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Soja: ferrugem é identificada no Paraguai e ameaça oeste paranaense

Intensificação do monitoramento das lavouras é fundamental, diz pesquisadora da Embrapa

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|Foto: PixaBay|
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Apesar de ainda não haver ocorrência da ferrugem-asiática da soja em lavouras comerciais, o serviço de monitoramento do Paraguai detectou a presença do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da doença, em plantas voluntárias de soja (não cultivadas e que nasceram espontaneamente) e no kudzu (Pueraria lobata), hospedeiro alternativo do fungo. No Brasil, esporos do fungo da ferrugem foram identificados em coletores.

No final de outubro, no monitoramento realizado pelo Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal de Sementes (Senave) do Paraguai foi detectada a ocorrência de ferrugem da soja em plantas voluntárias de soja e kudzu, nos municípios de Capitán Meza e Pirapó, no departamento de Itapúa. Não foram detectadas ocorrências até o momento em lavouras comerciais, mas o Senave fez um alerta aos produtores.

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De acordo com a pesquisadora da Embrapa Soja, Cláudia Godoy, “a orientação foi para que intensifiquem o monitoramento e que façam o controle no momento adequado, principalmente em lavouras mais avançadas e se as condições climáticas estiverem favoráveis, em razão da presença de inóculo na região“.

Situação da soja no Brasil

No Brasil, os coletores do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR – Paraná) detectaram esporos do fungo causador da ferrugem no dia 26 de outubro, em Santa Helena, região oeste do Paraná. Também não há registro da ocorrência de doença em lavouras comerciais no estado, que ainda estão em fase inicial de desenvolvimento. “Porém, a identificação de esporos é um indicativo da presença de inóculo na região, indicando a necessidade de intensificação de monitoramento nas lavouras, principalmente as que foram semeadas cedo”, orienta Cláudia.

Neste mesmo período, na safra anterior, a pesquisadora explica que não haviam relatos da doença, provavelmente em razão da estiagem que atrasou a semeadura das lavouras. “Em 2021, as chuvas iniciaram mais cedo e a entrada de frentes frias, com chuvas e ventos, favoreceram a dispersão de esporos de fontes de inóculo que sobraram no inverno“, avalia a pesquisadora. “A implantação das lavouras tem avançado de forma rápida, concentrando a semeadura. Nessas primeiras semeaduras, normalmente ocorre um escape da ferrugem pelo menor inóculo da ferrugem que foi reduzido com o vazio sanitário”, diz.

Vazio sanitário

Quando o vazio sanitário não consegue eliminar totalmente as plantas voluntárias e os hospedeiros alternativos, estes podem sobrar e servir de inóculo para doença na safra. “Por isso, é necessário o produtor monitorar sua lavoura e acompanhar a ocorrência de esporos no site do IDR-Paraná e no
site do Consórcio Antiferrugem, uma vez que o fungo se dissemina pelo vento”, alerta.

A ferrugem-asiática da soja foi identificada pela primeira vez no Brasil em 2001 e, a partir de então, é monitorada e pesquisada por vários centros públicos e privados. Segundo o Consórcio Antiferrugem, essa doença, considerada a mais severa da cultura, pode causar perdas de até 90% de produtividade se não controlada.

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