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“Ele é muito vingativo”, Edna dizia em áudio repassado à Polícia Civil, que encerra inquérito e apresenta indiciamento dos investigados

Se o juiz aceitar a denúncia, os suspeitos viram réus da Justiça

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FOTO: Reprodução/ Facebook
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Nesta sexta-feira (10), completa-se 75 dias de investigação do caso Edna Storari. A empresária rondonense, de 56 anos, desapareceu no dia 20 de setembro.

O companheiro alega que ela teria ido para uma viagem no Paraguai. Só depois de seis dias sem notícias da mãe, as filhas foram à delegacia.

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Finalizando o inquérito hoje, há o indiciamento das pessoas que a delegacia aponta serem envolvidas no crime de alguma forma. Por isso, o delegado Rodrigo Baptista Santos convidou a imprensa para dar detalhes sobre o caso e esclarecer os passos da investigação.

“Desde a primeira comunicação no dia 27 de setembro, a equipe policial tem se dedicado de forma quase exclusiva a esse caso tendo em vista a sua complexidade. A comunicação a nós veio uma semana após o desaparecimento. Nessa primeira semana muitas provas se perderam e nos causou mais dificuldade na investigação”, afirma Rodrigo Baptista Santos.

Foram mais de 20 pessoas ouvidas nesse inquérito.

No dia 19 de setembro, a vítima encontrou a melhor amiga na praça municipal, em Marechal. Para a Polícia, foi o último local em que ela foi vista por terceiros. Na volta para casa, ela relatou uma briga com Luiz por motivos banais, não há indícios de agressão.

Na manhã seguinte (dia 20), Edna conversou com a amiga, às 7h55.

“Acreditamos que tenha sido a última mensagem de Edna com vida. Ela enviou um vídeo de alguma coisa que havia comentado no dia anterior”.

A amiga respondeu, mas não teve mais contato com Edna.

Em áudios obtidos durante a investigação, Edna demonstra a preocupação que sentia com a reação de Luiz já que ela estava realmente disposta a se separar.

Segundo o investigado, não havia motivos para a separação do casal e não havia brigas entre eles.

O DIA DO CRIME

Depois, às 11h do dia 20, a amiga e as filhas receberam a mensagem sobre a viagem. Por isso, acredita-se que o homicídio se deu entre 9h30 e, no máximo, 11h da manhã deste dia.

“Temos mensagens do companheiro de Edna dizendo que quando o filho chegasse em casa, “fariam o combinado”. Acreditamos que essas mensagens tenham se tratado do crime em si“.

Foram periciados os celulares do investigado, dos filhos e da própria vítima. Apesar de muitas mensagens terem sido apagadas, muitas provas estão neles.

“Semana passada apreendemos mais aparelhos com mensagens apagadas. Inclusive, uma mensagem dizendo que as conversas haviam sido apagadas”.

A Polícia Civil divulgou alguns prints das mensagens trocadas sobre o crime.

Terça de manhã (21), o companheiro pediu para o filho chegar mais cedo de manhã [antes do transporte de passageiros] para colocar ‘um negócio dentro da van’. Acreditamos que tenha sido o corpo da vítima”, explica o delegado.

Mas o filho do suspeito chegou mais tarde. E o corpo não foi colocado naquele momento dentro do micro-ônibus e, sim, à noite. E, então…

“O corpo tomou paradeiro ao qual não chegamos”, afirmou o delegado.

Momento em que a investigação aponta que a “van” saiu com o corpo, tomando rumo ignorado

Luiz disse para a Polícia que 20h51 do dia 21 teria ido buscar um lanche. Mas a lanchonete citada estava fechada há três meses. Mais esta versão foi derrubada. Esta diligência foi realizada na quinta-feira (09).

Tentando apagar provas de motivos para cometer o crime, o celular de Edna foi formatado. Além disso, Luiz foi à casa dos vizinhos pedir que apagassem as imagens das câmeras dos últimos dias.

Ele chegou a ameaçar alguns vizinhos e ofereceu pagamentos para alguns deles.

FINAL DO INQUÉRITO

O companheiro de Edna e o filho serão indiciados pelo Feminicídio e a Ocultação de Cadáver. A filha e o genro podem ser indiciados pela participação intelectual na ocultação de provas.

“Temos mensagens que denotam isso”, afirmou o delegado. Em relação ao paradeiro do corpo surgiram muitas histórias. A investigação não aponta para nenhuma delas. Nessa última semana, há hipótese que se tornou um pouco mais forte é a entrega desse corpo para uma terceira pessoa que seria profissional para sumir com o corpo”.

No bairro, não há câmeras de segurança para auxiliar os caminhos seguidos pelos micro-ônibus. Por sorte, havia algumas residências com sistema de monitoramento.

Referente aos exames com luminol, o delegado Rodrigo Baptista Santos disse que o reagente detecta mais de uma substância, não só o sangue.

“Aguardamos o laudo para depois fazer o exame de DNA”.

O suspeito ainda mantém a primeira versão de que Edna foi viajar e voltaria em 40 dias, mas faz 82 dias que ela desapareceu.

Conforme o delegado, basicamente, os outros investigados contaram as mesmas versões que o companheiro. Eles divergem, porém, quando falam dos relacionamentos familiares.

“Acreditamos que o crime foi premeditado devido a todas as circunstâncias que estavam acontecendo, mas não com aquela data marcada”.

A vítima não movimentou nenhuma conta bancária, não levou cartões, ou seja, Edna não viajou levando os R$ 17 mil reais que Luiz afirmou já no seu primeiro depoimento.

“O investigado diz que havia uma relação harmoniosa entre os filhos. Mas havia, sim, um conflito entre as partes. A Edna não gostava que eles dirigiam as vans”.

Mesmo que o corpo não seja encontrado, dentro do inquérito, foram juntados elementos que comprovam a materialidade do crime.

“Não necessariamente precisamos do corpo para comprovar o crime”.

Agora, termina a fase dentro da delegacia e ele vai para o Ministério Público. Se o juiz aceitar a denúncia, os suspeitos viram réus da Justiça. Nenhum dos suspeitos tinham passagem pela polícia.

Assista à coletiva completa com a cobertura do Portal Rondon.

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