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Calouros sofrem queimaduras em trote da UFPR: o que se sabe e o que falta esclarecer

Ao menos 25 estudantes de medicina veterinária da instituição em Palotina, no oeste do Paraná, ficaram feridos. Veteranos derramaram líquido no corpo dos calouros em trote na noite de quarta-feira (30)

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em

|FOTOS: Correio do Ar|
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A Polícia Civil investiga um trote realizado na noite da última quarta-feira (30) por estudantes de medicina veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Palotina, no oeste do estado. O episódio terminou com ao menos 25 calouros com queimaduras de primeiro e segundo grau.

O g1 Paraná listou o que já se sabe sobre o ocorrido.

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1. Quando e onde tudo ocorreu

O trote com os calouros aconteceu na noite de quarta-feira (30) em um terreno baldio há menos de cem metros da entrada do campus de Palotina, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no oeste do estado.

Conforme a Polícia Civil, as vítimas relataram que, inicialmente, tiveram que pedir dinheiro pelas ruas da cidade. Depois, o grupo foi levado ao terreno e foi obrigado a se ajoelhar. Imagens mostram os calouros sendo levados enfileirados até o local.

Lá, o produto que provocou as queimaduras teria sido derramado sobre os estudantes. 

2. O relato dos calouros

Ainda na noite de quarta-feira as vítimas denunciaram o episódio à polícia. Segundo eles, como parte do trote, um líquido foi jogado nas costas deles, provocando queimaduras. “Todo mundo começou a reclamar que tava ardendo, que tava queimando”, relatou ao g1 um dos calouros, de 19 anos.

“A menina que estava com a lata de creolina, abriu, e ela falou: ‘abaixa a cabeça’. Eu achei que fosse o menino que ia jogar água, porque eles estavam aplicando em grupo o trote. E ela jorrou, despejou nas minhas costas. No mesmo momento que caiu, que eu vi que ela começou a jogar no meu colega, eu comecei a gritar, porque tava doendo muito, ardia muito. Eu falei: gente, tá queimando, tá queimando”, contou outra vítima do trote.

3. O estado de saúde das vítimas

O Hospital Municipal de Palotina , para onde foram levados os alunos feridos, afirmou que eles tiveram queimaduras de 1° e 2° grau. Uma aluna, segundo a instituição, chegou a inalar o produto e desmaiou.

Dos 21 estudantes que foram encaminhados ao hospital, 20 foram liberados ainda na noite de quarta-feira (30). A jovem que inalou o produto, segundo o hospital, ficou em observação e teve alta na manhã desta quinta-feira (31).

Fotos das vítimas mostram as marcas deixadas pelo produto na pele. Pomadas para aliviar as queimaduras foram aplicadas nos ferimentos:

4. O que provocou as queimaduras

Os calouros relatam que os veteranos derramaram creolina no corpo deles. Uma lata do produto, um desinfetante e germicida de uso veterinário, foi apreendida pela polícia. Porém, o delegado responsável pelo caso, não descarta a possibilidade outro material ter sido misturado à creolina.

O material será periciado a fim de identificar o que provocou os ferimentos. De acordo com o fabricante do produto apreendido, o contato com a substância pode causar dor de estômago e de cabeça, vermelhidão na pele, náusea e tremores.

Embalagem apreendida pela polícia — Foto: RPC Cascavel

5. Suspeitos do crime

Quatro estudantes de medicina veterinária foram presos em flagrante nesta quinta-feira (31) suspeitos dos crimes de lesão corporal grave e constrangimento ilegal. Eles são suspeitos de jogar o produto nos calouros.

O delegado responsável pelo caso afirma que também serão apurados os crimes de tortura e cárcere privado, caso os calouros tenham sido obrigados a permanecer em algum local, por exemplo.

Os presos têm idades entre 21 e 23 anos. Cabe à Justiça decidir se eles seguirão presos.

6. O que diz a UFPR

A universidade informou que abriu um processo para apurar a responsabilidade pelo fato e que a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis está trabalhando no acolhimento das vítimas, junto com a direção do setor Palotina.

Em vídeo divulgado nesta quinta, o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo da Fonseca, afirmou que o fato é ‘injustificável’.

“Apresento minha solidariedade tanto aos alunos e alunas, quanto aos seus familiares que sofreram essa violência injustificável no momento do trote. A insatisfação da universidade é imensa porque temos trabalhado continuamente nos últimos anos para que haja tolerância zero com relação a esse tipo de atitude na recepção dos nossos estudantes. Quero assegurar aos alunos e estudantes, como a toda comunidade que nós faremos uma apuração imediata e rigorosa das responsabilidades para que isso não possa se repetir.”

Conforme a instituição, o estudante ou membro da comunidade que presenciar qualquer ato violento, discriminatório ou constrangedor com relação à recepção dos calouros pode realizar denúncia pelo telefone ( 41) 98402 1131 ou por meio dos endereços de e-mail [email protected] e [email protected].

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