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Abelhas emitem alerta sonoro para defesa contra ataque de vespas assassinas

Insetos produzem sinal frenético que estimula estratégias de defesa para proteção e sobrevivência

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|Foto: Reprodução/Facebook WSDA|
Rui Barbosa

Quando um bando de vespas gigantes ataca uma colmeia de abelhas, a matança é brutal e rápida.

O grupo desce em massa depois que um batedor identifica a colmeia alvo, matando as abelhas adultas defensoras, ocupando seu ninho e colhendo a ninhada das abelhas para alimentar seus próprios filhotes. As vespas podem dizimar uma colmeia em poucas horas.

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Mas as abelhas não estão totalmente indefesas contra as vespas assassinas, nativas da Ásia, mas que apareceram nos Estados Unidos pela primeira vez em 2019.

Os insetos têm as próprias estratégias de sobrevivência, incluindo um sinal de alerta único e frenético que estimula movimentos defensivos, documentado por cientistas pela primeira vez.

“Sinto uma reação forte quando ouço o alerta porque está claro que as abelhas estão agitadas”, disse Heather Mattila, professora do departamento de ciências biológicas do Wellesley College, que fez parte da equipe que identificou o som.

Ela descreveu o sinal, conhecido como “alerta antipredador”, como áspero e barulhento, com diferentes durações e tons semelhantes aos gritos e chamados de pânico usados ​​por mamíferos como primatas e suricatos quando estão com medo.

“Eles têm durações diferentes, mas as abelhas emitem muitos deles seguidamente, mais longos. Mudam muito o tom também, e de forma irregular, o que os destaca.”

Ela disse que o som parece ser usado por abelhas asiáticas (Apis cerana) apenas quando vespas gigantes atacavam as colônias estudadas pela equipe. A pesquisa foi publicada na revista Royal Society Open Science nesta terça-feira (9).

“Nosso estudo mostrou que as abelhas não faziam o som se não houvesse vespas. Era feito muito raramente em resposta a vespas menores, um pouco mais frequentemente se as abelhas sentissem o cheiro de vespas gigantes, e os faziam muito mais quando uma vespa gigante estava diretamente do lado de fora de seu ninho “, disse Mattila.

“Não testamos todos os cenários predatórios que as abelhas asiáticas podem encontrar, mas esta é uma boa evidência de que um verdadeiro ataque de vespas é necessário para desencadear essa resposta.”

O sinal é usado para acionar alguns dos mecanismos de defesa que as abelhas têm em seu arsenal. Isso inclui estratégias como o uso de esterco nas entradas de sua colônia para repelir e confundir as vespas e a formação de enxames para neutralizar o inimigo.

Esta última envolve centenas de abelhas ao redor de uma vespa em segundos, apertando-a e restringindo sua capacidade de respirar. As abelhas elevam a temperatura corporal a um nível letal para as vespas, explicou Mattila.

“Eles agem como uma jibóia coletiva superaquecida”, disse ela.

A vespa gigante asiática foi vista nos EUA pela primeira vez no estado de Washington em 2019. Como chegaram vindas da Ásia nativa não está claro – mas é possível que tenham chegado com navios internacionais. Três ninhos de vespas foram encontrados no estado de Washington em 2021.

Ao contrário das asiáticas, as abelhas ocidentais (Apis mellifera) não desenvolveram nenhuma estratégia para afastar vespas gigantes.

“As abelhas americanas não têm a experiência histórica de desenvolver defesas contra vespas gigantes. Não esperamos os mesmos sons que as abelhas asiáticas fazem, e também não executam muitas das outras importantes estratégias”, disse Mattila.

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