltam dois anos para Paris – frisou.

Sobre o futuro a médio e longo prazo, Sophia não titubeia ao falar que o objetivo é seguir os passos de Gabriel e também ser campeã mundial, seja de forma inédita para o Brasil ou não.

– Desde que eu me apaixonei pelo surfe, ser campeã mundial é o meu grande sonho. Gostaria muito de ser a primeira brasileira campeã mundial como aconteceu com o meu irmão no masculino. Mas também se eu for a segunda ou terceira surfista do Brasil campeã do mundo eu vou ficar satisfeita. Enquanto eu não realizar esse sonho eu vou seguir treinando forte para um dia chegar lá – finalizou.

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