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O que se sabe sobre operação da PF contra Sérgio Reis, deputado e apoiadores de Bolsonaro

Sérgio Reis ainda não se pronunciou sobre a operação desta sexta

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|Foto: CAMARA DOS DEPUTADOS|
Imobiliária Maurício Vazquez

Entre os alvos dos mandados estão o cantor Sérgio Reis e o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), ambos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Os mandados cumpridos pela PF foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Dr Guilherme Dentista

Moraes também decidiu por uma ordem de restrição a Reis e outras 8 pessoas – eles não podem chegar a um quilômetro da Praça dos Três Poderes (onde fica o Congresso, o STF e o palácio do Planalto), de ministros do STF ou de senadores. Também não podem participar de nenhum evento nas ruas de Brasília.

A busca e apreensão foi autorizada em 29 endereços em Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Ceará e Paraná.

Um destes endereços foi uma propriedade de Sergio Reis em Mairiporã, no interior de São Paulo, onde a Polícia Federal fez a busca nesta manhã.

O pedido ao STF foi feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

Além do cantor e do deputado, segundo a decisão de Moraes, as seguintes pessoas também são alvo da operação: Marcos Antônio Pereira Gomes (caminhoneiro conhecido nas redes como “Zé Trovão”), Eduardo Oliveira Araújo, Wellington Macedo de Souza, Antônio Galvan, Alexandre Urbano Raitz Petersen, Turíbio Torres, Juliano da Silva Martins e Bruno Henrique Semczeszm.

Todos os investigados tiveram equipamentos eletrônicos e documentos recolhidos. A ordem de restrição só não se aplica ao deputado Otoni de Paula, que trabalha no Congresso e teve seu gabinete vistoriado pela PF.

O ministro também solocitou que Facebook, Instagram, Twiter e YouTube bloqueiem as contas de investigados.

“O objetivo das medidas é apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”, informou a PF, em nota à imprensa.

Entenda

No último sábado (15/8), Sérgio Reis se tornou um dos assuntos mais comentados no país após anunciar, em vídeo, a organização de um acampamento em Brasília para defender o presidente Jair Bolsonaro e “salvar o Brasil”.

“É uma coisa séria, um movimento clássico, sem agressões, sem nada. Queremos dar um jeito e movimentar esse país. Salvar o nosso povo”, dizia o cantor.

“Estamos nos preparando judicialmente para fazer uma coisa séria, para que o governo e o Exército tomem posição.”

Após a divulgação do vídeo, tornou-se público um outro registro do cantor, que chamou ainda mais atenção.

Em áudio de WhatsApp enviado a um amigo, Sérgio Reis fazia ameaças ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e aos ministros do STF.

“Dia 8 vamos ao Senado… Eles vão receber um documento assim: vocês têm 72 horas para aprovar o voto impresso e para tirar todos os ministros do Supremo Tribunal Federal. Não é um pedido; é uma ordem!”, dizia Reis no áudio, afirmando que iria acompanhado de dois líderes caminhoneiros e dois representantes do setor de soja.

“Se vocês não cumprirem em 72 horas, nós vamos dar mais 72 horas, só que nós vamos parar o país. Já está tudo armado. O país vai parar”, afirmava. “E, se em 30 dias eles não tirarem aqueles caras, nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra.”

O áudio teve ampla repercussão negativa, sendo prontamente negado por líderes caminhoneiros e representantes do agronegócio, como o sojicultor Blairo Maggi, e deu origem a um inquérito conduzido no Distrito Federal.

O cantor ainda não se pronunciou sobre a operação desta sexta.

Deputado

O deputado federal Otoni de Paula, por sua vez, é parte da investigação do STF conhecida como “inquérito das fake news”, que apura o financiamento de atos inconstitucionais.

Nesta sexta, ele reagiu à operação pelas redes sociais.

“Não vou recuar um milímetro. Se alguém pensa que eu vou deixar de falar o que eu penso, que eu vou deixar de ter a mesma postura que tenho… eu não vou deixar de ter”, disse em transmissão ao vivo.

“Alexandre de Moraes tem tido um comportamento autoritário, que eu adjetivo de déspota”, continuou.

“Então se ele acha que eu sou uma ameaça à democracia, quem sabe eu não vou poder mais fazer essa live porque poderia estar sendo conduzido à prisão.”

Em julho do ano passado, a PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou Otoni de Paula ao STF pelos crimes de difamação, injúria e coação justamente contra o ministro da suprema corte.

Segundo a denúncia, o deputado ofendeu a dignidade e o decoro de Alexande de Moraes em duas transmissões ao vivo pela internet nos dias 16 de junho e 5 de julho.

“As expressões intimidatórias utilizadas pelo denunciado escapam à proteção da imunidade parlamentar e atiçam seus seguidores nas redes sociais, de cujo contingente humano já decorreram investidas físicas contra o Congresso e o próprio Supremo”, afirmou, na época, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros.

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