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Desmatamento na Amazônia em setembro foi o maior para o período em 10 anos

Acumulado do ano é o pior da década: 8.939 km²; Área verde perdida no mês passado equivale ao território da cidade do Rio de Janeiro

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|Foto: Victor Moriyama/Amazônia em Chamas/Divulgação Greenpeace|
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A um pouco mais de uma semana para o início da Conferência do Clima, a COP26, em Glasgow na Escócia, a maior floresta tropical do mundo bateu novo recorde de desmatamento. A Amazônia perdeu diariamente uma área de floresta maior do que 4 mil campos de futebol apenas em setembro.

Em todo o mês, foram devastados 1.224 km², o que corresponde ao tamanho da cidade do Rio de Janeiro e é a pior marca para setembro em 10 anos. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a floresta por meio de imagens de satélites.

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Esse foi o sexto mês de 2021 em que a Amazônia teve a maior área destruída na década: março, abril, maio, julho e agosto também registraram o pior desmatamento desde 2012. Com isso, o acumulado de janeiro a setembro deste ano chegou a 8.939 km², 39% a mais do que no mesmo período em 2020 e o pior índice em 10 anos.

O desmatamento registrado em setembro foi apenas 1% superior do que o detectado no mesmo mês em 2020, quando a Amazônia também perdeu uma área expressiva de floresta: 1.218 km². No entanto, em comparação com 2019, a devastação em setembro deste ano é 53% maior. Já em relação à 2018, é quase três vezes superior.

Esses dados mostram que o Brasil precisa apresentar ações mais efetivas para proteger a Amazônia na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-26), que inicia no dia 31 de outubro em Glasgow, na Escócia.

“A intensificação do desmatamento na Amazônia Legal não favorece a imagem do Brasil na COP-26. É necessário que o país adote urgentemente medidas significativas para combater o desmatamento e, consequentemente, reduzir as emissões dos gases de efeito estufa”, afirma a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.

Entre as mudanças necessárias, segundo a especialista, estão o aumento da fiscalização nos locais mais afetados pelo desmatamento, o embargo de áreas destruídas ilegalmente e a punição dos responsáveis.

“Além disso, um estudo do Imazon indicou que quase 30% da Amazônia Legal é formada por terras públicas que ainda não possuem um uso definido. Ou seja, para reduzir o desmatamento, também é necessário torná-las áreas protegidas, como terras indígenas, unidades de conservação e territórios quilombolas”, completa Amorim.

Pará foi responsável por 39% do desmatamento em setembro

Há cinco meses consecutivos no topo do ranking dos estados que mais desmataram na Amazônia, o Pará foi responsável por 39% da destruição na região em setembro: 474 km². Essa área corresponde a quase metade do território de Belém.

Em relação às áreas protegidas, seis das 10 terras indígenas mais afetadas pelo desmatamento em setembro estão em solo paraense. Já na lista das 10 unidades de conservação mais atingidas, metade fica no Pará.

“Entre os municípios, os quatro paraenses que ficaram no ranking dos 10 que mais desmataram na Amazônia, Portel, Pacajá, São Félix do Xingu e Itaituba, concentraram 35% da destruição da floresta no estado”, destaca o pesquisador Antônio Fonseca.

Avanço do desmatamento segue na divisa entre Amazonas, Rondônia e Acre
Amazonas e Rondônia foram o segundo e o terceiro estados que mais desmataram em setembro, com 261 km² (21%) e 178 km² (14%) destruídos, respectivamente. Esses dados reforçam o alerta de que a devastação está avançando na divisa desses dois estados com o Acre, que em setembro ficou em quinto no ranking dos que mais desmatam, com 118 km² (10%).

“Nos nossos últimos monitoramentos, estamos percebendo um avanço da destruição da floresta na divisa entre Amazonas, Rondônia e Acre, o que indica uma nova fronteira do desmatamento. Isso pode ter relação com a localização de um polo agropecuário na região”, explica Amorim.

Monitoramento da Amazônia – O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), desenvolvido pelo Imazon, é uma ferramenta que utiliza imagens de satélites (incluindo radar) para monitorar a floresta. Além do SAD, existem outras plataformas que vigiam a Amazônia: Deter, do Inpe, e o GLAD, da Universidade de Maryland. Todas são importantes para a proteção ambiental, pois garantem a vigilância da floresta e a emissão de alertas dos locais onde há registro de desmatamento. Os dados fornecidos ajudam os órgãos de controle a planejarem operações de fiscalização e identificarem desmatadores ilegais.

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