Política
DataSenado mostra que 32% das candidatas já foram discriminadas na política
O levantamento foi feito com o intuito de detectar obstáculos que prejudiquem o aumento da representatividade feminina na política
O Instituto de Pesquisa DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência ouviu candidatas e candidatos às eleições de 2018 e 2020 sobre os desafios enfrentados no desempenho de suas atividades políticas, com o objetivo de investigar fatores que possam resultar na baixa representatividade feminina nos cargos eletivos e a presença de violência política em ambos os gêneros. Esta foi a segunda edição da pesquisa “Equidade de Gênero na Política”, a primeira foi lançada em 2016. Na edição de 2022, entre os dias 22 de março a 13 de abril, o DataSenado entrevistou por telefone 2.850 candidatos, entre homens e mulheres. A Chefe de Pesquisa e Análise do Instituto DataSenado, Isabela Lima, informou que 3 em cada 10 mulheres disseram já ter sofrido discriminação no ambiente político:
“Você já foi discriminado em função do seu gênero?”. Três a cada dez mulheres disseram que sim, no ambiente político foram discriminadas em função do seu gênero. Interessante que, quando perguntadas: “Você já sofreu violência no ambiente político?”, ao passo que 32% delas disseram que já foram discriminadas, só 23% disseram que já sofreram violência no ambiente político. A discriminação não é vista como violência. Fica a questão se já nos acostumamos a ser discriminadas.
A Pesquisa também mostrou que 78% dos entrevistados acreditam que a Lei de Cotas para candidaturas femininas ajuda a eleger mulheres. A Procuradora Especial da Mulher do Senado Federal, senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, afirmou que os resultados da pesquisa mostram que ainda há um longo caminho a percorrer:
Enaltecer o trabalho do instituto DataSenado, que vai apresentar aqui a realidade da mulher nos postos de poder e principalmente na política, um cenário pelo qual todos vocês vão perceber que nós avançamos, mas que temos um longo caminho ainda a percorrer.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, lamentou que a representatividade das mulheres na política ainda seja baixa:
As mulheres representam cerca de 51% da população brasileira. Segundo dados do TSE, elas somam 53% do eleitorado. No entanto, ocupam hoje somente 15% das cadeiras da Câmara dos Deputados e 13% das cadeiras do Senado Federal. Isso, evidentemente, tem que mudar. É uma sub-representação quantitativa não apenas injusta, mas que tem consequências indesejáveis para o país.
O relatório completo da pesquisa está disponível no endereço eletrônico www.senado.leg.br/datasenado.