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Sífilis aumenta nas Américas; cerca de 4,6 milhões têm a doença, segundo a Opas

Organização apela aos países e profissionais de saúde pela intensificação no combate à doença que pode ser evitada e tratada

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Diagnóstico precoce e tratamento da sífilis reduzem riscos de complicações pela doença Breno Esaki/Agência Saúde DF
Velho Oeste

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alerta para a tendência crescente de casos de sífilis e de sífilis congênita nas Américas. Estima-se que 4,6 milhões de pessoas tenham a doença na região, de acordo com a Revisão Epidemiológica da Sífilis nas Américas lançada pela entidade.

Em 2020, os países relataram 29.147 casos de sífilis congênita, e os números preliminares relatados à Opas para 2021 indicam mais de 30 mil infecções transmitidas de mãe para filho.

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Diante do cenário, a organização apela aos países e profissionais de saúde pela intensificação no combate à doença que pode ser evitada e tratada.

“O número de pessoas afetadas continua inaceitavelmente alto para uma doença que não deveria mais existir”, disse Marcos Espinal, diretor assistente interino da Opas, em comunicado. “Devemos redobrar nossos esforços para impedir que as cadeias de transmissão e sífilis se espalhem, tanto em populações vulneráveis ​​quanto em mulheres grávidas e recém-nascidos. O tratamento está disponível e acessível”, completa.

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível que pode causar distúrbios neurológicos, cardiovasculares e dermatológicos em adultos. Também pode ser transmitida de mãe para filho durante a gravidez e pode causar aborto espontâneo, morte fetal, prematuridade ou deficiências graves em recém-nascidos.

A doença infecciosa, causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, pode se manifestar em três estágios. Os dois primeiros apresentam as características mais marcantes da infecção, quando se observam os principais sintomas e também o período de maior transmissibilidade.

Com o tempo, ela desaparece e o paciente deixa de apresentar sintomas. A doença pode permanecer sem sinais por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral, problemas cardíacos, podendo levar à morte. O diagnóstico oportuno e tratamento com antibiótico reduz os riscos de complicação.

Em 2016, países de todo o mundo se comprometeram na Assembleia Mundial da Saúde a reduzir os novos casos de sífilis em 90% entre 2018 e 2030 e reduzir os novos casos de sífilis congênita para menos de 50 por 100 mil nascidos vivos. Atualmente, a incidência de sífilis congênita na região das Américas é de 200 por 100 mil, bem acima da meta necessária para alcançar a eliminação.

“Devemos testar todas as mulheres na primeira consulta de pré-natal, antes da 20ª semana e no terceiro trimestre de gravidez, e tratar imediatamente as positivas, assim como seus bebês, com penicilina para prevenir a transmissão. Se o teste não foi feito durante a gravidez, deve ser feito no parto”, disse Rodolfo Gómez Ponce de León, assessor regional da Opas para saúde sexual e reprodutiva. “Para evitar a reinfecção, também é necessário tratar os parceiros”, acrescentou.

A Opas defende o aumento na disponibilidade de testes para controlar a doença. A Revisão Epidemiológica da Sífilis aponta que, na América Latina, apenas 59% das gestantes receberam teste de sífilis em 2020.

A entidade recomenda o uso de testes rápidos no local de atendimento, incluindo aqueles que detectam HIV e sífilis ao mesmo tempo com o objetivo de ampliar as oportunidades de diagnóstico e de tratamento. Segundo a Opas, apenas sete países das Américas utilizam os testes atualmente.

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