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“Virou a cracolândia de Marechal Cândido Rondon” dizem moradores sobre construção no antigo CTG

O Creas explica o que tem feito em relação à situação

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Alguns rondonenses, moradores do Bairro Botafogo e BNH 1, entraram em contato com o Portal Rondon, nesta semana, para contar a respeito de uma situação preocupante que tem acontecido naquela região da cidade de Marechal Cândido Rondon.

Eles estão sendo prejudicados por pessoas em situação de vulnerabilidade, que estão vivendo em uma construção inacabada e abandonada na Avenida Maripá naquelas redondezas.

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“O uso de drogas é contínuo. Bebidas alcoólicas nem se fala, eles bebem todos os dias e não têm horário para isso. Na parte de baixo, escreveram “motel free”. A prostituição, o tráfico, a embriaguez e brigas são constantes. Mulheres são assediadas quando passam por perto. Muitas pessoas são abordadas, inclusive, quem mora por perto já não deixa as crianças circularem naquela área”, diz um morador.

Segundo os moradores do bairro, eles já procuraram ajuda na Prefeitura, na Câmara Municipal de Vereadores e no Ministério Público mas, por enquanto, nada adiantou.

“É bem complicada a situação. Nós, moradores, estamos no prejuízo e sem nossa tranquilidade”, afirma uma das moradoras com quem o Portal Rondon conversou.

Nossa redação foi investigar o caso. Oficialmente, só duas pessoas que pernoitam naquela construção possuem cadastro no CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social como pessoa em situação de rua. Mas, de maio para cá, segundo a equipe, realmente há diferentes grupos pernoitando lá. Nota-se facilmente a grande rotatividade de pessoas.

“A situação é calamitosa. Há jovens, adultos, mulheres. Às vezes tem 10 ou 15 pessoas dentro daquela instalação. É algo bem preocupante”, dizem os moradores.

A explicação deste problema é que o local acabou se tornando um ponto de referência para pessoas que têm vícios e não podem consumir bebidas e drogas em casa, então, se encontram lá e geram as confusões relatadas pelos moradores.

“Eles têm armas brancas, como facas, facões. […] Ateiam fogo na beirada da rua […] É assustador.”

Mas o município está lutando para conseguir resolver a situação. Em parceria com o Cras, o Creas oferece diversos serviços para pessoas em situação de rua: documentação, alimentos, abrigo, encaminhamento para tratar a saúde, inclusive para clínicas que tratam vícios. Também são encaminhados para a Agência do Trabalhador, onde podem encontrar um emprego e abandonar essa situação.

É importante destacar que as duas pessoas moradoras daquele local foram convidadas a irem para um abrigo provisório criado pelo município, mas se recusaram e preferiram permanecer por lá, onde podem continuar bebendo e usando drogas.

Pâmela Winter – Psicóloga, responsável pelo serviço de pessoa em situação de rua e Angela Linécio – psicóloga, coordenadora do CREAS

Os moradores das redondezas desejam que a empresa responsável tome providências. O que acontece no CTG hoje é caracterizado como invasão e os proprietários daquela construção já estão cientes do que acontece. Mas disseram que não pretendem registrar boletim de ocorrência porque isso se tornaria um ato contínuo. A ideia é fechar a construção com tapume. Enquanto isso, a luta dos órgãos municipais para controlar a situação continua.

Conforme o Creas, as pessoas que estão em situação de rua geralmente têm problemas com ilícitos e com a família e têm direito de permanecer na rua, mas não podem causar danos aos espaços particulares ou públicos. A polícia realiza patrulhamentos constantemente para evitar maiores prejuízos. E mesmo com o fechamento da estrutura, a equipe do Creas tem receio de que aquelas pessoas encontrarão outro local da cidade para ficar.

Para os rondonenses que moram ao redor daquela construção, estas pessoas também podem ser responsáveis por alguns dos furtos que acontecem nas redondezas. E não são apenas esses furtos que prejudicam os rondonenses. Muitos, inclusive, já tiveram suas casas e carros danificados.

“No final da tarde é o momento em que há mais aglomeração de pessoas por lá. Eles abordam as pessoas que passam pela calçada, pedem dinheiro e outras coisas, atiram pedras nas pessoas, nos carros e casas”.

Mesmo a equipe do Creas esbarra em algumas limitações fazendo com que nem sempre os rondonenses percebam o tamanho do trabalho realizado. Por isso, a psicóloga responsável pelo serviço de pessoa em situação de rua diz que a comunidade pode se mobilizar, ajudando e incentivando essas pessoas a procurarem ajuda nos órgãos municipais.

No Creas, o Portal Rondon também descobriu que no antigo fórum o trabalho dos órgãos municipais teve efeito positivo. Ninguém mais está pernoitando lá. Dois dos rondonenses que viviam no fórum estão em abrigo provisório criado durante o inverno e que encerra dia 30 de setembro. Outras, já foram encaminhadas para tratamento médico, para empregos ou voltaram para suas famílias. É importante lembrar que o município abriga somente quem é de Marechal Cândido Rondon, mas encaminha as pessoas que são de outros municípios de volta para seus locais de origem, oferecendo passagens. Na praça também haviam seis pessoas em situação de rua, mas hoje, depois do acompanhamento do Creas, já estão com condições melhores.

Saber dessas soluções, pode ser uma pitada de esperança para os moradores do Botafogo e BNH1.

Sicredi
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