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Governadores de todo o país se reúnem nesta segunda para debater defesa da democracia

Encontro foi marcado para debater temas econômicos, mas também pautará conjuntura política, diz Wellington Dias. Até esta segunda, 24 dos 27 gestores locais haviam confirmado presença.

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Governadores divulgam nota em solidariedade ao STF | Foto: G1 |
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Governadores de 23 estados e do Distrito Federal confirmaram presença em uma reunião nesta segunda-feira (23) para debater, entre outros pontos, a escalada da crise entre os poderes. Alguns governadores estarão presencialmente no Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, mas a maioria vai participar por videoconferência.

A reunião do Fórum Nacional de Governadores acontecerá três dias após o presidente Jair Bolsonaro pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Também na sexta, a Polícia Federal deflagrou operação que investiga a incitação a atos violentos e ameaçadores contra a democracia.

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Coordenador do fórum, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou que inicialmente a agenda prioritária do encontro seria a pauta econômica, com destaque para a reforma tributária. Mas, em meio à tensão, o grupo aproveitará a reunião para marcar posição sobre o momento político.

“O fórum já conseguiu, por meio de líderes estaduais da Câmara e do Senado, fazer crescer uma compreensão mais racional da conjuntura, e isso ajuda a criar um ambiente onde a gente possa dialogar com o Judiciário. Não é razoável é o rumo que o país está tomando”, afirmou Dias.

O governador diz que ainda não há “uma proposta resolvida” sobre esse posicionamento. “Mas há um caminho traçado que é o de se posicionar e mostrar que a gente tem um pensamento médio sobre a conjuntura”, afirmou.

Na última segunda, frente à escalada de tensões entre os poderes federais, governadores de 13 estados já tinham divulgado uma nota de solidariedade ao STF.

“A vantagem do fórum é que, dos 27 governadores, quase todos estão comparecendo. Temos a presença de quem é governo e de quem é oposição. E a crise é política, então há necessidade de a gente ter, por parte dos líderes, a compreensão de que esse ambiente de tensão só piora a crise no Brasil”, prosseguiu Dias.

O governador do Piauí reforçou ainda que a crise causa “dificuldades” e efeitos na economia, criando um “ambiente de insegurança” aos investidores.

Dos 27 governadores, apenas três não tinham confirmado presença até a tarde deste sábado (21):

  • o governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD);
  • o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e
  • o governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL).

O pedido de impeachment

Nesta sexta (20), o presidente Jair Bolsonaro enviou ao Senado um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a quem acusa de extrapolar os limites constitucionais.

A iniciativa de Bolsonaro foi amplamente repudiada. O STF emitiu nota reafirmando a confiança em Moraes; parlamentares apontaram “desvario” e pediram foco nos problemas reais do país; e dez ex-ministros pediram em nota que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), rejeite o pedido de impeachment.

Em entrevista, Pacheco disse que não antevê fundamento para o impeachment de ministro do Supremo.

Outras pautas

Os governadores também pretendem discutir, no encontro, os rumos da reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional. Na última semana, a Câmara chegou a colocar o tema em pauta, mas adiou a votação por falta de consenso entre os parlamentares.

“Largaram uma reforma tributária com objetivos claros: simplificação tributária, o fim da bi e tri tributação, o fim da guerra fiscal e nova política de desenvolvimento com o fundo de desenvolvimento regional, como prevê nossa Constituição Federal […] E estamos no varejo, no picotado que pode até beneficiar um setor, mas quebra outro ou ainda desmantela a sustentabilidade da Federação Brasileira”, diz material divulgado por Wellington Dias.

O grupo também deve discutir a formação de um consórcio de governos estaduais para promover projetos ambientais de proteção de biomas, plantio de árvores, incentivo à energia limpa e obras de saneamento.

O texto divulgado pelo governador do Piauí cita parceria com o governo dos Estados Unidos e com a Comunidade Europeia, sem detalhar qual acordo será proposto.

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