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Agronegócio

Consumidor poderá sentir efeito de falta de fertilizantes em 2022, diz economista

Restrições a Belarus fazem parte do problema, mas inflação brasileira também deve impactar cenário, diz José Roberto Mendonça de Barros

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|Foto: Divulgação / Jacto|
Providência

A crise de fertilizantes no mercado global poderá ser sentida pelos consumidores brasileiros em 2022 caso não haja saídas para as restrições impostas a Belarus e uma diminuição no preço do gás natural.

Esta avaliação foi feita pelo economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados, em entrevista à CNN neste domingo (24). Segundo ele, a safra de verão não deve ser impactada pelos altos preços dos produtos, já que a maior parte dela já se encontra na lavoura.

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“O problema maior é a safrinha e, eventualmente, a safra do ano que vem pelo custo de fertilizantes. Dá para incluir aí defensivos agrícolas, com um aumento de preços na indústria química que produz os componentes”, explica José Roberto.

Para além do aumento no preço do gás natural, que impacta a exportação de fertilizantes da China, a crise também tem motivos localizados em implicações geopolíticas do país com o chamado “último ditador da Europa” – o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko.

Belarus é responsável por 1/4 da produção mundial de cloreto de potássio. No poder desde 1994, Lukashenko tem perseguido opositores e reprimido manifestações, o que fez com que seu país fosse alvo de sanções da União Europeia e dos Estados Unidos. A falta de disponibilidade fez com que o preço disparasse.

“Há uma escassez física de material no mercado por conta das restrições comerciais a Belarus, e o potássio é indispensável. Ele é produzido em poucos lugares, como no Canadá, Rússia, Belarus e um pouco na China – que está segurando as exportações de fertilizantes para proteger seu mercado interno”, acrescentou o economista.

José Roberto Mendonça de Barros também destacou que há “escassez e encarecimento de nitrogenados, fundamentais para todas as culturas”.

As perspectivas não são das mais animadores para o futuro próximo, disse o economista. “O preço do gás natural não está com perspectiva de cair. O petróleo segue pressionado. Na questão da oferta do potássio, poderá normalizar alguma coisa, mas entra o efeito da desvalorização cambial – o dólar está cada vez mais alto”, explicou.

“A pressão nos custos de produção para a agricultura vão continuar, mesmo num cenário em que a União Europeia alivie as pressões sobre Belarus”, afirmou.

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