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Famílias de vítimas do 11 de Setembro, não querem Biden nas homenagens do 20º aniversário dos atentados

Presidente ordena análise de documentos que indiquem se Arábia Saudita teve participação nos ataques terroristas

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Torres Gêmeas em ataque de 11 de Setembro de 2001 — Foto: (Foto: AP)
Martin Luther – Enem

A um mês do vigésimo aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001, o presidente Joe Biden tenta aplacar um mal-estar com sobreviventes e famílias das vítimas. Numa carta assinada por 1.800 pessoas, ele foi solicitado a não aparecer nas homenagens, a menos que cumpra a promessa de campanha e libere documentos do FBI que demonstrem o envolvimento da Arábia Saudita nos ataques.

O presidente americano cedeu à pressão e ordenou a revisão dos arquivos para determinar se é possível torná-los públicos, como defende o grupo de sobreviventes. Biden reforçou o compromisso pela transparência, mas dentro dos limites da lei.

Charles Pinturas

A reivindicação das famílias dos três mil mortos já alcança o quarto presidente dos EUA – George W. Bush, Barack Obama, Donald Trump e agora Joe Biden. Quinze dos 19 terroristas da al-Qaeda eram sauditas, mas a Comissão do Congresso que investigou o mais trágico atentado em solo americano não achou indícios de que eles foram financiados pelo reino.

No governo Trump, em resposta a um tribunal federal, seu procurador-geral, William P. Barr, invocou a proteção à segurança nacional para manter em sigilo os documentos relacionados ao ataque.

Durante a campanha presidencial, os dois candidatos homenagearam os mortos em cenários distintos da tragédia– Biden esteve no Ground Zero, em Nova York; Trump, no Memorial Voo 93, na Pensilvânia, onde caiu o avião da United Airlines sequestrado por quatro terroristas.

As mensagens também divergiram. O então presidente deu um tom ufanista à celebração; o candidato democrata preferiu consolar parentes de vítimas. Ficou no ar a principal queixa dos sobreviventes: ter acesso a mais de 25 mil páginas de documentos que permanecem sob o selo de confidencialidade.

Na carta aberta a Biden, o grupo revela a frustração por ser usado como “moeda de troca política” e cobra do presidente a promessa de campanha em prol da verdade: “Vinte anos depois, simplesmente não há razão — alegações injustificadas de ‘segurança nacional’ ou outras — para manter esta informação em segredo.”

Como resumiu Terry Strada, que perdeu o marido Tom numa das Torres Gêmeas, neste 20º aniversário o grupo não está em busca de compaixão ou palavras de condolência. Num artigo publicado pelo “USA Today”, ela diz que é preciso curar com a verdade “a ferida que se aprofunda com o descaso a cada ano que passa”.

Sicredi
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