Fale com a gente
Clube Náutico

Agronegócio

Liberado milho resistente a lagartas 100% brasileiro

Atualmente, apenas duas empresas estrangeiras fornecem a tecnologia ao mercado mundial

Publicado

em

FOTO: Reprodução/Koppert
Velho Oeste

Acaba de ser liberado o uso comercial do milho geneticamente modificado para resistência a insetos desenvolvido totalmente no Brasil. A CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) aprovou esse mês, por unanimidade, o evento EH913, fruto de uma parceria da Embrapa Milho e Sorgo com a Helix, empresa do grupo Agroceres.

Atualmente, apenas duas empresas estrangeiras fornecem a tecnologia ao mercado mundial. A Helix informa também que já iniciou os processos para a liberação comercial do evento EH913 em outros países. No entanto, a data para o início da comercialização no Brasil ainda não foi definida.

Charles Pinturas

A nova tecnologia utiliza gene específico da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt) contra pragas lepidópteras, em especial a Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho, considerada a principal praga da cultura do milho), e a Diatraea saccharalis (conhecida como broca-da-cana). 

“Em todos os ensaios de campo realizados, o evento EH913 apresentou performance surpreendente, comparável a melhor tecnologia Bt disponível atualmente no mercado”, afirma a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 

Em ensaios de laboratório, de acordo com informações da Embrapa Milho e Sorgo e da Helix, o produto obteve alta eficácia contra larvas da lagarta-do-cartucho, mesmo quando diluído 25 vezes em dieta artificial, indicando um bom prognóstico em relação ao manejo de resistência de insetos. Adicionalmente, o milho com o evento EH913 se mostrou eficaz inclusive contra populações de Spodoptera frugiperda resistentes às proteínas Bt presentes no mercado, indicando a ausência de resistência cruzada com tais tecnologias e reforçando ainda mais o seu caráter inovador e disruptivo para o manejo de pragas no Brasil.

O presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança Paulo Barroso afirma que “o principal diferencial do evento, além das questões tecnológicas específicas, é ter sido produzido por duas empresas brasileiras, sendo uma privada, a Helix, e a outra pública, a Embrapa”.

“O desenvolvimento desse evento, assim como todo o processo de avaliação de segurança, foram completamente realizados no País. É um marco para a ciência brasileira, que já tinha produzido organismos geneticamente modificados de soja, feijão, eucalipto e agora um de milho. O processo foi muito bem instruído, remetendo corretamente às questões de segurança alimentar e ambiental”, reforçou.

De acordo com Frederico Ozanan Machado Durães, chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, a liberação coloca o Brasil, a Embrapa e a Helix em um seleto grupo de países e empresas capazes de fornecer tecnologia Bt. 

“A construção do conhecimento disruptivo, na parceria público-privada, é um processo estratégico inteligente de cocriação e codesenvolvimento altamente oportuno para ampliar relevância no setor produtivo. Intercambiar saberes – técnico-científicos, gerenciais e negociais – tem relevância para impactar o setor produtivo e, neste momento, a aprovação do evento EH913 para uso comercial no Brasil coloca o País e os parceiros em rota de alta contribuição no interesse do agricultor e promoção do desenvolvimento da agricultura brasileira”, comenta.

Clube Náutico
Continue Lendo

Doce Arte
Doce Arte