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Saúde

Especialistas explicam possíveis impactos do adiantamento da 2ª dose da vacina

A cidade de São Paulo disponibilizou inscrições para a chamada “xepa da vacina”, que permite antecipar a segunda dose contra a Covid-19

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|Foto: CNN|
Martin Luther – Enem

A cidade de São Paulo disponibilizou inscrições para a chamada “xepa da vacina”, que permite antecipar a segunda dose contra a Covid-19. Com a medida que começou a valer na segunda-feira (16), as pessoas que receberam a primeira dose da Pfizer ou AstraZeneca poderão se vacinar com a segunda dose após 60 dias da primeira aplicação. Para quem foi imunizado com a Coronavac, o tempo mínimo será de 15 dias.

Especialistas consultados pela CNN explicam os possíveis impactos do adiantamento da segunda dose dos imunizantes.

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O pesquisador Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), avalia que o intervalo maior entre as doses permitiu a vacinação de um número maior de pessoas com a primeira dose. Ele afirma ainda que as discussões sobre redução do intervalo entre as doses são comuns nas campanhas de vacinação e devem levar em consideração as evidências científicas.

Coronavac mostrou eficácia aumentada com 28 dias entre as doses

Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Butantan mostrou que a eficácia global da Coronavac, que considera a proteção contra casos leves, moderados e graves, foi de até 62,3% quando o intervalo entre as duas doses foi de 21 dias ou mais. O número é superior à taxa de 50,7% de proteção contra casos sintomáticos registrada com um espaçamento de 14 dias.

“Para a vacina da Coronavac, sabemos que o intervalo de 28 dias é melhor do que 14. Ao meu ver, não há por que mexer nesse intervalo de 28 dias. Os estudos são inequívocos mostrando que o intervalo de 28 dias se traduz em uma resposta protetora melhor do que 14 dias”, reforçou Kfouri.

Procurado pela CNN, o Instituto Butantan reforçou que para que o esquema vacinal seja considerado completo, é fundamental a aplicação da segunda dose e informou que os estudos clínicos realizados comprovaram a eficácia no intervalo de 14 e 28 dias entre as duas doses, como indicado na bula da vacina.

Intervalo da AstraZeneca

Segundo o diretor da SBIm, a redução do intervalo da AstraZeneca de 12 para 8 semanas não apresenta nenhum tipo de prejuízo para o desenvolvimento da imunidade. 

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford revelou que um longo intervalo, de até 45 semanas, entre a primeira e a segunda dose da vacina da AstraZeneca levou a um aumento da resposta imunológica após a segunda aplicação. Segundo a pesquisa, o atraso pode ser benéfico, resultando em anticorpos aumentados além de uma resposta imune celular aprimorada.

Ministério da Saúde estuda reduzir intervalo da Pfizer

A bula da vacina da Pfizer indica o intervalo padrão de 21 dias. No entanto, o intervalo adotado pelo Ministério da Saúde entre as duas doses é de 12 semanas, com base em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Estudos realizados em países como os Estados Unidos e o Reino Unido mostraram que o sistema imunológico apresentou uma maior produção de anticorpos com um intervalo maior entre a primeira e a segunda dose da vacina.

“Quando a vacina da Pfizer chegou ao Brasil, no final do semestre passado, para avançarmos na D1, o número de brasileiros vacinados com a primeira dose, resolveu-se ampliar o espaço para 90 dias”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (18).

Segundo Queiroga, o ministério estuda reduzir o intervalo da vacina da Pfizer para 21 dias. “Agora que vamos completar a D1, em setembro, se estuda voltar o intervalo para 21 dias, que é o prazo da bula, para que a gente possa acelerar a D2 [segunda dose]. Se fizermos assim, em outubro já teremos mais de 75% da população vacinada com a D2”, afirmou o ministro.

Posicionamento da Fiocruz

Procurada pela CNN, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), produtora da vacina da AstraZeneca no Brasil, reiterou o posicionamento divulgado em uma nota oficial em julho. No texto, a Fiocruz reforça que preconiza a adoção do regime de intervalo de 12 semanas (três meses) para a aplicação da segunda dose do imunizante.

Segundo a fundação, o intervalo recomendado considera dados que demonstram uma proteção significativa já com a primeira dose e a produção de uma resposta imunológica ainda mais robusta quando aplicado o intervalo maior. “Adicionalmente, o regime de 12 semanas permite ainda acelerar a campanha de vacinação, garantindo a proteção de um maior número de pessoas”, diz o texto.

A Fiocruz afirma, ainda, que o regime de doses adotado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem respaldo em evidências científicas e que qualquer mudança deve considerar os estudos de efetividade e a disponibilidade de doses.

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