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A árvore que pode compensar emissões da produção de carne no Brasil

As vacas têm uma relação próxima com o metano. À medida que o mamífero segue sua vida, pastando ou ruminando à sombra de uma árvore, normalmente emite de 70 a 120 kg do gás por ano.

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Gabriel Faria/Embrapa
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O metano é um potente gás de efeito estufa, retendo calor na atmosfera com muito mais eficiência do que o CO2.

Para reduzir essas emissões, que contribuem para o aquecimento do planeta, adotar uma dieta à base de vegetais tem se mostrado uma solução eficaz na escala individual (já que um terço do dióxido de carbono é emitido por 20 empresas), e ao se reduzir o consumo de carne bovina em particular, por ser uma carne com alto teor de carbono.

Dr Guilherme Dentista

Mas o apetite humano por carne bovina, ainda assim, vem crescendo de forma contínua há décadas: hoje, cerca de 72 milhões de toneladas são produzidas por ano.

Isso é cerca de 12,5 vezes o peso da pirâmide de Gizé, no Egito.

Um país com grande incentivo para tornar sua carne mais sustentável é o Brasil, o maior exportador mundial de carne bovina, fornecendo quase 20% das exportações mundiais.

Carne de carbono neutro no Brasil

Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vêm buscando uma forma de neutralizar as emissões do enorme rebanho bovino do país — culminando em 2020 com o selo de certificação Carne Carbono Neutro.

Em vez de simplesmente comprar crédito de carbono para compensar as emissões (uma abordagem que pode ser repleta de dificuldades), a Embrapa tem como objetivo tornar o processo de criação de gado neutro em carbono dentro da fazenda, na esperança de poder tornar a indústria de carne bovina do país mais sustentável.

O incentivo do Brasil para “limpar” a indústria não se deve apenas às emissões de carbono. O país um dos líderes em desmatamento, sendo a criação de gado um dos principais fins comerciais da terra desmatada.

Em todo o mundo, 2,11 milhões de hectares de floresta são perdidos a cada ano para as vacas pastarem.

O desmatamento para a pecuária libera cerca de 6% dos gases de efeito estufa do mundo, incluindo o gás de efeito estufa de longa duração CO2, assim como o metano das vacas e o metano emitido do solo.

Enquanto isso, a perda da cobertura vegetal reduz a biodiversidade e aumenta o risco de que novas doenças restritas a animais selvagens “saltem” para os humanos.

O selo Carne Carbono Neutro da Embrapa prevê o plantio de árvores de eucalipto na mesma área onde o gado pasta.

Acredita-se que cerca de 250 a 350 árvores por hectare seja o número ideal para manter as fazendas brasileiras financeiramente viáveis, produzindo 25 metros cúbicos de madeira por hectare por ano, de acordo com estudos de pesquisadores da Embrapa.

Com isso, é possível sequestrar até cinco toneladas de carbono — o equivalente às emissões de cerca de 12 bovinos adultos.

No total, essas árvores ocupam cerca de 10% a 15% da área, plantadas a cada 2 metros em fileiras com algo entre 14 metros e 22 metros de distância.

Isso também pode tornar a fazenda mais produtiva, diz Roberto Giolo de Almeida, que comanda a equipe da Embrapa.

Na pecuária tradicional brasileira, há normalmente cerca de um animal pastando por hectare de terra.

Foto: Gabriel Faria/Embrapa

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