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Agronegócio

Quebra da safra de soja da região oeste do Paraná chega a 76%

Estado deve ter a menor produção dos últimos dez anos

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Foto: Wilson Andrade/Arquivo Pessoal
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O volume total de quebra de safra da soja no Paraná em 21/22 deve atingir 9,4 milhões de toneladas, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). Desta forma, passa da estimativa inicial de 21,06 milhões de toneladas para 11,63 milhões de toneladas, a menor produção dos últimos dez anos.

Tal perda representa um prejuízo de R$ 30 bilhões à economia local, visto que a oleaginosa compreende 90% de toda a área plantada de grãos do estado, com 5,640 milhões de hectares. Entre as regiões paranaenses mais afetadas, a oeste sofreu de forma mais intensa com a estiagem e, assim, apresenta a maior redução na produção: 76%. Em segundo lugar vem a noroeste, com 72%. Sudoeste e centro-oeste do estado têm perdas de 59%. Já o norte do estado contabiliza 34% e a sul é a que teve menos quebra, com 18%.

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Segundo o vice-presidente da Aprosoja-PR, João Batista Cunha Júnior, o agricultor paranaense precisou prorrogar as suas dívidas e muitos terão de parar com os investimentos. “Esta situação de perda de lavoura tem de ser analisada pontualmente pelas grandes tradings. Eles têm condições de fazer esse levantamento junto às revendas, aos cerealistas e, pontualmente, fazer os ajustes necessários nos contratos”, considera.

Exceção

Para verificar toda a situação do estado, a expedição do projeto Soja Brasil também visitou a região de Campos Gerais. Lá, a área plantada com soja concentra 540 mil hectares, dos quais 15% foram colhidos até o momento e a produção esperada é de 1,955 milhão de toneladas, com quebra prevista de 8%, o equivalente a 170 mil toneladas.

A região é uma das últimas do estado a colher. Em uma propriedade em Ponta Grossa, por exemplo, o plantio começou em novembro de 2021 e o trabalho de retirada do grão do solo deve começar apenas em abril. O presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Neto, explica que pela região ser mais fria, o plantio é mais tardio, o que leva os produtores a distribuírem as variedades das precoces até as de final de ciclo.

A preocupação do Sindicato, porém, é com a disponibilidade de recursos para o campo e os investimentos em logística. “Precisamos ter acesso, ter estradas, ter linhas de financiamento e recursos porque o pessoal do norte do estado está tendo muitos problemas porque apesar de equalizarem o devedor deles, estão sem limite para ir à frente, o que é muito preocupante”, destaca Ribas Neto.

A produtora rural Cláudia Nekatschalow trabalha na integração das atividades da bovinocultura de corte e agricultura na região e ficou aliviada pela chuva ter chegado na época em que a soja mais precisava. No entanto, ela teme que as precipitações atinjam a lavoura em cheio quando o grão estiver no ponto de colheita, o que também pode gerar perdas.

Segundo o Deral, Ponta Grossa deve liderar a produção de soja este ano no estado. Os municípios que compõem a regional terão a maior produção do Paraná, com quase dois milhões de toneladas. O engenheiro agrônomo do órgão, Cláudio Marques Bittencourt lembra que Campos Gerais é constituído de 18 municípios. “A diferença dessa região para a norte e sudoeste do estado é o clima, que é mais ameno, com chuvas mais distribuídas. Neste ano, por exemplo, as chuvas estão bem distribuídas exatamente na fase mais importante da soja, que é a de enchimento de grãos”, afirma.

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