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Agronegócio

Estiagem provoca perdas estimadas em mais de R$ 16 bilhões no Paraná

Falta de chuvas trouxe prejuízos de até 70% para agricultores da região de Apucarana

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FOTO: Jornal do Oeste
Prefeitura Dengue Março 2024

Somente no Paraná, os impactos da estiagem nesta safra 2021/2022 têm uma perspectiva de perdas na ordem de mais de R$ 16 bilhões. Entre os diversos estados afetados, a agricultura paranaense projetava uma safra com 21 milhões de toneladas e, atualmente, essa projeção indica algo próximo a 8 milhões de toneladas. No milho, por exemplo, o Paraná espera produzir 4,2 milhões de toneladas. Os dados mais recentes indicam que houve uma quebra de 42% e uma redução de produtividade para pouco mais de 2,4 milhões de toneladas.

Na região de Apucarana, por exemplo, que abrange 13 municípios (Apucarana, Arapongas, Bom Sucesso, Califórnia, Cambira, Jandaia do Sul, Kaloré, Marilândia do Sul, Marumbi, Mauá da Serra, Novo Itacolomi, Sabáudia e Rio Bom), o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) promoveu vistorias no início deste mês de fevereiro de 2022. “Foram visitadas as propriedades para avaliar as perdas nas lavouras nas culturas de soja e milho. As perdas maiores são na cultura do milho – acredita-se que somam em torno de até 70%, principalmente no município de Kaloré; demais municípios, em torno de 10 a 20%. Na cultura da soja, o prognóstico gira em torno de 10 a 30% de perdas, principalmente no município de Sabáudia”, comenta o gerente regional do IDR-Paraná e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Romeu Suzuki. 

Dr Rodrigo Dentista

“Em Kaloré, onde ocorreu um índice maior de perda, os agricultores acionaram o PROAGRO – Programa de Garantia da Atividade Agropecuária -, junto às instituições financeiras”, acrescentou Suzuki.  No total, há 6.510 propriedades na região de Apucarana que desenvolvem agricultura familiar e 1254 de agricultura patronal, de acordo com dados do IDR-Paraná.

Nesse sentido, diante do cenário de prejuízos e com o objetivo de ajudar agricultores, a CONFAEAB (Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil), listou algumas sugestões que podem ser aplicadas para a tentativa de reversão do contexto. Dentre os itens, estão temáticas como liberação de crédito emergencial para mitigação de danos para produtores impactados pela seca; incentivos para linhas de crédito em condições acessíveis visando aquisição de sistemas de irrigação (a exemplo de todas as operações de crédito rural, mediante acompanhamento técnico no projeto, execução e manejo posterior das áreas); aumento na velocidade com que o pagamento do seguro rural seja aprovado; implantação de políticas agrícolas para o manejo de solos e que minimizem os impactos das estiagens; redução dos prazos de análise de recursos pela CER (Comissão Especial de Recursos) e revisão dos valores de honorários pagos aos encarregados de comprovação de perdas do PROAGRO – que estão há 3 anos sem reposição de honorários, por exemplo.

 No total, são 31 tópicos sugeridos, que estão expostos em um manifesto redigido pela CONFAEAB. O engenheiro agrônomo Clodomir Luiz Ascari, vice-presidente do Crea-PR e presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná (FEAPR), comenta que “a iniciativa de fazer esse documento é de contribuir com esse momento difícil que os agricultores estão passando. Para contemplar os três estados do sul do País e Mato Grosso do Sul, com representatividade de 40 mil engenheiros agrônomos, procuramos pegar informações que atendam as mais diversas situações, do pequeno, médio e grande produtor, cada um com sua particularidade. O produtor de arroz, soja, milho, feijão e trigo, por exemplo. Contemplar tudo e a todos”, pontuou.

A divulgação tem se estendido pelos meios de comunicação, sindicatos, chegando até mesmo ao Ministério da Agricultura. “Desta forma entendemos que compartilhamos a nossa contribuição, destacando que além dos agricultores, a estiagem afetou também todos os outros segmentos como o comércio, serviços, entre outros. Estamos falando de uma perda média de 40 a 50% da safra, ou seja, um valor bem significativo que não vai circular na economia. Além disso, somos sabedores das dificuldades do produtor que carrega um custo fixo alto para a manutenção da sua propriedade”, concluiu Ascari.

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