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Agronegócio

Sementeiras investem em tecnologia e profissionalização e beneficiam sojicultores

Nos últimos anos houve um salto na profissionalização do setor

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Foto: Reprodução Canal Rural
Velho Oeste

No período da entressafra, o produtor de soja sempre se questiona: qual semente usar no próximo ciclo? Tal decisão impacta diretamente no processo de cultivo. Afinal, é preciso ficar atento se a variedade a ser escolhida vai se adaptar às condições de solo e clima e se terá o potencial de aumentar a produtividade da lavoura.

O vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (Abrass), André Schwening, ressalta que muitos atributos ajudam a definir a qualidade de uma cultivar, como o potencial genético e a própria biotecnologia, tudo fruto de anos de experimentações para que o produtor final tenha acesso ao melhor material possível.

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De acordo com ele, apesar de a entidade não ser contra a semente salva, produzida dentro dos limites que a lei preconiza, a pirata é fruto de atenção e precisa ser combatida. “Quando o agricultor escolhe uma semente pirata, ou mesmo a salva, ele não remunera o trabalho do sementeiro, sobretudo o da pesquisa, da genética que produziu esses materiais e que, em nossa opinião, é o grande fator de incremento de produtividade dos últimos anos”.

Segundo Schwening, nos últimos anos houve um salto na profissionalização do setor que abrangeu as empresas regionais que, em sua maioria, são familiares, e também as demais. “[Isso aconteceu] primeiro por causa da exigência do agricultor por uma semente de mais alta qualidade e, em segundo lugar, por conta de todos os atributos da semente, que garantem mais rentabilidade e produtividade ao agricultor e, com isso, trazem mais custo. À medida que o custo do insumo aumenta, a responsabilidade de oferecer algo com uma qualidade cada vez melhor aumenta também”, explica.

O representante da Abrass salienta que o multiplicador de sementes atua como um grande filtro das novas tecnologias, dos novos cultivares que chegam ao mercado. “Ele faz o ajuste fino, entendendo a população, o timing de plantio, a melhor região, o tipo de solo. Esse é um trabalho essencial e a gente busca levar para o agricultor esse tipo de consciência […]. Um dos pontos que mais nos preocupa e que tem impactos na legislação e também do negócio em si é a questão do uso de sementes certificadas”, afirma.

Genótipo da semente

O engenheiro agrônomo e doutor em tecnologia de sementes, Ricardo Bagateli, destaca que escolher o genótipo da semente, o parceiro que vai fazer o fornecimento e utilizá-la de forma correta são as primeiras ações que o produtor deve se atentar. “É preciso tomar cuidado no recebimento e armazenamento desta semente na propriedade e no tratamento, caso seja feito na propriedade, bem como nas boas práticas de semeadura, ou seja, plantar no momento certo, com a umidade [de solo] correta porque é preciso estabelecer uma população de plantas muito particular de cada genótipo para cada zona de manejo dentro de nossa propriedade nas épocas de semeadura escolhidas”, conta.

O especialista também afirma que é fundamental que o produtor fique atento ao certificado de análises e aos laudos de germinação e vigor enviados pelas empresas de sementes. “O vigor precisa estar sempre associado ao tipo de teste que foi aplicado. É importante que, se não recebermos o laudo do vigor, fazer amostragens dos lotes recebidos na propriedade e enviar para um laboratório de confiança ou fazer testes de canteiro, chamados de testes de São Tomé, onde conseguimos ver o desempenho da semente lado a lado”, explica.

Segundo ele, esta é uma ferramenta importantíssima para a tomada de decisão porque uma ou duas sementes a mais ou a menos vai impactar nos custos de produção, na competição entre as plantas ou na falta de população de um genótipo que depende de mais plantas para produzir. “É preciso ser assertivo nesse momento porque a semeadura define o potencial da lavoura”.

Após a semente ter sido plantada e estabelecida, Bagateli afirma que o agricultor precisa ter métricas para avaliar como foi a sua semeadura. “Ver o desempenho dos testes de laboratório, da tomada de decisão, da regulagem da máquina, profundidade, velocidade. Na emergência, já fazer uma métrica, definindo para as próximas safras os acertos e erros”, enumera.

O doutor em tecnologia de sementes também ressalta que o agricultor precisa entender que, por melhor que seja o tratamento do insumo, o processo tem vida útil estabelecida. “Precisamos monitorar pragas e doenças de uma maneira bem próxima, in loco, acompanhando o desenvolvimento das plantas no caso de termos de fazer alguma intervenção, pensando no controle de insetos ou de algum fungo de forma bem rápida para não perder plantas”, conclui.

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