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Economia

Dólar termina semana em alta com tensões políticas e fiscais no radar

Na sexta-feira (6), a moeda norte-americana fechou em alta de 0,42%, cotada a R$ 5,2355

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|Foto: Reuters|
Gramado Presentes

O dólar fechou em alta de 0,42%, cotado a R$ 5,2355, na sexta-feira (6), com o cenário para o câmbio pressionado também por fortalecidas expectativas de que os EUA cortem oferta de dinheiro barato no mundo, o que pode gerar impacto em moedas emergentes como um todo.

Na primeira semana de agosto, o dólar acumulou alta de 0,5%.

Charles Pinturas

Com o resultado, a moeda norte-americana acumula alta de 0,5% no mês e de 0,93% no ano. 

Cenário

No exterior, a criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos veio acima do esperado pelo mercado, indicando que a economia manteve seu forte ritmo de recuperação no início do segundo semestre. Foram criados 943 mil postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, após 938 mil em junho, informou o Departamento do Trabalho.

Os investidores tem elevado as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco Central dos EUA) anunciará redução de seu estímulo à economia já em 2021. Embora a redução da compra de títulos nos Estados Unidos não signifique, necessariamente, um aumento de juros, ela é vista como precursora de custos de empréstimos mais altos no país, o que, por sua vez, tende a fortalecer a moeda norte-americana.

Por aqui, renovadas preocupações com a trajetória da dívida pública continuavam pesando no câmbio e gerado sensação de instabilidade. Notícias sobre um novo Refis que permitiria que a perda de receita com o programa não precisasse ser compensada pioraram um clima arisco já desde a semana passada, quando ressurgiram temores de descumprimento do teto de gastos e de pressões por despesas e ampliação de programas sociais conforme o país caminha para o ano eleitoral de 2022.

A crise institucional entre o Executivo e o Judiciário também seguia no radar. Na noite desta quinta-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, anunciou o cancelamento da reunião que haveria entre os chefes de poderes, afirmando que o presidente Jair Bolsonaro tem “reiterado ofensas e ataques de inverdades’ ao Supremo.

Em uma derrota para o governo e para Bolsonaro, a comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso rejeitou por 23 votos a 11, o parecer favorável ao tema elaborado pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR). O presidente vem levantando suspeitas sobre a urna eletrônica, sem apresentar provas.

Apesar dos problemas político-fiscais, parte dos analistas ainda veem espaço para alguma valorização do real, pelo ganho de vantagem da moeda brasileira em termos de retorno de taxa de juros, na esteira dos aumentos da Selic.

“Com a alta de juros, o que se espera a partir daí é o ingresso de mais recursos estrangeiros para aplicação em renda fixa no Brasil. Com a maior oferta de dólares no mercado doméstico, a expectativa é de que a moeda norte-americana caia”, disse à Reuters Bruno Mori, da Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros).

A projeção atual do mercado para a taxa de câmbio no fim de 2021 é de R$ 5,10 por dólar, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para 2022, é de R$ 5,20.

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