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Agronegócio

Safra de cebola deve ter quebra em Santa Catarina

Cultura é prejudicada pela ocorrência de doenças no campo

Publicado

em

Imagem: Pixabay
Rui Barbosa

A safra catarinense de cebola se aproxima do final do ciclo produtivo, sendo que aproximadamente 20% da área plantada se encontra em desenvolvimento vegetativo e pouco mais de 70% se encontra na fase final de formação dos bulbos. Aproximadamente 10% da área plantada, cujos materiais são cultivares super precoces estão em maturação ou colheita.

As condições climáticas durante praticamente todo o ciclo de desenvolvimento foram favoráveis para a cultura, exceto em alguns períodos do mês de outubro quando ocorreram chuvas mais frequentes criando as condições para o desenvolvimento de doenças foliares. Essa condição obrigou os produtores a intensificar a aplicação de agrotóxicos para o controle de doenças em geral com consequente aumento do custo de produção.

Ótica da Visão

Preços e Mercado

O abastecimento do mercado nacional de cebola nos últimos meses foi viabilizado pela produção das regiões de São Paulo, Nordeste, Cerrado e Triângulo Mineiro. No mês de outubro, a oferta de cebola foi elevada afetando os preços de forma geral. Desta forma, grande parte dos produtores comercializaram sua produção a preços abaixo do custo de produção. As pequenas melhorias de preço ocorridas no mês foram provocadas pela redução do ritmo de colheita nas principais regiões produtoras devido a ocorrência de chuvas que contribuíram para a redução da oferta da mercadoria, porém, por outro lado, afetaram a qualidade do produto de alguma forma.

Com a aproximação do final da colheita das safras paulista, Cerrado e Triângulo Mineiro, o final do mês fechou com melhoria nos preços de forma geral, conjuntura que favorece a entrada da produção sulista que se inicia nesse mês de novembro. Na Ceagesp/SP, o mês de outubro iniciou com preço da cebola média a R$1,41kg, valor que representa redução de 9,92% em relação aos preços praticados no início de setembro, que foi de R$1,55/kg, porém fechando o mês novamente a R$ 2,08/kg, aumento de 47,51%.

O mês de novembro iniciou com cotações se mantendo nos patamares do final de outubro para a cebola média nacional, atingindo no dia 12/11 o valor de R$2,40/kg, aumento de 70% em relação ao início do mês de outubro. Na Ceasa/SC (Unidade de São José), o mês de outubro iniciou com preço de atacado para a cebola nacional a R$1,10/kg, redução de 21,4% em relação ao início do mês de setembro. A partir da segunda quinzena, os preços tiveram aumento passando a R$1,25/kg, aumento de 13,63%. O mês fechou com novos aumentos passando a R$1,75/kg, preço que se manteve nas primeiras semanas de novembro. No mesmo período, a cebola importada da Argentina permaneceu com preço estável, sendo comercializada a R$2,25/kg, mesmo valor do mês de setembro. Safra Catarinense Conforme dados do acompanhamento de campo do projeto safras da Epagri/Cepa, a safra catarinense de cebola 21/22 se encontra em desenvolvimento, sendo que aproximadamente 10% da área plantada já está sendo colhida.

Conforme dados do projeto safras da Epagri/Cepa as estimativas de produção para a safra 21/22 são de que Santa Catarina plantou 17.458ha, com produção estimada de 504,26 mil toneladas mantidas as condições atuais de desenvolvimento da safra. No mês de outubro, a ocorrência de chuvas prolongadas no estado propiciou condições para o desenvolvimento de doenças que afetaram de alguma forma a produção da safra catarinense, porém sem maiores problemas para o volume de produção esperado. A maior consequência para os produtores foi a necessidade de intensificar as pulverizações com agrotóxicos provocando aumento do custo de produção.

Importação

De acordo com os dados do Siscomex/ME, em 2020, o Brasil importou 197,7 mil toneladas de cebola, volume 6,51% menor que no ano de 2019. Tradicionalmente o período do ano em que, há maior volume de entrada de cebola estrangeira no país são os meses de março, abril, maio e junho. Nesse ano, devido à grande oferta do produto nacional, associada ao câmbio elevado, desde o mês de maio há significativa redução da importação, se comparado aos anos anteriores. Os volumes importados de janeiro a outubro do corrente ano somam 115,4 mil toneladas, redução de 82,35 mil toneladas em relação ao mesmo período do ano passado,

Historicamente o Brasil é um mercado importante para a cebola produzida cebola em alguns países, notadamente para a Argentina, Chile e Países Baixos, como pode ser visto na tabela 2. Nela apresentamos os principais países fornecedores da hortaliça no ano de 2020 e de janeiro a outubro de 2021, com os respectivos volumes e valores totais em US$ (FOB).

Em 2020 destacam-se, a Argentina, com volume de 155,09 mil toneladas, perfazendo 78,43% do total importado, Chile, com 23,14 mil toneladas, 11,70% do total e os Países Baixos com 14,3 mil toneladas, perfazendo 7,23% do total importado Em 2021, importamos dos vizinhos argentinos até setembro, 98,06 mil toneladas, 84,97% do volume total. A seguir vem os Países Baixos com 8,65 mil toneladas, 7,49% do total e o Chile com 7,15 mil toneladas significando 6,20% do total importado. O preço médio (FOB) em 2020 foi de US$0,21/kg e em 2021, se mantém em US$0,223/kg, aumento de 5,8% em relação à média do ano passado. As poucas mais de 115 mil toneladas importadas nesse ano custaram ao Brasil um desembolso total de US$25,7 milhões (FOB).

Em outubro foram importadas apenas 0,327 mil toneladas de cebola, menor volume para os últimos três anos para o mês, mas significando aumento de 49,78% em relação a setembro, quando foram importadas 0,218 mil toneladas. Nesse sentido, o câmbio com cotação do dólar elevada favorece a produção nacional que pode beneficiar diretamente a safra catarinense que será comercializada a partir desse mês.

No mês de outubro a Espanha foi o único fornecedor de cebola para o Brasil, com volume de apenas 327 toneladas, conforme dados do Comexstat do ministério da economia. De acordo com as informações do acompanhamento sistemático de safras realizado pela Epagri/Cepa, a cultura da cebola na safra 21/22 em Santa Catarina se desenvolveu até o mês de outubro em condições fitossanitárias muito boas. Porém, as precipitações por períodos mais longos na segunda quinzena de outubro provocaram, localizadamente, a ocorrência de algumas doenças nas regiões produtoras, à princípio sem afetar significativamente a previsão do volume de produção esperado para Santa Catarina neste ano.

*com informações da Epagri

D Marquez
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