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Agronegócio

Custo de importações de fertilizantes registra alta de 178% em 2022, aponta CNA

Entretanto, o volume dos produtos registrou crescimento de apenas 16%. Confederação da Agricultura e Pecuária destaca aumento no preço dos insumos e futuro impacto no valor dos alimentos

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Produtor aplica fertilizante em campo de trigo 27/05/2021REUTERS/Pascal Rossignol
Martin Luther – Enem

Dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostram que o custo com importações de fertilizantes cresceu 178% de janeiro a maio de 2022, em relação aos primeiros cinco meses de 2020. Entretanto, ainda segundo a entidade, o volume importado subiu apenas 16% neste mesmo período.

Os dados, segundo a CNA, apontam um aumento expressivo no preço desses produtos, que são os principais insumos das atividades agrícolas.

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Ainda de acordo com a confederação, a alta nos gastos irá fazer com que os produtores percam margem de faturamento, já que o Brasil importa cerca de 80% de todo o fertilizante consumido, gerando uma ampliação do custo nas safras 2022/2023.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Inteligência de Mercado da CNA, Natália Fernandes, culturas como a soja e o milho, por exemplo, devem sofrer impactos significativos.

“A gente tem uma estimativa de um aumento do custo perto de 40% para a soja e de 51% para safra de verão no custo operacional efetivo, que é o custo de desembolso do produtor. Então é bastante expressivo quando você compara a safra de um ano para o outro. Só custos com fertilizantes é ainda mais expressivo, então para soja passa de 80%. E para milho chega perto de 93%”, afirma a coordenadora.

Natália Fernandes destaca ainda que o uso de fertilizantes representa de 30% a 40% dos gastos operacionais dos agricultores. E completa apontando que o insumo é o item mais importante da atividade.

O professor e economista da Ibmec, Gilberto Braga, explica que o aumento no preço dos fertilizantes é um reflexo do conflito entre Rússia e Ucrânia, de onde o Brasil importa grande parte desses suprimentos.

“Esse aumento nos preços tende a impactar cada vez mais o consumidor final, sobretudo quando se tem conhecimento de que não há ainda uma perspectiva de um fim do conflito no leste europeu. É importante dizer que cada tipo de agricultura tem uma necessidade diferenciada de fertilizante, mas não existe nenhum tipo de alimento que não vai ser impactado. Isso acaba que vai para o preço final e acaba sendo pago pelo consumidor brasileiro”, aponta.

Os alimentos são um dos itens que vêm impactando fortemente a inflação do país. Na divulgação do mês de maio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a categoria registrou alta de 0,75%. Entretanto, no acumulado de janeiro a maio deste ano, os preços já cresceram 6,86%.

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